Made available in DSpace on 2019-03-30T00:09:00Z (GMT). No. of bitstreams: 0
Previous issue date: 2017-09-19 / Introduction: Fetal death, despite being potentially avoidable and occurring, in many cases, in pregnancies of habitual risk, is a phenomenon that has not been studied in the medical literature, occupying a restricted space in public health policies. Population-based studies, which measure variations and map regional differences of occurrence, allow to know the pattern of fetal mortality in the population and subsidize analyzes on the effectiveness of different technologies in improving maternal and child health care. Objective: To analyze the epidemiological patterns and temporal trends of the Fetal Mortality indicator, its causes according to the avoidable causes groups, and the presence of spatial and temporal clusters of fetal deaths in the study areas and their relation to the groups of preventable causes. Material and Methods: Epidemiological study of the ecological type, based on fetal deaths in Brazil from 2001-2014 and recorded in the Mortality Information System. Gross and Bayesian rates of fetal mortality, avoidance analysis were performed using the List of causes of deaths avoidable by interventions in the Brazilian SUS and spatiotemporal analyzes for the presence of clusters for fetal death by means of the Moran Index, for the existence of clusters for reducing fetal death and for the presence of clusters of risk in the period. The results were presented through tables, graphs and maps. The units of analysis were Brazil, by states and regions, the State of Ceará, by municipalities, and the city of Fortaleza, by neighborhoods. Results: There was a decrease in the fetal mortality rate in the South, Southeast and Center-West regions and in the municipality of Fortaleza between 2001 and 2014. There was an increase in the North, Northeast and Ceará. The majority of fetal deaths in Brazil refer to late fetal deaths, a behavior observed in all regions. In the State of Ceará and in the city of Fortaleza, fetal deaths in the third trimester of pregnancy accounted for more than 60% of the cases. Deaths in fetuses weighing 2,500 grams or more accounted for approximately 1/3 (one third) or more of deaths in the North Region, in the Northeast Region and Ceará, and about 1/5 (one fifth) in Fortaleza. Of the deaths occurred in Brazil, 67,6% were classified as preventable. In Ceará, avoidability appeared in 52,7% of deliveries. In the city of Fortaleza, 63,1% of avoidable deaths occurred. Of the reducible deaths due to adequate attention to women in childbirth in Brazil, 55.7% occurred in fetuses weighing more than or equal to 2,500 grams. Of these, 57.4% went to Ceará and 44.4% to Fortaleza. In all regions of Brazil, these percentages were higher than 50%. The intrauterine hypoxia group accounted for 60.9% of the deaths in the North, 66.4% in the Northeast, 68.0% in the Southeast, 44.0% in the South and 57, 6% in the Midwest. In all regions, of the reducible deaths due to adequate attention to women in childbirth, there was a predominance of late deaths. In Brazil, there was an improvement in the number of reducible deaths due to adequate attention to women at delivery and an increase in the number of deaths due to adequate attention to women during pregnancy. In the State of Ceará, there was worsening of the numbers of reduced deaths due to adequate attention to the woman in childbirth. A cluster of high risk for fetal death was identified between 2008 and 2014, which included the Northeastern States, as well as Tocantins, Pará and Amapá. There was positive spatial autocorrelation of high concentration for avoidable fetal deaths due to adequate attention to women during gestation in the period from 2011 to 2014, for the Midwest, Southeast, South, and Bahia and Pernambuco regions. High positive concentration spatial autocorrelation for preventable fetal deaths due to adequate attention to women during childbirth between 2011 and 2014 occurred in. In the period from 2001 to 2004, areas with spatial correlation of fetal deaths were identified in the Macroregions of the Serrano das Inhamuns, Cariri-Centro Sul and Litoral Oeste. Between 2011 and 2014 it remained a cluster in the Macrroregion of the Sertão dos Inhamuns. Between 2001 and 2004 and between 2011 and 2014, the municipality of Sobral presented the highest gross and Bayesian rates of fetal mortality in the State of Ceará. In the second period, they also appeared with Bayesian rates similar to Sobral, the municipalities of Crateús and Brejo Santo. The highest relative risk for the occurrence of fetal death in both periods occurred in the municipality of Forquilha. In Ceará, high-risk clusters were sprayed by different municipalities in all macro regions, both for fetal deaths that were reduced by adequate attention to women during pregnancy and those reduced by adequate attention to women at childbirth. In Fortaleza, there was an increase in the number of neighborhoods with higher proportions of reducible deaths. We observed "migration" of clusters between Regionals of the city of Fortaleza, both for the fetal deaths reducible by adequate attention to the woman in the gestation as for those reducible by adequate attention to the woman in the childbirth. Conclusion: The findings indicate geographical areas and possible strategies for the prevention of fetal death from the perspective of continuity of care, which should include interventions that begin before conception and end only when the gestation ended with a safe delivery. The application of a consensus system of classification of causes, in addition to comparable population data over time, should be the pillars for global prioritization and decision-making to reduce this invisible epidemic. / Introdução: A morte fetal, apesar de ser potencialmente evitável e de ocorrer, em muitos casos, em gestações de risco habitual, é fenômeno pouco estudado na literatura médica, ocupando espaço restrito nas políticas públicas de saúde. Estudos de base populacional, que mensuram as variações e mapeiam as diferenças regionais de