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Ruído externo às salas de aula e sua relação com o desempenho cognitivo, rendimento escolar e indicadores de saúde de adolescentes: estudo de caso / Classrooms external noise and its relationship with cognitive performance, school performance and health indicators in adolescents: a case study

The school must provide a suitable environment so that students can perform their activities. Studies have shown that classrooms do not have satisfactory acoustic conditions, although noise, produced inside and outside classrooms, may impair cognitive performance and, therefore, the teaching-learning process. There are references that classroom noise can affect school health by raising blood pressure, heart rate, and some hormones, such as cortisol, related to stress. In Brazil, studies of this nature are incipient, even though it has already been shown that public schools in different regions of the country do not present adequate acoustic environment. The present study evaluates the relationship between noise outside classrooms with school performance, cognitive performance, and adolescents health indicators. This is a comparative observational study carried out in two state schools of basic education, located in the urban zone of the city of Santa Cruz do Sul, in Rio Grande do Sul. The school denominated A is located in a typical residential neighborhood, without urban traffic in its surroundings. School B is located in front of a military unit, which acts with armored vehicles, in a street with intense traffic of vehicles. The results show that the average noise outside the classrooms (LAeq 67 dB) in school B is higher when compared to school A, which reached acceptable levels (LAeq 46 dB), considering values cited in the Brazilian normalization. Both schools do not present satisfactory acoustic environment inside the classrooms, having a high Reverberation Time and achieving a "reasonable" classification in all rooms when related to the Speech Transmission Index and the Loss of Articulation of the Consonants. The students´ perception regarding to acoustic conditions is more negative in school B, it is noisier, and also, the results on the evaluation of cognitive and school performance are more unsatisfactory. Among health indicators, cortisol levels, which should naturally decrease in the morning, show that students in school A decrease approximately twice as much in the morning compared to students in school B, suggesting that external stressors may be influencing students at this last school. Gender analysis shows more conclusive results when referring to boys. In addition, students with a better learning concept have a greater decrease in cortisol levels. It is concluded that the students of the school with greater noise outside the classrooms present more unsatisfactory results for the evaluation of the cognitive performance, school performance and cortisol levels, in comparison to the students who study in the school with less noise outside the classrooms. Therefore, it is highlighted the importance of remodeling the existing school spaces and the elaboration of adequate constructive strategies when planning new buildings. It is important to emphasize the importance of urban space in the location of schools. Also, that this is a cross-sectional study, establishing a relationship between the variables analyzed. Finally, it is emphasized the need to deepen the theme, based on longitudinal studies, which evaluate the noise outside the classrooms for a longer period of time, also detecting the relationship of cause/effect between the noise levels outside the classrooms and cognitive performance, school performance, and students´ health indicators. / A escola deve propiciar um ambiente adequado para que o aluno possa desempenhar suas atividades. Estudos têm demonstrado que as salas de aula não apresentam condições acústicas satisfatórias, embora o ruído, produzido dentro e fora delas, possa prejudicar o desempenho cognitivo e, com isso, o processo de ensino-aprendizagem. Há referências de que o ruído em salas de aula pode afetar a saúde do escolar, aumentando os níveis de pressão arterial, frequência cardíaca e de alguns hormônios, como o cortisol, que está relacionado ao estresse. No Brasil, estudos dessa natureza são incipientes, apesar de já ter sido demonstrado que as escolas públicas, de diferentes regiões do país, não apresentam adequação acústica. O presente estudo avalia a relação entre o ruído externo às salas de aula com o rendimento escolar, desempenho cognitivo e indicadores de saúde de adolescentes. Trata-se de um estudo observacional comparativo, realizado em duas escolas estaduais da educação básica, situadas na zona urbana da cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. A escola denominada A localiza-se em um bairro tipicamente residencial, sem tráfego urbano intenso no seu entorno. A escola B está localizada em frente a uma unidade militar, que atua com viaturas blindadas, numa rua com intenso tráfego de veículos. Os resultados mostram que o ruído médio externo às salas (LAeq 67 dB) na escola B é superior, quando comparado à escola A, que chegou a níveis aceitáveis (LAeq 46 dB), considerando valores citados na normalização brasileira. Ambas as escolas não apresentam adequação acústica satisfatória dentro das salas de aula, tendo elevado Tempo de Reverberação e alcançando classificação “razoável”, em todas as salas, para o Índice de Transmissão da Fala e a Perda de Articulação das Consoantes. A percepção dos escolares, referente às condições acústicas, são mais negativas na escola B, mais ruidosa, na qual os resultados são mais insatisfatórios, também, na avaliação do desempenho cognitivo e do rendimento escolar. Entre os indicadores de saúde, os níveis de cortisol, que naturalmente devem diminuir durante a manhã, demonstram que os escolares da escola A diminuem aproximadamente o dobro, ao longo da manhã, se comparados com os escolares da escola B, sugerindo que fatores externos estressantes podem estar influenciando os alunos dessa última escola. A análise por gênero mostra resultados mais conclusivos quando se refere aos meninos. Além disso, escolares com melhor conceito de aprendizagem apresentam maior diminuição dos níveis de cortisol. Conclui-se que os estudantes da escola com maior ruído externo às salas de aula apresentam resultados mais insatisfatórios para a avaliação do desempenho cognitivo, rendimento escolar e níveis de cortisol, em comparação aos escolares que estudam na escola com menor ruído externo às salas de aula. Destaca-se, por isso, a importância da remodelação dos espaços escolares existentes e a elaboração de estratégias construtivas adequadas, no planejamento de novas edificações. Ressalta-se a importância do espaço urbano na localização das escolas. Salienta-se que o estudo é de caráter transversal, estabelecendo relação entre as variáveis analisadas. Enfatiza-se a necessidade do aprofundamento do tema, a partir de estudos longitudinais, que avaliem o ruído externo às salas por um período de tempo maior, detectando, também, a relação de causa/efeito entre os níveis sonoros externos às salas de aula e o desempenho cognitivo, o rendimento escolar e os indicadores de saúde de escolares.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsm.br:1/12022
Date24 August 2016
CreatorsBurgos, Eduardo Goettert
ContributorsPaixão, Dinara Xavier da, Scapini, Fabrício, Schmid, Alísio Leoni
PublisherUniversidade Federal de Santa Maria, Centro de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFSM, Brasil, Engenharia Civil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSM, instname:Universidade Federal de Santa Maria, instacron:UFSM
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, info:eu-repo/semantics/openAccess
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