Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2015. / Made available in DSpace on 2016-10-19T12:39:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2015 / A trajetória de retorno ao trabalho daqueles acometidos por algum comprometimento de saúde tem se caracterizado por problemáticas que envolvem a avaliação médica pericial, a condição de saúde em que ocorre o retorno ao trabalho, aspectos psicológicos e organizacionais envolvidos neste processo. Estes aspectos, isolados ou em conjunto, comprometem a capacidade para o trabalho, uma vez que fatores como a própria capacidade e a funcionalidade do trabalhador não são consideradas com finalidade de avaliação da saúde e da reinserção no posto ou ambiente de trabalho em que este retorna. A percepção de capacidade para o trabalho refere-se à qualidade atribuída pelo próprio sujeito, bem como o sentimento de aptidão para realizar as atividades inerentes ao seu trabalho. A capacidade para o trabalho refere-se à qualidade física, intelectual ou psicológica e o quanto está capaz para atender as demandas do trabalho. Já a funcionalidade refere-se à aptidão física envolvida na execução do trabalho. Diante do exposto, este estudo teve como objetivo compreender a percepção de capacidade para o trabalho de trabalhadores que, após período de afastamento, retornaram às atividades laborativas com diferentes graus de funcionalidade. Para tanto, objetivou: Identificar a percepção de trabalhadores sobre sua capacidade para o trabalho; Avaliar o grau de capacidade de trabalhadores que retornam ao trabalho e Avaliar o grau de funcionalidade de trabalhadores que retornam ao trabalho. A abordagem adotada foi qualitativa. O campo de pesquisa foi restrito a duas indústrias do ramo têxtil localizadas em Joinville, Santa Catarina, sendo uma empresa de pequeno e a outra de médio porte. Os participantes foram 11 trabalhadores, de ambos os sexos, com idade entre 20 e 49 anos, que retornaram ao trabalho após período de afastamento. Para a coleta de dados foram utilizados três instrumentos complementares entre si: Índice de Capacidade para o Trabalho, Roteiro de Entrevista e, Checklist (Versão 2.1) da Classificação internacional de Funcionalidade (CIF). O conjunto de informações colhidas foi analisado de modo casuístico e, posteriormente foram analisados o conjunto de dados de todos os sujeitos. O comprometimento da saúde mostrou estar presente no retorno ao trabalho, e este, por sua vez pode ser agravado devido às características da função, da qualidade dos relacionamentos, do volume de trabalho, da carga horária, entre outros, de modo a sobrecarregar o trabalhador agravando ou desencadeando doenças físicas e/ou transtornos psicológicos. Indícios apontam que a satisfação com trabalho é percebida e vivenciada negativamente após o retorno aotrabalho. Ao comparar os dados de satisfação com trabalho e função, no momento que precedeu o afastamento e após o retorno ao trabalho, percebe-se que antes do afastamento os participantes diziam-se mais satisfeitos. O sentimento de bem estar também pareceu ser alterado após o retorno ao trabalho. As informações colhidas neste estudo revelam que; alguns trabalhadores, que realizam atividades que demandam esforço físico, apresentaram deficiências relacionadas à movimentação corporal e funções neuromusculoesqueléticas. Estes por sua vez, apresentam funcionalidade para desenvolver atividades que exigem funções mentais e sociais. Em contra partida, outros trabalhadores não apresentaram incapacidades, estes, apresentaram funcionalidade em todas as áreas avaliadas, o que confere aptidão para desenvolver atividades que demandem funções físicas, mentais, sociais e de mobilidade, muito embora, sintomas depressivos foram identificados. Nota-se que a percepção dos sujeitos sobre a sua própria capacidade para o trabalho são, em alguns casos, divergentes do grau de capacidade apresentado pelo ICT. Tal fato sugere que a vivência subjetiva de cada trabalhador, os sentimentos, a presença de dores e/ou comprometimento físico e/ou psicológico, pode exercer influências sobre a própria percepção de capacidade, de tal modo que esta seja percebida em maior ou menor grau pelo sujeito. Já, em outros casos, a percepção de capacidade pareceu estar relativamente de acordo com o grau de capacidade para o trabalho. Dos participantes que percebem ter pior ou mesmo grau de capacidade daquele avaliado pelo instrumento, quatro possuem incapacidade relacionada a atividades que demandam esforço físico e quatro não apresentam incapacidades. Três participantes percebem ter mais capacidade para o trabalho, dos quais, dois possuem incapacidade relacionada a atividades que demandam esforço físico e um não possui incapacidade. Diante do exposto, a percepção de capacidade para o trabalho desempenha um importante papel na qualidade dos sentimentos vivenciados e na saúde psicológica dos trabalhadores que retornam ao trabalho, dado seu nível de comprometimento, ou não, de saúde para executar as atividades inerentes a função. De posse das evidências apontadas, salienta-se a importância de estudos futuros que possam vir a aprofundar a temática abordada e preencher as lacunas aqui existentes.