FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico / O fenÃmeno do uso do Ãlcool e outras drogas, tornadas ilÃcitas, suscita, na atualidade, um debate difÃcil, quase proscrito. Apresenta-se como um grave e complexo problema de saÃde pÃblica, com implicaÃÃes jurÃdicas e legais. Este estudo teve como objetivo refletir sobre as polÃticas de Ãlcool e outras drogas no Brasil, analisando os seus processos de construÃÃo no contexto histÃrico atravÃs do conceito de biopolÃtica (biopoder) de Michel Foucault. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, atravÃs de estudo de caso, com o referencial da anÃlise de discurso como mÃtodo, numa perspectiva histÃrica e antropolÃgica. Pretendeu-se compreender os discursos construÃdos sobre as drogas, primeiramente quanto ao uso da droga/fÃrmaco no contexto do processo saÃde-doenÃa; em seguida procurou-se avaliar como a atual polÃtica de drogas estabeleceu-se com base na proibiÃÃo e criminalizaÃÃo de substÃncias tornadas ilÃcitas atravÃs de acordos internacionais, seguido pela maioria dos paÃses, configurando-se como uma guerra contra drogas que Ã, essencialmente, uma guerra contra pessoas que usam drogas. Para introduzir a discussÃo sobre subjetividade, o corpo à analisado como objeto de intervenÃÃes nos campos da Medicina e do Estado, sem, no entanto, deixar de vislumbrÃ-lo como imbuÃdo de histÃria, de cultura e mesmo de subjetividade. Afinal, o estudo versa sobre um fenÃmeno que, sendo aqui objeto do campo da saÃde pÃblica, nÃo à possÃvel ser dissociado dos demais saberes. Objeto de estudo por Michel Foucault, o corpo à concebido como âsuperfÃcie de inscriÃÃo dos acontecimentosâ, atravessado e arruinado pela histÃria. Foucault percorre pelos caminhos de desvelamento do discurso oficial, que visa ao ordenamento da sociedade, discurso que faz subtrair o direito do sujeito ao seu prÃprio corpo. Posto o corpo no domÃnio do Estado, e este exercendo sobre aquele o controle regido pelo discurso de poder, Foucault denomina de biopolÃtica esta relaÃÃo que dispÃe o biolÃgico e a vida nas estratÃgias de governanÃa, e que por isso mesmo produz racismo. Racismo que redunda em demarcaÃÃo, no campo biolÃgico, entre os corpos que devem viver e os corpos que devem morrer. A seguir, jà adentrando no campo antropolÃgico, ampliando a discussÃo do racismo como processo de exclusÃo e de proscriÃÃo, o conceito de etnocÃdio à utilizado para evidenciar a atuaÃÃo das polÃticas repressivas sobre o uso e o comÃrcio de drogas no Brasil, e que tÃm causado, nas Ãltimas dÃcadas, mais consequÃncias negativas do que propriamente o consumo das drogas em si.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:11480 |
Date | 22 August 2016 |
Creators | Rita de CÃssia RebouÃas Rodrigues |
Contributors | Ricardo Josà Soares Pontes, Maria Vaudelice Mota, Maria do Socorro de Sousa |
Publisher | Universidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em SaÃde PÃblica, UFC, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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