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A escolarização dos imigrantes e de seus descendentes nas colônias italianas de Curitiba, entre táticas e estratégias (1875-1930)

Resumo: Esta tese analisa a constituição da escolarização entre imigrantes italianos e seus descendentes em Curitiba e nas colônias italianas dos seus arredores, criadas a partir do final do século XIX. Busca compreender a cultura escolar instituída nas instituições escolares públicas, étnico-comunitárias, italianas laicas e confessionais católicas. Como recorte temporal o estudo privilegiou o ínterim de dois períodos: 1875, ano que corresponde à chegada e instalação desses colonos em terras paranaenses com a fundação da primeira colônia italiana no Estado, a colônia Alexandra; e, 1930, momento em que se inicia no Brasil o processo de nacionalização. A maior parte da documentação foi consultada no Arquivo Público do Paraná. Foi possível conhecer as correspondências entre os colonos, professores, inspetores e as autoridades e os relatórios dos Secretários da Instrução Pública do Paraná. Em outros arquivos, como o Arquivo Edgard Leuenroth e o Círculo de Estudos Bandeirantes foi possível localizar as demais fontes como periódicos, fotos, atas, estatutos, cartas, anuários, estatísticas e relatórios. A vasta bibliografia sobre a imigração italiana no Brasil e no Paraná também foi utilizada para compreender a colonização e seus diversos aspectos. Como referencial teórico, a tese está fundamentada nas contribuições dos seguintes teóricos: Roger Chartier (1991) sobre os conceitos de representação e apropriação; Michel de Certeau (2007), o qual ajudou a compreender as táticas e estratégias dos imigrantes e das autoridades do ensino no processo de escolarização; Faria Filho (2007) que possibilitou a compreensão do termo escolarização; e Vinão Frago (2001-2008) que contribuiu para refletir sobre a cultura escolar como produto da escola e dos sujeitos em relação. A escola era visualizada como o lugar fundamental na formação das novas gerações, seja pela possibilidade de adaptação social, pela manutenção da cultura e língua do país de origem, pela possibilidade de formação de uma geração de católicos ou pela afirmação do estado/nação italiano e brasileiro. A escola que predominou no cenário escolar das colônias foi a pública. Em menor abrangência, a escola étnico-comunitária italiana e as escolas italianas laicas e confessionais católicas, foram evidenciadas como partes integrantes no processo de constituição da escolarização entre imigrantes italianos e descendentes na região de colonização italiana nas cercanias da cidade de Curitiba. Os imigrantes e seus descendentes prezavam pela manutenção da italianità e pela formação de uma nova geração de católicos, sendo efetiva a participação da comunidade italiana na organização da escolarização paranaense, o qual possibilitou inclusive ao elemento nacional, o acesso mais célere à escolarização pública. Por outro lado, essa participação da comunidade italiana em prol da escolarização trazia sérias ameaças ao projeto de nacionalização do Brasil, e no início da década de 1930, as escolas não poderiam deixar transparecer qualquer resquício de italianità. A partir deste período a escola pública foi reafirmada e as escolas étnicas extintas.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/29795
Date12 November 2013
CreatorsMaschio, Elaine Cátia Falcade
ContributorsOliveira, Marcus Aurelio Taborda de, 1964-, Universidade Federal do Paraná. Setor de Educação. Programa de Pós-Graduaçao em Educaçao
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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