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SER MULHER E MÃE CEGA - A (CON)VIVÃNCIA SOCIAL E CUIDADOS MATERNOS: DOS ENFRENTAMENTOS AOS ENSINAMENTOS / Being a woman and a blind mother - social coexistence and maternal care:from coping to teaching

FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico / No processo de desenvolvimento do ser humano, os atributos do cuidar sÃo fundamentais. Nem todos as mÃes que sÃo cuidadoras podem estar em seu pleno estado de saÃde ou ainda, ter perfeito funcionamento dos seus ÃrgÃos dos sentidos. Algumas deficiÃncias podem interferir no cuidado dos filhos e à muito importante para os serviÃos de saÃde, avaliar como se sentem essas mÃes e quais as suas principais dificuldades na interaÃÃo com os seus filhos. Embora Ãs pessoas cegas falte a visÃo, elas utilizam o tato, a audiÃÃo e o olfato com maior precisÃo, o que contribui para sua autonomia. A pessoa com deficiÃncia encontra tambÃm dificuldades de participaÃÃo na vida social, nÃo sà por enfrentar o preconceito, o isolamento com a diminuiÃÃo das relaÃÃes sociais e familiares e o estigma por parte da comunidade, mas tambÃm pela carÃncia de polÃticas pÃblicas que facilitem seu acesso ao transporte, à moradia, aos serviÃos de saÃde, à educaÃÃo, enfim, Ãs necessidades bÃsicas que os cidadÃos tÃm direito. O objetivo geral deste estudo foi compreender o significado de ser mÃe cega na perspectiva de mulheres com deficiÃncia visual. O estudo foi do tipo descritivo, exploratÃrio de abordagem qualitativa. A situaÃÃo social em que desenvolvemos este estudo abrangeu o domicÃlio das mÃes cegas e ambientes extradomiciliares de convÃvio com seus filhos de 0 a 10 anos de idade, no perÃodo de abril a outubro de 2013. Utilizou-se como referencial metodolÃgico a etnografia e os referenciais teÃricos da Teoria do Enfrentamento (Coping Theory) e do Interacionismo SimbÃlico. A populaÃÃo do estudo foi composta por quatro mÃes cegas. Foram utilizadas as tÃcnicas de entrevista em profundidade, observaÃÃo participante etnogrÃfica e diÃrio de campo. Para a anÃlise e a interpretaÃÃo dos dados foi utilizada a Teoria Fundamentada em Dados, a qual proporciona que se atinja uma teoria explicativa para o fenÃmeno atravÃs dos prÃprios dados coletados. Foi identificado para o fenÃmeno como categoria central âser mulher e mÃe cega: dos enfrentamentos aos ensinamentosâ, que ocorre em meio ao contexto de reconhecimento do tipo de vÃnculo com os serviÃos e profissionais de saÃde, a percepÃÃo do apoio familiar e os conflitos de relacionamento conjugal. Para que este fenÃmeno ocorra sÃo condiÃÃes que o causam, como a vivÃncia da maternidade, o surgimento da deficiÃncia visual. As repercussÃes da deficiÃncia no cotidiano interferem na tomada de aÃÃes que demonstram como essas mÃes lidam com o fenÃmeno. Para tanto, utilizam estratÃgias como enfrentamento para cuidar, utilizando recursos para garantir a sobrevivÃncia dos seus filhos. Tais aÃÃes geram como consequÃncias o nascimento de uma nova mÃe e, por fim, a tentativa de ir levando a vida. Em meio a esses fatores, essas mulheres vivem a maternidade como uma realizaÃÃo normalizadora para sua vivÃncia adulta, colocando-as em igualdade com as demais mÃes. Percebemos que as mÃes cegas, apesar de suas limitaÃÃes sensoriais, sÃo capazes de prestar os cuidados relacionados à saÃde, alimentaÃÃo e prevenÃÃo de acidentes domÃsticos aos seus filhos de 0 a 10 anos de idade. A realizaÃÃo de tais cuidados de maneira adequada e segura se dava atravÃs da utilizaÃÃo de estratÃgias de enfrentamento. Tais estratÃgias incluÃam o uso dos sentidos remanescentes e da rede social de apoio. Considera-se, ainda, que muito necessita ser transformado nos serviÃos de saÃde em busca da acessibilidade da pessoa com deficiÃncia. Evidencia-se a necessidade de cumprir os padrÃes legais em busca do acesso facilitado a essas mÃes cegas e seus filhos nos serviÃos pÃblicos. / In human beingsâ development process, care attributes are fundamental. Not all the mothers that are caregivers might be completely healthy or still, have perfect functioning of their sense organs. Some physical disabilities might interfere in the care provided to their children and it is very important for health services to evaluate how these mothers feel and what their main difficulties with their children are. Although blind people do not see, they use touch, hearing and smell more precisely, what contributes to their autonomy. Disabled people also have difficulties in having a social life, not only for facing prejudice, isolation with decreased social and family relations and the stereotype imposed by the community, but also due to a lack of public policies that facilitate their access to transportation, housing, health services, education, in short, to basic needs that every citizen has the right to. The general aim of this study was to understand the meaning of being a blind mother in the perspective of women with visual disability. The study was descriptive and exploratory with a qualitative approach. The social situation in which this study was conducted involved blind mothersâ homes and outside spaces of experiences with their children from 0 to 10 years of age, in the period from April to October 2013. It was used as a methodological reference the ethnography and the theoretical references from the Coping Theory and from the Symbolic Interactionism. The population of the study was composed of four blind mothers. It was used the techniques of deep interviews, ethnographic participant observation and field diary. For data analysis and interpretation it was used the Grounded Theory, which allows one to achieve an explanatory theory through the data collected. One identified for the phenomenon as the main category âbeing a woman and a blind mother: from coping to teachingâ, which occurs in the context of recognizing the kind of bond with health services and professionals, the perception of family support and the conflicts of marital relationship. For this phenomenon to happen, there are conditions that cause it, such as maternityâs experience and the appearance of visual impairment. The repercussions of disability in everyday life interfere in the decision making that shows how mothers deal with this phenomenon. To do so, they use strategies such as coping in order to take care, using resources to guarantee their childrenâs survival. Such actions generate as consequences the birth of a new mother, and finally, the attempt to continue living. Among these factors, women live maternity as an accomplishment that regulates their adult lives, making them similar to other mothers. It is realized that blind mothers, in spite of their sensory limitations, are able to provide care related to health, feeding and prevention of domestic accidents to their children from 0 to 10 years old. The conduction of such care measures in an appropriate and safe way was performed through coping strategies. Those strategies included the use of other senses and of a support social network. It is still considered that there is a lot to be changed in health services in search of disabled peopleâs accessibility. It is highlighted the need to follow legal standards in order to facilitate access of blind mothers and their children to public services.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:11862
Date27 June 2014
CreatorsCamilla Pontes Bezerra
ContributorsMÃrcia Maria Tavares Machado, AndrÃa Caprara, Cristiana Brasil de Almeida RebouÃas, Lorita Marlena Freitag Pagliuca, Raimunda MagalhÃes da Silva
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em SaÃde Coletiva (AssociaÃÃo de IES Ampla AA - UECE/UFC/UNIFOR), UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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