Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2017-09-26T04:19:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2017 / Muitas famílias de pequenos agricultores da atualidade obtêm sua subsistência e produtos para serem comercializados através de técnicas de manejo da floresta de origem indígena, que integram floresta e agricultura. Em Biguaçu, SC, agricultores reproduzem uma técnica de manejo que acontece em muitas regiões tropicais do mundo, essa prática agrícola é denominada roça de toco, roça de coivara ou roça itinerante. O processo da roça de toco inicia-se com a derrubada e a queima da floresta, que precede um período de cultivo que pode variar de 1 a 3 anos. Após o cultivo, as áreas de roça de toco são deixadas em pousio, fase em que a área ?descansa? por um período variável, geralmente de 10 a 15 anos. Com relação às pesquisas atuais, muitas vezes parece não haver consenso sobre a sustentabilidade desta prática e suas consequências ao solo e a vegetação. Pesquisas apontam que a análise das condições do solo pode ser um eficiente indicativo de sustentabilidade na agricultura. Os atributos químicos e físicos do solo, além da matéria orgânica do solo (MOS), são frequentemente estudados como indicadores da qualidade do solo por estarem totalmente correlacionados com os sistemas de manejo adotados. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar em uma cronossequência do sistema roça de toco se o período de pousio adotado é capaz de restabelecer as condições do solo semelhantes a uma floresta madura e comparar com outros usos agrícolas. Foram coletadas amostras de solo deformadas e indeformadas nas profundidades de 0-5, 5-10 e 10-20 cm em três fases que compõe esse sistema (roça de toco 2 anos, pousio de 10 anos, pousio de 15 anos), bem como em áreas próximas com cultivo de eucalipto e um sistema agroflorestal, além da floresta madura nunca manejada (tratamento controle). Os atributos físicos e químicos avaliados foram densidade do solo (Ds), diâmetro médio geométrico dos agregados (DMG), índice de sensibilidade do DMG (ISDMG), carbono orgânico total (COT), nitrogênio total (NT), CO e N particulado (COp e Np), CO e N associado aos minerais (COam e Nam). Em relação aos atributos físicos do solo, o sistema roça de toco não altera os valores de densidade do solo em comparação à floresta madura, ao SAF e ao eucalipto. Porém diminui os valores de agregação (DMG) na camada superficial do solo (0-5 cm) durante o período de roça 2 anos em relação a floresta madura, ao SAF e ao eucalipto. O pousio por 15 anos restabelece os valores de DMG iguais aos encontrados na floresta madura, assim como no SAF e eucalipto. O índice de sensibilidade para o DMG (ISDMG) demonstra claramente a melhoria da agregação para o pousio 15 anos em relação à roça de 2 anos e pousio 10 anos em todas as profundidades avaliadas. Para os atributos químicos, os teores de COT diminuem no sistema roça de 2 anos e aumentam a partir dos 10 anos de pousio para as profundidades de 0-5 e 10-20 cm, sendo semelhantes aos valores encontrados na floresta madura, SAF e eucalipto. Para o COp e COam, o pousio 15 anos aumenta os valores desses atributos em relação a roça de 2 anos e restabelece os teores semelhantes aos encontrados nos sistemas com eucalipto e SAF. Os teores de NT, Np e Nam, de maneira geral, diminuem nos anos subsequentes à queima, mas voltam a aumentar aos 15 anos de pousio, assemelhando-se aos valores da floresta madura e maiores que o SAF e eucalipto. Conclui-se que o pousio da roça de toco, quanto mantido por 15 anos ou mais, na condição de um ciclo de cultivo por área, é capaz de restabelecer os atributos químicos e físicos do solo semelhantes ao de um solo de floresta madura e a sistemas de uso do solo que nunca tiveram roça de toco (SAF e eucalipto).<br> / Abstract : In some coastal areas of Santa Catarina, Brazil, farmers reproduce a management technique called slash-and-burn agriculture. With regard to current research, there often seems to be no consensus on the sustainability of this practice and its consequences on soil and vegetation. The analysis of soil conditions can be an efficient indicative of sustainability in agriculture, so the present study aimed to evaluate in a chronosequence of the slash-and-burn system if the fallow period adopted is capable of restoring soil conditions. Undisturbed soil samples were collected at depths of 0-5, 5-10 and 10-20 cm in three phases that compose this system (two-year stump grazing, 10-year old fallow, 15-year old fallow), as well as in nearby areas with eucalyptus cultivation and an agroforestry system, in addition to mature forest never managed (control treatment). The physical and chemical attributes evaluated were soil density (Ds), aggregate geometric mean diameter (GMD), sensitivity index of DMG (SIGMD), total organic carbon (TOC), total nitrogen (TN), particulate CO and N COp and Np), CO and N associated with the minerals (COam and Nam). Regarding the physical attributes of the soil, the stump system does not alter soil density values. It decreases the aggregation values (GMD) in the superficial layer of the soil (0-5 cm) during the 2-year rotation period, but they are reestablished in the 15-year fallow. The sensitivity index for GMD (ISGMD) clearly demonstrates the improvement of aggregation at 15-year fallow in relation to 2-year-old grazing and 10-year fallow at all depths evaluated. For the chemical attributes, TOC contents decrease in the 2-year crop system and increase from 10 years of fallow to depths of 0-5 and 10-20 cm, similar to the values found in mature forest, SAF and eucalyptus. For the COp and COam, the 15 year old fallow increases the values of these attributes in relation to the 2 year old tree and reestablishes the contents similar to those found in the systems with eucalyptus and SAF. The levels of NT, Np and Nam in general decline in the years following the burning, but increase again at 15 years of fallow, similar to mature forest values and larger than SAF and eucalyptus.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/179792 |
Date | January 2017 |
Creators | Lintemani, Mariane Gonçalves |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Fantini, Alfredo Celso, Loss, Arcângelo |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 77 p.| il., gráfs., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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