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Não-aprender-na-escola: a busca pelo diagnóstico nos (des)encontros entre saúde e educação / Not-learn-at-school: the search for the diagnosis in (mis)macthes between health and education

Na atualidade há nas escolas um crescente aumento nos diagnósticos de dificuldades no processo de escolarização e a consequente medicalização de crianças. Diante disso, essa pesquisa teve como objetivo compreender como e por quais motivos é realizada a busca pelo diagnóstico do estudante com dificuldade no processo de escolarização. Teve como objetivo específico compreender a participação da escola nesse processo, identificar os profissionais envolvidos e quais as concepções e práticas presentes na produção do diagnóstico do não-aprender-na-escola. A análise dessa pesquisa está fundamentada na Psicologia Histórico-Cultural. Esse referencial teórico permite problematizar a naturalização das dificuldades no processo de escolarização, construindo uma visão crítica e reflexiva sobre esse processo. Este trabalho se caracteriza como uma pesquisa de campo e o método de investigação consiste em um estudo de caso em uma escola pública municipal. Os procedimentos utilizados foram entrevistas semiestruturadas, individuais e em grupos, com professores, pais e profissionais da saúde que participaram, respectivamente, de encaminhamento, atendimento e avaliação de crianças com dificuldades de escolarização. A discussão foi organizada em quatro grandes eixos para evidenciar os objetivos iniciais: (I) os motivos que justificam o não-aprender-na-escola; (II) as estratégias em situações de dificuldade de escolarização e os motivos do encaminhamento para o equipamento de saúde; (III) como são realizados os encaminhamentos para o equipamento da saúde; (IV) ações frente às queixas de dificuldades no processo de escolarização. A pesquisa indicou que quando a escola procura os motivos pelo não-aprender da criança, logo encontra as respostas na história de vida desta e, assim, a queixa torna-se individualizada e inicia-se a busca por um diagnóstico. A burocratização dos serviços públicos da saúde parece culminar em poucos casos de estudantes diagnosticados na escola, embora haja tentativas para se chegar aos diagnósticos; além disso, não existe uma política pública efetiva que atenda essa demanda e o que vemos são os constantes reencaminhamentos das crianças. Além de buscar na saúde uma solução às suas queixas escolares, a escola propõe diversas ações interventivas no processo de escolarização, como recuperação paralela, recuperação contínua, reuniões de professores e, mais recentemente, as microrredes entre saúde e educação. Discuto, nesse trabalho, que a história da psicologia contribuiu para a visão individualizante presente na escola sobre a queixa escolar e, por isso, a busca pelo diagnóstico é vista como uma esperança para essa instituição. Nessa discussão, defendo a criação de novos sentidos para compreender a queixa escolar, potencializando as ações que a escola já possui e desencadeando novos modos de agir frente às dificuldades em questão / Nowadays is possible to verify there is a growing increase in diagnostic of learning difficulties that leads to the medicalization of children. Therefore, this study aimed to understand how and for what reasons the search for the students´ diagnosis with difficulties in learning process is performed. This study had as specific goal to understand the school´s participation in this process, identifying the professionals involved and the conceptions and practices present in the production of diagnostic of learning disabilities. The analysis of this research is bases on Historical-Cultural Psychology. This theory allows us to problematize the naturalization of difficulties in learning process, building a critical and reflective view of this process. This work is characterized as a field research and the method is a case study in a public school. The procedures used were semi-structured interviews, with teachers, parents and health professionals who participated of, respectively, to refer, to treat and to evaluate children with learning disabilities. The discussion was organized around four main lines: (I) the reasons for the non-lean-at-school; (II) intervention strategies and reasons for to refer learning disabilities to the health services; (III) how the refers for health services are performed; (IV) actions in the face off learning difficulties complaints. This research has indicated that when school seeks the reasons of not learning in a child, soon finds the answers in his or her life story and thus the complaint becomes individualized and begins the search for a diagnosis. The bureaucratization of public health services seems to culminate in a few cases of students diagnosed at school, although there are attempts to reach the diagnosis. Furthermore, there is no effective public policy that deals with this demand and what we see are the constant redirections of children from one public service to another. Besides looking at health issues a solution to their problems, the school offers a range of interventional actions in the educational process, such as parallel recovery, continued recovery, teacher´s meetings and, more recently, micro policy network between health and education. I discuss in this work that the history of psychology has contributed to the individualistic vision present in the school and, therefore, the search for diagnosis is seen as a hope for that institution. In this discussion, I support the creation of new senses to understand the school´s complaints, empowering the existing school actions and triggering new ways of acting in the face of learning disabilities

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-10082015-104003
Date01 April 2015
CreatorsTerra-Candido, Bruna Mares
ContributorsSekkel, Marie Claire
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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