<br> / Abstract : The return journey to work of those affected by any health commitment has been characterized by problems involving expert medical evaluation, the health condition that occurs the return to work, psychological and organizational aspects involved in this process. These aspects alone or together compromise the ability to work, as factors such as one's capacity and functionality of the worker are not considered for purposes of assessing the health and reintegration in post or workplace where one returns . The ability to work refers to the quality attributed by the subject itself, and the sense of fitness to perform some activity inherent in the work, while the functionality refers to the physical fitness involved in the execution of the work. Given the above, this study aimed to understand the perception of ability to work of workers who after cooling off period returned to work activities with varying degrees of functionality. Therefore, the objective was: To identify the perception of workers about their ability to work; Evaluate the level of ability of workers who return to work and evaluate the degree of functionality of workers who return to work. The approach was qualitative. The research field is restricted to two industries in the textile industry located in Joinville, Santa Catarina, being a small company and the other mid-sized. The participants were 11 workers of both sexes, aged between 20 and 49 years, who returned to work after cooling off period. To collect data three complementary instruments were used together: Ability Index for Work, Interview Guide and Checklist (Version 2.1) of the international Classification of Functioning (ICF). The set of collected information was analyzed in casuistically mode and the data set of all subjects were subsequently analyzed. The health commitment showed being present in the return to work, and this itself can be aggravated due to the function characteristics, quality of relationships, workload, the workload schedule, among others, in order to overload the worker worsening or triggering physical and / or psychological disorders. Evidence points that satisfaction with work is perceived and experienced negatively after returning to work. By comparing the data of satisfaction with work and function at the time that preceded the departure and after returning to work, it is clear that before the cooling off period participants said to be more satisfied. The feeling of well-being also seemed to be changed after returning to work. The information gathered in this study reveal that; some workers who perform activities that require physical exertion showed deficiencies related to body movement and neuromusculoskeletal functions. These in turn have functionality todevelop activities that require mental and social functions. By contrast, other workers did not have disabilities, they showed functionality in all assessed areas, which gives ability to develop activities that require physical function, mental, social and mobility, though, depressive symptoms were identified. It is realized that the perception of the subjects on their own ability to work are, in some cases, differing in the degree of capacity presented by ICT. This suggests that the subjective experience of each worker, the feelings, the presence of pain and / or physical and / or psychological impairment, may exert influence on the perception of capacity, so that it is perceived to a greater or lesser degree by the subject. Otherwise, in other cases, the perception ability seemed to be relatively in accordance with the degree of workability. From the participants who perceived having worse or the same level of capability than that evaluated by the instrument, four have disability related to activities that require physical exertion and four do not have disabilities. Three participants perceive to have more capacity for work, of which two have disability related to activities that require physical exertion and one has no disability. Given the above, the perceived ability to work plays an important role in the quality of feelings experienced and the psychological health of workers who return to work, given their level of commitment, or not, health to perform the inherent function activities. Armed with the evidence presented, it highlights the importance of future studies that may deepen the theme addressed and fill the existing gaps in here.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/169296 |
Date | January 2015 |
Creators | Batista, Cristiane Elisa Ribas |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Tolfo, Suzana da Rosa, Cruz, Roberto Moraes |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 214 p.| il. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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