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Projeto de vida de adoção: práticas e dificuldades dos técnicos em acolhimento residencial

A família constitui a fonte primordial de cuidados à criança, sendo expetável que forneça segurança e respostas individualizadas que garantam o bem-estar necessário ao seu crescimento. Quando a família não demonstra a capacidade de cumprir as suas fuµções de proteção e suporte à criança, esta pode ser encaminhada, através das medidas de proteção e promoção dos direitos das crianças, para acolhimento. O Acolhimento Residencial refere­ se a um contexto de vida fora da família biológica que visa protegê-la e promover o seu bem-estar, devendo esta medida ser transitória. Quando o retomo à família biológica não oferece a segurança necessária em termos de proteção e cuidados, cabe à equipa técnica da Casa de Acolhimento a avaliação da situação da criança acolhida e a definição de um Projeto de Vida alternativo. A adoção surge como uma das medidas de proteção mais eficazes, pois possibilita à criança a integração numa família que lhe transmita afeto e que dê resposta às suas necessidades. Contudo, dada a história de vida destas crianças, o Projeto de Vida de Adoção comporta perdas e receios levando a que nem sempre seja fácil para estas aceitá­ lo. Neste sentido toma-se fundamental que haja um acompanhamento próximo por parte dos técnicos das Casas de Acolhimento ao longo de todo o processo de adoção, de modo a aumentar a participação ativa da criança e favorecendo a apropriação do projeto pensado para a sua vida, sendo que isto também se constitui um desafio para o técnico. Este estudo surge da necessidade de se conhecerem as práticas atuais dos técnicos e as dificuldades sentidas ao longo da gestão do Projeto de Vida de Adoção, com vista a conhecer as suas necessidades de formação. Para isso desenvolveu-se o Questionário sobre Práticas e Dificuldades, destinado a identificar as práticas e dificuldades dos técnicos, ao longo das várias fases que contemplam o Projeto de Adoção. O tratamento de resultados implicou uma análise quantitativa e qualitativa das respostas. O estudo contou com a participação de 23 profissionais pertencentes à equipa técnica de 5 Casas de Acolhimento. Os resultados descrevem as práticas relatadas pelos técnicos assim como as suas dificuldades, sugerindo a necessidade de investir em algumas áreas específicas de formação e na supervisão técnica. Os resultados serão analisados e discutidos à luz das implicações que têm para a qualificação das práticas destes profissionais.

Identiferoai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/108442
Date20 November 2017
CreatorsBárbara Burgos Castilho Marques
ContributorsFaculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Source SetsUniversidade do Porto
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação
Formatapplication/pdf
RightsrestrictedAccess

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