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Previous issue date: 2015-05-22 / Although the use of crack have spread among the different social classes, the association between being poor or even more so to be on the streets and being user is still hegemonic, mainly because of its use have been spreading first among these groups , contributing to exacerbate stigma associated with these social groups. They live in conditions of restrictions of possibilities for (re) integration into society, and that the actions that would aim to get them out of this condition end up reinforcing the stigma attached to crack user, further restricting the possibilities and opportunities of them. Be crack users can be the fuel for the social construction of humiliation, disrespect, marginalization and stigma, and keeping them bound in the chains of a life with few opportunities. We seek to understand the situation experienced by crack users men on the streets, know the moral world where you give the rituals of use, forms of interaction, the symbols and codes that emerge and are built by these men; as well as check for health care and socio-cultural construction of illness. We chose a qualitative approach, which is efficiently applied to this study. The ethnographic method was chosen to allow the understanding of crack culture. The complexities surrounding the use, abuse and crack addiction showed that any attempt to understand not glimpse the socio-cultural environment in which the subject using the crack is located, can be reductionist and incur misinterpretations of the existing reality in streets and in their lives. The study permitted to understand that the beginning and the continuation of crack use are beyond its active chemical-physical potential, far beyond the effect that this substance produces the human body. Social values and idiosyncratic meanings attributed by the user are added to the construction of crack use experience. I could see that there is an awareness on the part of users in general, that the crack is a drug that destroys people in various occupations, which destroys family ties, stigmatize, segregate and cause heavy dependence. However, despite knowing their misdeeds users continue making use of the substance, confirming its potential for addiction, drug addiction. Aside from the physical problems caused in the body, the mental part is always strongly affected, and even if the user through the treatment can succeed in order to get rid of addiction, carry brands brought by crack use, indelible marks - the stigma. Observing and experiencing the context in which the crack user is inserted, better understood the representation of health and illness and that each person has different ways of dealing with it; enabling the understanding of it as a participant in the sociocultural context and glimpsing it holistically, by his life story and the perception of its work to what ails you. I conclude by insisting on the concept that there are many gains when it comes to observing the world from within and near, it allows us to observe interactions and connections among crack users. Especially because it helps us to expand the vision of this scenario and to stop stigmatizing the user and their local moral world, that is, failing to see them in a "world apart" inlaid in the streets and squares of the city of Fortaleza. / Apesar de o uso do crack ter se propagado entre as distintas classes sociais, a associação entre ser pobre ou, mais ainda, estar em situação de rua e ser usuário é ainda hegemônica, principalmente pelo fato de seu uso ter se difundido inicialmente entre estes grupos, colaborando para exacerbar estigmas associados a esses grupos sociais. Vivem em condições de restrições de possibilidades de (re)inserção na sociedade, e que as ações que teriam como objetivo tirá-los dessa condição acabam por reforçar o estigma ligado ao usuário de crack, restringindo ainda mais as possibilidades e oportunidades deles. Ser usuário de crack pode ser o combustível para a construção social da humilhação, do desrespeito, marginalização e estigma, e mantendo-os presos às correntes de uma vida com poucas oportunidades. Buscamos compreender a situação vivenciada pelos homens usuários de crack em situação de rua, conhecer o mundo moral local onde se dão os rituais de uso, as formas de interação, os símbolos e os códigos que emergem e são construídos por estes homens; bem como, verificar a existência de cuidados com a saúde e a construção sociocultural do adoecimento. Optamos pela abordagem qualitativa, que é eficientemente aplicada a este estudo. O método etnográfico foi escolhido por permitir a compreensão da cultura de crack. A complexidade em torno do uso, abuso e dependência do crack evidenciou que toda e qualquer tentativa de compreensão que não vislumbre a conjuntura sociocultural em que o sujeito que utiliza o crack está inserido, pode ser reducionista e incorrer em erros de interpretação da realidade existente nas ruas e na vida dessas pessoas. O estudo permitiu entender que o início e a continuidade do uso do crack, estão para além do seu potencial físico-químico ativo, muito além do efeito que esta substância produz no organismo humano. Os valores sociais e os sentidos idiossincráticos atribuídos pelo usuário somam-se na construção da experiência do uso do crack. Pude constatar que existe uma consciência, por parte dos usuários de modo geral, que o crack é uma droga que destrói a pessoa em várias esferas da vida, que destrói vínculos familiares, estigmatiza, segrega e que causa grande dependência. No entanto, apesar de conhecer os seus malefícios os usuários continuam fazendo uso dessa substância, confirmando seu potencial de dependência, a dependência química. Afora os problemas físicos causados no organismo, a parte psíquica é sempre fortemente afetada, e mesmo que o usuário, por meio do tratamento consiga êxito no sentido de livrar-se da dependência, carregará as marcas trazidas pelo uso do crack, marcas indeléveis o estigma. Observando e vivenciando o contexto no qual está inserido o usuário de crack, se compreendeu melhor a representação de saúde e adoecimento que cada indivíduo apresenta e as diferentes maneiras de lidar com ela; possibilitando o entendimento dele como participante do contexto sociocultural e vislumbrando-o holisticamente, por meio da sua história de vida e da percepção da sua experiência diante do que lhe aflige. Finalizo insistindo na concepção que há muitos ganhos quando se passa a observar o mundo de dentro e de perto, isso nos permite observar interações e conexões entre os usuários de crack. Especialmente porque nos ajuda a expandir a visão sobre esse cenário e a deixar de estigmatizar o usuário e o seu mundo moral local, ou seja, deixando de vê-los em um mundo à parte incrustado nas ruas e praças da cidade de Fortaleza.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.unifor.br:tede/95015 |
Date | 22 May 2015 |
Creators | Motta, Marcio Adriano da |
Contributors | Amorim, Rosendo Freitas de, Amorim, Rosendo Freitas de, Nations, Marilyn Kay, Farias, Francisca Lucélia Ribeiro de, Quinderé, Paulo Henrique Dias |
Publisher | Universidade de Fortaleza, Mestrado Em Saúde Coletiva, UNIFOR, Brasil, Centro de Ciências da Saúde |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR, instname:Universidade de Fortaleza, instacron:UNIFOR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | 2850938317121515023, 500, 500, 292441653440865123 |
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