Return to search

Mais do que energia, uma aventura do corpo : as colônias de férias escolares na América do Sul (1882-1950) / More than strengthening, an adventure of the body : the summer camps in South America (1882-1950)

Orientador: Carmen Lúcia Soares / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação / Made available in DSpace on 2018-08-25T20:22:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Dalben_Andre_D.pdf: 69401915 bytes, checksum: c1622c6f46b17e83bd4234ee6a6b295b (MD5)
Previous issue date: 2014 / Resumo: As colônias de férias escolares tiveram como maior suporte teórico antigos conhecimentos advindos da medicina que priorizavam uma vida ao ar livre, distante dos centros urbanos, para a recuperação e o fortalecimento corporal. Ao oferecerem uma substanciosa alimentação e práticas corporais realizadas junto à natureza às crianças de classes populares no decorrer das férias escolares, tiveram por objetivo principal, inicialmente prevenir o contágio de doenças, sobretudo a tuberculose, que debilitavam a saúde de muitos moradores de grandes cidades. Por meio de congressos, as colônias de férias foram divulgadas entre a comunidade científica internacional a partir de 1882, sendo frequentemente recomendadas como uma inovadora medida de assistência infantil que diversos países poderiam adotar para proteger a saúde de suas crianças. Ao tomar como fontes principais os anais dos Congressos Internacionais de Higiene e Demografia, dos Congressos Pan-Americanos da Criança e, ainda, revistas especializadas em saúde, educação e educação física, muitas publicadas por instâncias administrativas oficiais, a pesquisa centralizou-se em investigar as principais políticas de implementação de colônias de férias para as crianças de quatro dos maiores centros urbanos sul-americanos das primeiras décadas do século XX: Buenos Aires, Montevidéu, Rio de Janeiro e São Paulo. O recorte temporal foi definido de 1882, quando as colônias de férias começaram a ser debatidas no cenário internacional, até meados da década de 1950, momento no qual os primeiros medicamentos alopáticos para o tratamento da tuberculose passaram a ser empregados de modo mais efetivo no controle da doença, alterando as políticas de saúde pública de muitos países, que deixariam de adotar os recursos da vida ao ar livre para preservar a saúde de suas populações, e destituindo as colônias de férias do seu principal objetivo médico. A pesquisa procurou expandir os estudos realizados pela História da Educação e pela História da Educação Física, uma vez que as colônias de férias apresentam-se na atualidade como um objeto de estudos ainda pouco explorado pela ciência sul-americana, mas que, no entanto, nos narram processos históricos bastante inovadores ao se estabelecerem como uma instituição concomitantemente próxima e distinta da escola, onde foram gestadas e aplicadas novas práticas e modelos pedagógicos e onde conteúdos antes excluídos das pedagogias mais tradicionais encontraram a oportunidade de serem incorporados enquanto possibilidade educativa. Ao adotar a história cultural como principal referencial teórico para a análise das fontes, foram priorizadas as transformações das mentalidades e sensibilidades que deslocaram a vida ao ar livre de seus preceitos médicos para concebê-la como uma educação do corpo passível de ser sistematizada e institucionalizada pelas colônias de férias. Durante o período abordado pela pesquisa, foi possível concluir que as colônias de férias não se limitaram tão somente a uma medida de saúde pública, uma vez que organizaram em seu interior uma série de procedimentos que transformariam definitivamente as férias escolares em uma aventura do corpo que possibilitava que muitos desejos infantis se tornassem realidade e que demarcava novas possibilidades educativas voltadas especialmente à crianças que não tinham, até então, seus direitos à saúde, à educação e ao brincar integralmente respeitados / Abstract: The summer camps (vacation colonies) had the most theoretical support in ancient knowledge derived from the medicine which prioritized the outdoor life, far from the urban centers, for recovery and strengthening the body. By offering healthy food and bodily practices performed within the nature for the children of the working classes during their vacation, the summer camps had initially as their main objective the prevention of the spread of diseases, especially tuberculosis, which contagiated many residents of large cities. The summer camps were published in the international scientific community since 1882 through conferences and were often recommended as an innovative measure of children care that many countries could adopt to protect their children's health. Taking as the main sources for the research the annals of International Congress of Hygiene and Demography, the Pan American Child Congress and also magazines specialized in health, education and physical education, many of them published by official departments, the propose of this research is to investigate the policies to implement the summer camps for children in the four largest urban centers of South America at the first decades of the twentieth century: Buenos Aires, Montevideo, Rio de Janeiro and São Paulo. The time bias is defined from 1882, when the summer camps began to be debated in the international arena, until the mid-1950s, when the first allopathic medice to treat the tuberculosis began to be used more effectively to control the disease, changing the public health policy in many countries, which would not take the resources to maintain the outdoor life to preserve the health of their populations, and unseating the summer camps of their major medical goal. The research sought to expand the studies conducted by the History of Education and the History of Physical Education, since the summer camps are object of study unexplored by the South American science, even though they narrate the innovative hitorical perspective when they are established as an institution concurrently next and distinct from school, creating and implementing new practices and educational models and pedagical contents, when more traditional pedagogies previously excluded found the opportunity to be incorporated as an educational opportunity. Adopting the cultural history as the theoretical framework for the analysis of the sources this research focus on the changing of the mentalities and sensibilities that shifted the outdoor life from the medical precepts to conceive it as an education body capable of being systematized and institutionalized by the summer camps. During the period covered by the survey, it concludes that the summer camps were not limited only as a public health measure, once they staged a series of educational procedures that would definitely transform the school holidays in an adventure of the body that allowed many children's wishes come true and that marked new educational opportunities geared especially to children who had not hitherto their rights to health , education and play fully respected / Doutorado / Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte / Doutor em Educação

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/319162
Date06 March 2014
CreatorsDalben, André, 1984-
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Soares, Carmen Lúcia, 1956-, Jorge, Janes, Terra, Vinicius Demarchi Silva, Bittencout, Agueda Bernadete, Paulilo, André Luiz
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format389 p. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0025 seconds