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Percepção de bem-estar e fatores associados em trabalhadores do setor industrial brasileiro

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Desportos. Programa de Pós-Graduação em Educação Física / Made available in DSpace on 2012-10-26T10:23:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1
304759.pdf: 2415540 bytes, checksum: f99925470214c9bb04a65590a635f6c8 (MD5) / Bem-estar é um conceito multidimensional que inclui vários aspectos de saúde física e mental, suporte social, relacionamentos e capacidade para lidar com situações de estresse e que busca compreeender as avaliações que as pessoas fazem da própria vida. Por ser um constructo complexo e dinâmico, a identificação das variáveis que afetam o bem-estar da população, muitas vezes, é difícil e pouco explorada. Assim, o propósito desta dissertação foi analisar a autopercepção de bem-estar e a associação com características sociodemográficas, comportamentais, de suporte social e autorrelatos de saúde em trabalhadores do setor industrial no Brasil. Para isso, foi realizada uma análise dos dados de um inquérito epidemiológico transversal desenvolvido pelo Serviço Social da Indústria em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina, com amostra representativa de 24 estados brasileiros e do Distrito Federal, no período de 2004 e 2006 a 2008. O desfecho autopercepção de bem-estar foi definido como o grau em que o indivíduo avalia a satisfação com a vida em três contextos distintos: lar, trabalho e lazer. Para cada uma das dimensões foi aplicada a seguinte pergunta: #Como você se sente, atualmente, em relação à sua vida no... (lar, trabalho e lazer)? Para cada questão foram oferecidas cinco opções de resposta. Na perspectiva de melhorar o entendimento do desfecho em relação aos fatores associados, foi construída uma escala ordinal contínua de três a 15 pontos com base na seguinte pontuação, conforme as opções de resposta em cada domínio: (1) muito mal; (2) mal; (3) mais ou menos; (4) bem; (5) muito bem. Para estimar a prevalência de bem-estar, o desfecho foi dicotomizado em percepção negativa e positiva, sendo definida como percepção negativa aqueles trabalhadores que atingiram de três a nove pontos na escala, e positiva de 10 a 15 pontos. Posteriormente, a distribuição dos trabalhadores em relação às percepções de bem-estar foi analisada mediante quatro intervalos quartílicos. A estatística inferencial foi realizada por meio da Regressão Logística Multinomial, estimando-se razões de odds e intervalos de confiança de 95%. Participaram deste estudo 44.477 industriários sendo 69,9% do sexo masculino. A percepção de bem-estar positivo esteve presente em 93% dos trabalhadores, sendo mais prevalente no gênero masculino e indivíduos nos mais jovens, da região sul do Brasil, com renda e escolaridade elevadas, com adoção de comportamentos saudáveis como não fumar, não consumir bebidas alcoólicas em excesso e ativos no lazer. Trabalhadores declarados religiosos praticantes, com percepções positivas sobre a saúde e qualidade do sono e com baixa frequência de estresse e sintomas depressivos, tiveram chances mais elevadas de uma melhor percepção de bem-estar comparado aos seus pares. A prevalência de bem-estar positivo foi alta em trabalhadores das indústrias brasileiras, porém detectaram-se importantes diferenças entre indivíduos com características sociodemográficas distintas. Além disso, confirmou-se que aspectos comportamentais, de suporte social e autorrelatos de saúde são fatores de substancial importância na avaliação do bem-estar. Espera-se com estes resultados, que este assunto seja abordado com maior profundidade pelos pesquisadores da área, dada a sua importância para o subsídio e planejamento de políticas públicas. / Well-being is a multidimensional concept that includes various aspects of physical and mental health, social support, relationships and ability to handle stressful situations and search understand evaluations people make of their lives. As it is a complex and dynamic construct, identification of variables that affect the well-being of the population, it is often difficult and little explored. Thus, the aim of this study was to analyze the perception of well-being and the association with socio-demographic characteristics, behavioral, social support and self-reports of health, among workers in Brazil. For this, we performed an analysis of data from a cross-sectional epidemiological survey developed by the Industry Social Service in partnership with the Center for Research on Physical Activity and Health, from the Federal University of Santa Catarina, with a representative sample of 24 Brazilian states and Federal District in the period of 2004, 2006 to 2008.The outcome self-perception wellbeing was defined as the degree in which the individual evaluates the satisfaction with his life in three contexts: home, work and leisure. For each one of these dimensions it was applied the following question: "How do you feel, currently, in relation to your life at...(home, work and leisure)? For each question were given five answer options. In view to improve the understanding of the outcome in relation to the factors associated, it was made a continuous ordinary scale of three to 15 with base on the following punctuation, in accordance to the answer options in each domain: (1) very bad; (2) bad; (3) more or less; (4) well; (5) very well. To estimate the prevalence of well-being, the outcome was dichotomized in negative and positive perception, being defined as negative perception those workers that attained three to nine points on the scale and positive perception from 10 to 15 points. Posteriorly, the workers distributions in relation to the perceptions of wellbeing were analyzed by means of quartile. The inferential statistic was done by means of the Multinomial Logistic Regression, estimating odds ratio and confidence intervals of 95%. The study included 44,477 industrial workers and 69.9% were male. The perception of positive wellbeing was present in 93% of the workers, being more prevalent in the men and in the individuals with age under 30. Better perception of wellbeing was associated to the male gender, to the younger, of the southern region of Brazil, with high income and education, with adoption of healthy behaviors such as: not smoking or consuming excessive alcoholic drinks in excess and to be active in leisure. Workers declared active religious practitioners with positive perceptions about health and sleep quality and with low stress frequency and depressive symptoms had more elevated chances of a better perception of well-being compared to their peers. The prevalence of positive well-being was high in Brazilian´s industry workers; however it was detected important differences between individuals with distinct sociodemographic characteristics. Besides that, it was confirmed that behavioral aspects, of social support and self-reports of health are factors of substantial importance in the evaluation of the well-being. It is expected that these results, that this matter be discussed in greater depth by researchers in the area, given its importance for the subsidy and public policy planning.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/96268
Date January 2012
CreatorsSilva, Shana Ginar da
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Nahas, Markus Vinicius
PublisherFlorianópolis
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format107 p.| il., grafs., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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