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A Paisagem do Parque Estadual de Itapeva, RS, e seu entorno : padrões, processos e fatores direcionados

O fim da Ecologia de Paisagem é o entendimento relação entre os padrões espaciais e os processos ecológicos. O desenvolvimento inicial dessa disciplina, na Europa, na década de 1930, foi relacionado ao uso das fotografias aéreas e ao surgimento do conceito de ecossistema. Já na década de 1980, a partir do EUA, a Ecologia de Paisagem firmou-se como um importante campo de estudo com a utilização das imagens de satélite, dos sistemas de informação geográfica e com a crescente relevância do componente espacial nas teorias ecológicas. No estudo da dinâmica da paisagem, as imagens de satélite têm sua aplicação limitada por serem muito recentes, especialmente aquelas com maior resolução. Uma solução para esse problema é a comparação dessas imagens com fotografias áreas, disponíveis já há algumas décadas. A crise ambiental, enfrentada pela humanidade, tem como principal aspecto a alteração da cobertura da terra, o que é de grande relevância para a Ecologia de Paisagem. Essa alteração foi mais intensa em algumas regiões da Terra. A Mata Atlântica, por exemplo, apresenta apenas cerca de 8% da sua distribuição original. No enfrentamento dessa crise, e em especial, na busca da conservação da biodiversidade, as unidades de conservação têm sido a ferramenta fundamental. Além de conservar os processos no seu interior, as áreas protegidas devem servir como marco para o planejamento regional da conservação. Esse planejamento tem de levar em conta as características da região e as suas ameaças, e para tal as ferramentas e teorias da Ecologia de Paisagem têm um grande papel. Nesse contexto, o nosso objetivo é avaliar a mudança da paisagem recente e seus possíveis fatores direcionadores. Para tal, foram comparadas fotografias aéreas de 1974 com imagens de satélite da alta resolução de 2002/2004. A área estudada foi o Parque Estadual de Itapeva (PEI), RS, e seu entorno. Para o mapeamento da área do PEI e das adjacências distantes até 500 m, foi utilizada uma imagem Quickbird, de 2004. Para a zona de amortecimento, área distante pelo menos 10 km do limite do parque, foram utilizadas imagens Spot de 2002. Os fatores direcionadores avaliados foram: proximidade de estradas, de corpos d’água, e áreas com alta declividade e origem geológica do terreno. Foram identificadas nessa análise diversas formações características do Domínio Mata Atlântica além de classes de cobertura do solo decorrentes da atividade humana. As classes de cobertura antrópicas cobriam a maioria da paisagem já no momento inicial de nossa análise, revelando um importante impacto antrópico na região. Essa impacto também foi demonstrado pela alteração de cerca de 35% da paisagem do entorno e de 46% da área do PEI, no período analisado. A maior parte da alteração, em ambas as análises, foi representada pelo aumento das classes de cobertura antrópicas em detrimento das classes de cobertura naturais. A análise da mudança do padrão da paisagem entre as duas datas, medida pelos índices de paisagem, demonstrou um potencial prejuízo da qualidade dos hábitats e dos fluxos biológicos, tendo em vista que a área núcleo total das manchas de classes naturais diminuiu, assim como o índice de proximidade enquanto a distância entre as manchas aumentou. Uma exceção a essa tendência foi a expansão das florestas de encosta, especialmente sobre áreas de agricultura. Tal expansão parece ser resultado do abandono das áreas de encosta decorrente do êxodo rural verificado na região. A expansão da floresta de encosta foi refletida nos índices de paisagem que evidenciaram um aumento da área núcleo e da conectividade nessas áreas. A análise dos fatores direcionadores mostrou que os mesmos têm efeito sobre a paisagem, pois a composição das áreas sob sua influência é diferenciada, embora a taxa de alteração dessas áreas tenha sido semelhante à taxa de alteração da região como um todo. Nosso estudo sugere que a alteração da cobertura da terra é uma importante ameaça na região do PEI. Para a conservação do PEI e de seu entorno, essa dinâmica deve ser alterada. / The aim of Landscape Ecology is the understanding of the relations between spatial patterns and ecological processes. The initial development of this field, in Europe, in the 1930’s, was related to aerial photographs availability and the origin of the ecosystem concept. During the 1980’s, in USA, Landscape Ecology, established definitely as an important research field based on the use of satellite images, on the geographical information systems and on the increasing importance of the space in the ecological theories. In the study of the landscape dynamics, the use of satellite images is limited because they are very recent, especially those with higher resolution. The solution of this problem is to compare these images with aerial photographs which are available for several decades. The environmental crisis faced nowadays by humanity has as the main problem the land cover change. This fact has great importance for Landscape Ecology. This alteration of the Earth is not equally distributed. The Brazilian Atlantic Forest, for example, has only about 8% of its original distribution. To face this crisis, and specially, to protect biodiversity, protected areas are the main tool. Besides protecting the ecological processes in its own area, they need to be cornerstone on which regional conservation is built. Conservation planning requires assessment of the characteristics of the region and its threats. Landscape Ecology’s tools and theories have a great role in this job. Our purpose is to evaluate landscape change and its possible driving forces. We compared aerial photographs from 1974 with high resolution satellite images from 2002/2004. The study area was the Itapeva State Park (PEI), RS, and its buffer zone. For the land cover mapping of PEI and the area 500m distant of its limits, we used a Quickbird image, from 2004. In the buffer zone, far at least 10 km from the park, we used a 2002 Spot image. We analyzed these driving forces: road proximity, water bodies’ proximity, high slope and the geological origin of the area. We found many cover types typical of the Atlantic Forest Domain, and land cover classes related to human activities. The anthropic areas were already dominant in the landscape at the beginning of our analysis. The importance of the human impact in the study area was showed also by the alteration of 35% of the buffer zone and of 46% of the PEI. Most of this alteration, in both analyses, was the increase of anthropic land cover classes in detriment of the original ones. The change in the landscape pattern between both dates, measured by landscape metrics, showed a potential damage of the habitats and a decrease in the biological fluxes, since the total core area of the patches decreased as the proximity index while the mean distance between the patches increased. An exception to this trend was the expansion of the hillside forest, especially over agriculture. This expansion seems to be related to the rural exodus that occurred in this region, xvi and was reflected in the landscape metrics that evidenced an increase in the core area and in the connectivity. The analysis of the driving forces suggested that the factors studied affected the landscape since the composition of the areas under its influence is different, although the alteration rate was similar to the whole alteration. Our study suggests that land cover change is an important threat in the PEI region and it must be altered for the effectivity of the conservation of this area.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/8334
Date January 2006
CreatorsDobrovolski, Ricardo
ContributorsOliveira, Paulo Luiz de, Kindel, Andreas
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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