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Sedimentologia e estratigrafia quaternária dos depósitos costeiros da região de Vitória, ES

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Previous issue date: 2014 / FAPES, CAPES / Oscilações do nível relativo do mar no Quaternário revelam mudanças na arquitetura e
na composição dos depósitos sedimentares em função de eventos transgressivos /
regressivos, energia do ambiente e influência marinha e continental. Assim, a
estratigrafia tem contribuição importante na interpretação destes componentes que
prognosticam a arquitetura de fácies e reconstroem o período de sedimentação.
Evidências geomorfológicas são usadas também para compreender a evolução da
planície costeira e indicadores sedimentológicos, biológicos e geoquímicos são usados
para reconhecer os paleoambientes deposicionais. A área de estudo compreende os
depósitos Quaternários costeiros da região de Vitória, ES caracterizada por uma
planície estreita limitada entre depósitos rochosos. A metodologia se dividiu em
mapeamento geológico e topográfico, análise estratigráfica e análise morfoscópica e
geoquímica. Os mapas geológicos foram realizados por meio de interpretação de
fotografias aéreas, cartas topográficas e campo. O mapa topográfico foi gerado a partir
da modelagem digital do terreno. A análise estratigráfica foi realizada por meio de
coleta de sedimentos de sub-superfície por meio de sondagens e vibratestemunhador.
Foram realizadas quatro sondagens de 20 m de perfuração sobre a planície e três
testemunhos rasos entre 2 a 5 m de sobre o mangue. Nos sedimentos foram realizadas
as seguintes análises: granulometria; queima de matéria orgânica e CaCO3, via úmida
para teor de lama/areia e classificação das espécies de concha. Nas amostras das
sondagens os sedimentos foram avaliados também quanto à composição mineralógica
e quanto ao grau de arredondamento, aspecto óptico e microtexturas dos grãos de
quartzo por meio de morfoscopias óptica e eletrônica de varredura. Nas amostras dos
testemunhos o sedimento orgânico foi analisado quanto à razão C/N. Vinte datações
foram realizadas: dezenove por 14C, sendo dezoito em conchas e uma em sedimento
orgânico e uma por LOE em grãos de quartzo. Desta forma, esta tese objetiva
investigar a resposta dos depósitos sedimentares costeiros decorrentes das oscilações
do nível do mar nos últimos 120 mil anos na região. Os resultados contribuíram para a
compreensão da evolução estratigráfica, o papel das variações do nível do mar nos
registros sedimentares e a importância do controle geomorfológico no preenchimento
da bacia de sedimentação. Não foram encontradas evidências, como terraços
arenosos, associados à transgressão máxima de 120 mil anos A.P. A presença de
estuário moderno, áreas deprimidas e úmidas na planície e cordão praial junto à praia
atual evidenciam momentos de nível de mar mais alto no Holoceno. A presença de
conchas marinhas e estuarinas, fragmentos de bioclastos, nódulos carbonáticos, razão
C/N abaixo de 21 e grãos de quartzo com maturidade textural de praia são indicadores
de influência marinha no ambiente. Seis paleoambientes foram reconhecidos:
continental com influência marinha, fluvial, baía, estuarino, praial e canal de maré. Os
parâmetros texturais dos grãos de quartzo mostraram o pouco alcance dos grãos
costeiros no interior da bacia de sedimentação. As microtexturas por ação mecânica na
superfície dos grãos indicaram predomínio de grãos correlacionados ao regime fluvial,
transportados sobre curtas distâncias e as microtexturas por ação química são
indicadores de ambientes sob influência de águas marinhas e baixa energia. A
proposta de modelo evolutivo para a área se resume da seguinte forma: no estágio
isotópico 5 o embaiamento de Vitória era uma ampla baía de baixa energia e conexção
livre com mar. Por volta de 38.890 ± 180 e >50.540 anos A.P. (estágio isotópico 3) temse
o registro de um evento transgressivo na região. No estágio isotópico 2, os
processos continentais reinam e depósitos fluviais no interior da bacia datados na
superfície em 36.307 ± 3.292 anos A.P. registram o período regressivo. No estágio
isotópico 1, fácies de baía datadas entre 9.448 ± 38 e 7.154 ± 157 anos cal A.P.,
voltam a ocupar a baía de Vitória durante a transgressão, que evoluem para fácies
estuarinas no interior da baía até o presente. Na parte exposta, um cordão praial é
formado em torno de 7.930 ± 150 anos cal A.P e posteriormente afogado. Com a
regressão parte do estuário se mantêm, algumas áreas interiores são colmatadas e
