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Itinerários terapêuticos de quilombolas

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2017-08-15T04:10:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2017 / Os estudos sobre itinerários terapêuticos vêm tornando-se importantes ferramentas para o entendimento sobre os diferentes percursos utilizados por uma determinada população, na busca de atenção e cuidado à saúde. Este estudo objetivou analisar os itinerários terapêuticos de quilombolas e a possível relação com os processos de vulneração e vulnerabilidade, na busca de atenção e cuidado à saúde, sob a ótica da bioética da proteção. O referencial que subsidiou a construção do marco teórico e sustentou a análise dos dados foi constituído por autores da Antropologia Médica e Bioética da Proteção. A pesquisa de campo foi realizada no período de março a dezembro de 2015 (totalizando 291 dias), em quilombos localizados em uma Área de Proteção Ambiental, localizada a 10 km de Macapá, capital do Amapá. Utilizou-se de elementos da etnografia através da triangulação de dados obtidos por meio de observação participante, entrevista e pesquisa documental, tendo como informantes os quilombolas, especialistas de cura e profissionais de saúde. Os resultados desta triangulação de dados foram transcritos para o software Atlas.ti® 7.1.6, que possibilitou o armazenamento, a manipulação e a análise dos dados qualitativos, favorecendo a análise de conteúdo, bem como proporcionou a construção de cinco categorias analíticas: ser quilombola; sobre cultura quilombola: questões envolvidas; doença e padecimento; itinerário terapêutico; sobre vulnerabilidade e vulneração da comunidade quilombola. Os resultados das análises e discussões são apresentados por meio de três artigos científicos, os quais evidenciaram que, nos itinerários terapêuticos dos quilombolas, no palco de pactuação sobre o percurso que o doente trilhava em busca de atenção e cuidado à saúde, a família era a protagonista. Apesar da supremacia do modelo biomédico, evidenciou-se que os setores familiar e popular constituíam percursos de busca de atenção à saúde entre os quilombolas. Ademais, são sinalizadas fragilidades no acesso ao setor profissional, retratando um histórico de exclusão social vivenciado pela população quilombola. Assim, os resultados apontam que os quilombolas em estudo não são apenas vulneráveis, mas, de fato, vulnerados, o que sinaliza as fragilidades na busca de atenção e cuidado à saúde e moldura um histórico de desamparo a que estão expostos. O diálogo entre os dados coletados na pesquisa de campo, os argumentos dos autores que sustentaram o marco teórico e subsidiaram a análise dos dados e a ótica da pesquisadora apontou uma série de proposições no sentido de intervenção diante do que foi observado, registrado e analisado. Revela a necessidade de medidas protetoras voltadas para essa população no sentido de efetivação, em sua completude, das políticas públicas já pactuadas em instâncias superiores, mas que precisam ser assumidas por entes Federados, pelo Estado, pela sociedade civil e organizada e pelos próprios quilombolas.<br> / Abstract : Studies on therapeutic itineraries have become important tools for understanding of the differents ways used by a particular population in the search for attention and health care. This study aimed to analyze the therapeutic itineraries of quilombolas and the possible relation with the processes of vulneration and vulnerability, in the search for attention and health care, from the perspective of the bioethics of protection. The referential that supported the construction of the theoretical framework and supported the analysis of the data was constituted by authors of the Medical Anthropology and Bioethics of Protection.The field research was conducted in the period from March to December 2015 (totaling 291 days), in quilombos located in an Environmental Protection Area, located 10 km from Macapá, capital of Amapá. Ethnography elements were used through the triangulation of data obtained through participant observation, interview and documentary research, with informants the quilombolas, curative specialists and health professionals. The results of this data triangulation were transcribed into Atlas.ti® 7.1.6 software, which enabled the storage, manipulation and analysis of qualitative data, favoring content analysis, as well as the construction of five analytical categories: To be a quilombola; on quilombola culture: issues involved; disease and suffering; therapeutic itinerary; on vulnerability and vulneration of the Quilombola community. The results of the analyzes and discussions are presented through three scientific articles, which showed that, in the therapeutic itineraries of the quilombolas, in the pacts about the way that the patient was walking in search of attention and health care, the family was the protagonist. Despite the supremacy of the biomedical model, it was evidenced that the family and popular sectors constituted ways to seek health care among quilombolas. In addition, fragilities in the access to the professional sector are indicated, depicting a history of social exclusion experienced by the quilombola population. Thus, the results indicate that the quilombolas in study are not only vulnerable, but in fact, vulnerated, which indicates the fragilities in the search for attention and health care, and show a history of helplessness to which they are exposed. The dialogue among the data collected in the field research, the arguments of the authors who supported the theoretical framework and subsidized the analysis of the data and the researcher's point of view showed a series of propositions in the sense of intervention in the what was observed, recorded and analyzed. It reveals the need for protective measures directed at this population in the sense of implementing, in their completeness, of the public policies already agreed upon in higher instances, but which must be taken over by Federated entities by the State, by organized and civil society, and by the Quilombolas themselves.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/178311
Date January 2017
CreatorsPrudêncio, Luzilena de Sousa
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Verdi, Marta Inez Machado, Diehl, Eliana Elisabeth
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format271 p.| il.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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