ocorrência, permitem conhecer o padrão de mortalidade fetal na população e subsidiar análises sobre a efetividade de diferentes tecnologias na melhoria do cuidado à saúde materno infantil. Objetivo: Analisar os padrões epidemiológicos e as tendências temporais do indicador Mortalidade Fetal, suas causas, segundo os grupos de causas evitáveis, e a presença de aglomerados espaciais e temporais dos óbitos fetais nas áreas do estudo e sua relação com os grupos de causas evitáveis. Material e Métodos: Estudo epidemiológico do tipo ecológico, com base nos óbitos fetais no Brasil de 2001-2014 e registrados no Sistema de Informação sobre a Mortalidade. Foram realizados cálculos de taxas brutas e bayesianas de mortalidade fetal, análise de evitabilidade por meio da Lista de causas de mortes evita¿veis por intervenc¿ões no SUS do Brasil e análises espaço-temporais para a presença de clusters para o óbito fetal por meio do Índice de Moran, para a existência de clusters para o óbito fetal reduzível e para a presença de clusters de risco, no período. Os resultados foram apresentados por meio de tabelas, gráficos e mapas. As unidades de análise foram o Brasil, por estados e regiões, o Estado do Ceará, por municípios, e a cidade de Fortaleza, por bairros. Resultados: Houve decréscimo na taxa de mortalidade fetal nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e no município de Fortaleza entre 2001 e 2014. Houve aumento no Norte, Nordeste e no Ceará. A maior parte dos óbitos fetais no Brasil referiu-se a mortes fetais tardias, comportamento observado em todas as regiões. No Estado do Ceará e no município de Fortaleza, óbitos fetais no terceiro trimestre da gestação responderam por mais de 60% dos casos. Óbitos em fetos com peso igual ou superior a 2.500 gramas representaram aproximadamente 1/3 (um terço) ou mais dos óbitos na Região Norte, na Região Nordeste e no Ceará, e cerca de 1/5 (um quinto) em Fortaleza. Dos óbitos ocorridos no Brasil, 67,6% foram classificados como evitáveis. No Ceará, a evitabilidade apareceu em 52,7% dos partos. No município de Fortaleza, ocorreram 63,1% de óbitos evitáveis. Dos óbitos reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto, no Brasil, 55,7% ocorreram em fetos com peso maior ou igual a 2.500 gramas. Destes números, 57,4% foram para o Ceará e 44,4% para Fortaleza. Em todas as Regiões do Brasil, esses percentuais foram superiores a 50%. No grupo de óbitos reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto, a hipóxia intrauterina respondeu por 60,9% dos óbitos no Norte, 66,4% no Nordeste, 68,0% no Sudeste, 44,0% no Sul e 57,6% no Centro-Oeste. Em todas as regiões, dos óbitos reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto, houve o predomínio de óbitos tardios. No Brasil, houve melhora no número de óbitos reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto e aumento dos óbitos reduzíveis por adequada atenção à mulher na gestação. No Estado do Ceará, houve piora dos números de óbitos reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto. Foi identificado um cluster de alto risco para o óbito fetal entre 2008 e 2014, que incluiu os Estados da Região Nordeste, além de Tocantins, Pará e Amapá. Houve autocorrelação espacial positiva de alta concentração para os óbitos fetais evitáveis por adequada atenção à mulher na gestação no período de 2011 a 2014, para as regiões Centro-Oeste, Sudeste, Sul, além de Bahia e Pernambuco. Autocorrelação espacial positiva de alta concentração para os óbitos fetais evitáveis por adequada atenção à mulher no parto, entre 2011 e 2014, ocorreu em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Alagoas, Maranhão, Rio Grande do Norte e Paraíba. No período de 2001 a 2004 foram identificadas áreas com correlação espacial de óbitos fetais nas Macrorregiões do Sertão dos Inhamuns, Cariri-Centro Sul e Litoral Oeste. Entre 2011 e 2014 permaneceu cluster na Macrorregião do Sertão dos Inhamuns. Entre 2001 e 2004 e entre 2011 e 2014, o município de Sobral apresentou as maiores taxas brutas e
8
bayesianas de mortalidade fetal no Estado do Ceará. No segundo período, também apareceram com taxas bayesianas similares a Sobral, os municípios de Crateús e Brejo Santo. O maior risco relativo para a ocorrência de óbito fetal em ambos os períodos ocorreu no município de Forquilha. No Ceará houve pulverização de clusters de alto risco por diferentes municípios de todas as macrorregiões, tanto para os óbitos fetais reduzíveis por adequada atenção à mulher na gestação quanto para os reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto. Em Fortaleza houve aumento do número de bairros com proporções maiores de óbitos reduzíveis. Observou-se ¿migrac¿ão¿ de clusters entre as Regionais da cidade de Fortaleza, tanto para os óbitos fetais reduzíveis por adequada atenção à mulher na gestação como para os reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto. Conclusão: Os achados indicam áreas geográficas e possíveis estratégias para a prevenção do óbito fetal, na perspectiva da continuidade do cuidado, que deve prever intervenções que se iniciam antes da concepção e terminam apenas quando a gestação finalizou com um parto seguro. A aplicação de sistema consensual de classificação das causas, além de dados populacionais comparáveis ao longo do tempo, devem ser os pilares para uma priorização global e tomada de decisões para a redução desta epidemia invisível.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.unifor.br:tede/105735 |
Date | 19 September 2017 |
Creators | Ibiapina, Flavio Lucio Pontes |
Contributors | Silva, Raimunda Magalhães da, Almeida, Rosa Lívia Freitas de, Silva, Raimunda Magalhães da, Carvalho, Francisco Herlânio Costa, Feitosa, Helvécio Neves, Bruno, Zenilda Vieira, Brilhante, Aline Veras Morais |
Publisher | Universidade de Fortaleza, Doutorado Em Saúde Coletiva - Aa, UNIFOR, Brasil, Centro de Ciências da Saúde |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR, instname:Universidade de Fortaleza, instacron:UNIFOR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | -2928031167525635374, 500, 500, 292441653440865123 |
Page generated in 0.0033 seconds