A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) pode ser vista como resultado de forças institucionais e políticas que influenciam a adoção de certas práticas pelas empresas na busca por legitimidade. Tais práticas incluem a colaboração com o Estado a partir de políticas já existentes, além de esforços da empresa para criar novas políticas. Empresas também colaboram com o Estado na sua capacidade administrativa e física para resolver problemas sociais. Isso pode ser feito por filantropia ou participação em programas governamentais ou pelo desenvolvimento de soluções inovadoras por parte da empresa (Zhao, 2012). O objetivo desta pesquisa é analisar como as empresas brasileiras utilizam a RSC em suas estratégias de legitimidade política e qual o papel desempenhado pelas fundações corporativas (FCs) nesse processo. Realizou-se uma análise qualitativa de conteúdo sobre as interações entre empresa-Estado a partir de 104 relatórios de sustentabilidade, no período entre 2015-2017, de empresas listadas na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), em junho de 2017 A análise qualitativa foi realizada para identificar as interações empresa-Estado nos relatórios e para classificá-las em tipos de estratégias de legitimidade via RSC. Por análises de regressão, buscou-se evidenciar as diferenças na adoção de estratégias de legitimação política via RSC entre empresas que possuem fundação e aquelas que não possuem. Foram definidas as seguintes hipóteses: H1 - Empresas que possuem fundações corporativas exercem mais a RSC que cria novos arranjos políticos do que as empresas que não possuem fundações corporativas; H2 - Empresas que possuem fundações corporativas exercem mais a RSC que cria novas capacidades para que o estado responda a questões socioambientais do que as empresas que não possuem fundações corporativas; H3 - Empresas que possuem fundações colaboram de forma mais intensiva com organizações sem fins lucrativos do que aquelas que não possuem fundações. Os dados gerais (empresas com e sem FCs) mostram uma média maior de atividades de legitimidade política via RSC, classificadas como Estratégia: \"Políticas existem, empresas usufruem\", indicando uma dependência das atividades de RSC às leis de incentivo e em conformidade com regulamentações em áreas como meio ambiente. Em relação às FCs, análises de regressão mostraram influência significativa das FCs nas estratégias de \"Mudar arranjos políticos existentes\" e \"Fornecer inovação para a capacidade operacional e decisória do Estado\". Foram encontradas atividades na área de formulação de políticas públicas setoriais, de educação, além da participação das fundações na gestão pública, fornecendo novas soluções para problemas sociais em parceria com o Estado. / Corporate Social Responsibility (CSR) is the result of institutional and political forces that influence the adoption of certain practices by companies in their search for legitimacy. Such practices include collaboration with the state by existing policies, as well as company\'s efforts to create new policies. Companies also collaborate with the state in its administrative and physical capacity to solve social problems. Philanthropy or participation in government programs or the development of innovative solutions by the company can be a mean to do that. (Zhao, 2012). The objective of this research is to analyze how Brazilian companies use CSR in their political legitimacy strategies and what is the role played by corporate foundations (CF\'s) in this process. A qualitative content analysis on firm-State interactions was carried out with 104 sustainability reports, from the period between 2015-2017, of companies listed in B3 (Brazilian stock market) in June 2017. The qualitative analysis was performed to identify the firm-State interactions in the reports and to classify them into types of legitimacy strategies via CSR. Regression analyzes showed the differences in the adoption of political legitimation strategies via CSR between companies that have foundations and those that do not have. The following hypotheses have been defined: H1 - Companies with Corporate Foundations engage in more CSR activities that creates new political arrangements (\"Policy exploration\" strategy) than companies that do not have CF\'s; H2 - Companies that have Corporate Foundations engage in more CSR activities that creates new capacities for the state to respond to socio-environmental issues (\" Capacity exploration\" strategy) than companies that do not have CF\'s; H3 - Companies with Corporate Foundations collaborate more intensively with non-profit organizations than those without CF\'s. The general data (companies with and without CF\'s) show a greater average of activities of political legitimacy via CSR activities classified as \"Policy Exploitation\" strategy, indicating a dependence of CSR activities on incentive laws and in compliance with regulations in areas such as the environment. Regarding to the CF\'s, regression analyzes showed a significant influence of the CF\'s in \"Policy exploration\" and \" Capacity exploration\" strategies. There were found activities in the area of sectoral public policies formulation, education. In addition to those indirect activities on the State, the reports showed the foundations\' involvement in public management, providing new solutions to social problems in partnership with the State.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-28062019-161659 |
Date | 26 April 2019 |
Creators | Bittar-Godinho, Juliana de Souza |
Contributors | Masiero, Gilmar |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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