Este trabalho investiga o ensino de evolução a partir do referencial teórico da alfabetização científica e da argumentação e tem como objetivo caracterizar argumentos escritos produzidos por alunos em problemas relacionados à evolução biológica. Uma sequência didática com o tema \"adaptações\", que continha atividades voltadas para a elaboração de argumentos, foi produzida e aplicada em um curso pré-vestibular popular. A partir de textos com exemplos de adaptações de alguns seres vivos, os alunos deviam escolher entre dois modelos teóricos - teleológico ou darwinista - que explicavam como surgiram essas adaptações. Eles também deveriam apontar por que o modelo não escolhido não seria adequado. As respostas escritas dos alunos foram analisadas em termos conceituais, estruturais e de qualidade dos argumentos. Constatou-se que a grande maioria dos alunos escolheu o modelo teleológico para explicar as adaptações dos seres vivos. Os estudantes tiveram maior facilidade para construir argumentos que justificassem a opção por um modelo do que para apontar as limitações do outro. Conclui-se que, além das dificuldades já conhecidas de compreensão da teoria darwinista, existe uma falta de entendimento sobre como a Ciência opera quando há mais de um modelo para explicar um fenômeno e sobre como evidências não experimentais podem endossar as teorias científicas. Além disso, os resultados sugerem que o exemplo utilizado pode influenciar na compreensão do aluno sobre o processo de seleção natural e que o mesmo aluno pode apresentar mais de um perfil conceitual sobre evolução durante a mesma aula. / This essay investigates the teaching of evolution from the theoretical framework of scientific literacy and argumentation and aims to characterize written arguments produced by students when the subject is biological evolution. A teaching sequence about \"adaptations\", which contained activities aiming the preparation of arguments, was produced and applied in a community pre-university course. From texts with examples of adaptations of some living beings, students had to choose between two theoretical models - teleological or Darwinian - explaining how those adaptations arose. They should also point out why the model they did not would not be appropriate. The students\' written responses were analyzed in conceptual and structural terms, along with the quality of the arguments. It was found that the vast majority of students chose the teleological model to explain the adaptations. Students were easier to construct arguments to justify the choice of a model than to indicate the limitations of the other. We conclude that, besides the already known difficulties of understanding of Darwinian theory, there is a lack of understanding about how science operates when there is more than one model to explain a phenomenon and how non-experimental evidence can endorse scientific theories. Furthermore, the results suggest that the example used can influence the student\'s understanding of natural selection and that the same student may present more than one conceptual profile about evolution during the same class.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-04122014-152316 |
Date | 11 October 2013 |
Creators | Renato Chaves Azevedo |
Contributors | Marcelo Tadeu Motokane, Lúcia Helena Sasseron Roberto |
Publisher | Universidade de São Paulo, Ensino de Ciências, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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