transformadas em depressão de planície úmidas modernas e áreas próximas ao mar
respondem à descida do nível do mar com a construção de um cordão iniciado a 3.136
± 185 e 3.201 ± 175 anos cal. A.P., formando a planície de Camburi. / Fluctuations in relative sea level during the Quaternary reveal changes in the
architecture and composition of sedimentary deposits due to transgressive / regressive
events, energy of the environment and, marine/continental influence. Thus, the
stratigraphy has important contribution to the interpretation of these components to
predict facies architecture and reconstruct the sedimentation period. Geomorphological
evidence is also used to understand the coastal plain evolution. Sedimentological,
geochemical and biological indicators are used to recognize the depositional
paleoenvironments. The study area comprises the Quaternary coastal deposits of
region of Vitória, ES. The area is characterized by a narrow coastal plain between
rocks. The methodology is divided into geological and topographic mapping,
stratigraphic, morphoscopic and geochemical analysis. The stratigraphic analysis was
performed by collecting sediment subsurface through deep cores (SPT) and shallow
cores (vibracores). Four deep cores with 20 m drilling on the plain and three shallow
cores between 2-5 m drilling on mangroves were performed. Sediments were analyzed
by: particle size; organic matter and CaCO3 contents and, shell species classification.
Sediments from deep core were also assessed for mineralogical composition and
rounding degree, optical appearance and microtextures of quartz grains by optical and
scanning electron microscope. Sediments from vibracore were also analyzed for C/N
ratio. Twenty datings were performed: 19 by 14C (18 in shells and 1 in organic sediment)
e 1 by LOE (quartz). Thus, this thesis aims to investigate the response of coastal
sedimentary deposits resulting from fluctuations in sea level during the last 120,000
years in the region. The results contributed to the understanding of the stratigraphic
evolution, the role of sea level variations in sedimentary records and the importance of
geomorphological control to fill the sedimentation basin. No evidence was found, as
sandy terraces associated with the maximum transgression in 120,000 years B.P. The
presence of modern estuary, wetlands and beach barrier near the beach current show
times of higher sea level during the Holocene. The presence of marine and estuarine
shells, fragments of bioclasts, carbonate nodules, C/N ratio below 21 and quartz grains
with beach maturity are indicators of marine influence on the environment. Six
paleoenvironments were recognized: continental with marine influence, fluvial, bay,
estuary, beach barrier and tidal channel. The textural parameters of quartz grains
showed little scope of coastal grains within the sedimentation basin. The microtextures
by mechanical action on the grain surface indicated predominance of grains related to
the fluvial system. Microtextures by chemical action are indicators of environments
influenced by marine water and low energy. The proposed evolutionary model for the
area is summarized as follows: At isotope stage 5 the region of Victoria was a wide bay
with low energy and free connection with the sea. Around 38,890 ± 180 and > 50,540
years B.P. (isotopic stage 3) the records show a transgressive event in the region. At
isotope stage 2, fluvial deposits dominate the plain. The surface of this deposit was
dating in 36,307 ± 3292 years B.P. At isotopic stage 1, bay facies dated between 9,448
± 38 and 7,154 ± 157 cal years B.P., return to occupy the Victoria Bay during
transgression, which evolve to estuarine facies to the present. The exposed part a
beach barrier is formed around 7,930 ± 150 cal years B.P. and subsequently drowned.
Estuary remains with the regression. Some interior areas are transformed into wetlands
while, areas near the sea respond to the lowering of sea level by building a beach
barrier started at 3,136 ± 185 and 3,201 ± 175 cal years B.P., forming the Camburi
plain.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/1683
Date03 December 2014
CreatorsMachado, Giseli Modolo Vieira
ContributorsAlbino, Jacqueline, Silva, Cleverson Guizan, Muehe, Dieter, Baptista Neto, José Antonio, Ferreira Junior, Paulo Dias, Bastos, Alex Cardoso
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formattext
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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