Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, 2007. / Submitted by Luis Felipe Souza (luis_felas@globo.com) on 2008-12-03T17:01:41Z
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Tese_2007_EdilsonSantos.pdf: 496774 bytes, checksum: d4fa87541432edc54a6576f404116c04 (MD5) / Para conhecer os padrões de consumo de antibacterianos em unidades de terapia
intensiva (UTI) do Distrito Federal foram realizados dois estudos. O primeiro, de
natureza retrospectiva, foi efetuado em um hospital privado, abrangendo o período de
janeiro de 2001 a junho de 2004. Utilizaram-se dados agregados obtidos dos arquivos
eletrônicos da farmácia hospitalar e todos os 2890 pacientes admitidos na UTI durante o
período de estudo foram considerados. Ficou evidenciado que cada paciente internado
na UTI utilizou, em média, 1,9 DDD (dose diária definida) de antibacteriano por dia de
internação. Durante o período estudado, a taxa global de consumo de antibacterianos
não se alterou significativamente (p = 0,151). No entanto, houve mudança significativa
nas taxas de consumo de dois grupos de antibacterianos: as penicilinas/inibidores de
beta-lactamases aumentaram de 306,6 DDD/1000 pacientes-dia (DDD1000), em 2001,
para 686,5 DDD1000, em 2004 (p = 0,002); e os glicopeptídeos diminuíram de 146,1
DDD1000, em 2001, para 70,3 DDD1000, em 2004 (p = 0,001).
Os antibacterianos mais utilizados pertenciam aos grupos das penicilinas/inibidores de
beta-lactamases, cefalosporinas de 3ª. geração, quinolonas e carbapenêmicos.
Houve correlação positiva e significativa entre as taxas de consumo de antibacterianos,
a global e a dos grupos de antibacterianos utilizados principalmente em casos de
infecções adquiridas na UTI (cefalosporinas de 3ª. geração, quinolonas, carbapenêmicos
e glicopeptídeos), e a taxa global de infecção hospitalar e a razão de utilização de
procedimentos de risco para aquisição de infecção hospitalar. A única exceção foi o
grupo dos carbapenêmicos, cujas taxas de consumo não se associaram com os
indicadores de infecção hospitalar.
O segundo estudo, de natureza prospectiva, foi realizado em três UTI, escolhidas por
conveniência: duas em instituições públicas (Hospital Regional de Ceilândia – HRC e
Hospital Regional de Taguatinga – HRT) e uma em hospital privado (Hospital Santa
Luzia – HSL). O período de abrangência do estudo foi de 01/10/2004 a 30/09/2005.
Utilizaram-se amostras aleatórias simples dos pacientes admitidos em cada uma das três
UTI e os números de pacientes incluídos foram 53 (HRC), 40 (HRT) e 103 (HSL).
Coletaram-se dados referentes aos pacientes e às unidades, como idade, sexo,
procedência, tipo de paciente, gravidade, permanência e estado vital no momento da alta da unidade, e dados referentes ao consumo de antibacterianos, aos indicadores de
infecção hospitalar e à sensibilidade bacteriana aos antimicrobianos.
Evidenciou-se que os pacientes e as UTI dos hospitais públicos apresentaram-se
semelhantes em diversas características, com exceção da taxa de infecção da corrente
sangüínea, significativamente maior na UTI do HRT (12,13 casos/1000 cateteres
centrais-dia) do que na UTI do HRC (2,83 casos/1000 cateteres centrais-dia). Por outro
lado, houve diferença significativa entre as UTI dos hospitais públicos e do hospital
privado em relação nos seguintes aspectos: 1) A proporção de pacientes clínicos foi
maior nos hospitais públicos; 2) Os pacientes internados nos hospitais públicos
procederam principalmente de outros hospitais enquanto os do hospital privado eram
provenientes do centro cirúrgico do próprio hospital; e 3) Os índices de gravidade, os
indicadores de utilização de procedimentos de risco para infecção hospitalar, as
proporções de pacientes que utilizaram antibacterianos, o tempo de permanência e as
taxas de mortalidade foram maiores nos pacientes dos hospitais públicos do que no
hospital privado.
Apesar de a taxa de consumo de antibacterianos na UTI do hospital privado (2191,7
DDD1000) ter sido significativamente maior do que nos hospitais públicos (HRC: 1661,2
DDD1000; HRT: 1383,3 DDD1000; p < 0,001), os grupos de antibacterianos mais
consumidos foram semelhantes nas três UTI (penicilinas/inibidores de beta-lactamases,
cefalosporinas de 3ª. geração, carbapenêmicos e quinolonas). Da mesma forma, no que
pôde ser avaliado, foi semelhante o perfil de resistência bacteriana nas três unidades.
Conclui-se que as taxas de consumo de antibacterianos nas UTI analisadas encontramse
na ampla faixa observada em UTI de diversas partes do mundo, com exceção da taxa
de consumo no hospital privado, que se situou acima do percentil 90 da faixa de
consumo internacional. Além disso, os antibacterianos mais utilizados, de uma maneira
geral, são de espectro amplo ou intermediário. Esse aspecto sugere que o uso de
antibacterianos exerce forte pressão seletiva sobre o ambiente das unidades avaliadas.
________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / To know the patterns of use of antibacterial agents in the intensive care units (ICU) of
the Federal District have been conducted two studies. The first study was retrospective
and it was done in a private hospital, from January 2001 to June 2004. There used
aggregate data from the electronic files of the hospital pharmacy and all 2890 patients
admitted to the ICU during the period were considered. It this study was found that each
patient hospitalized in the ICU used, on average, 1.9 DDD (defined daily dose) of
antibacterial per day of hospitalization. During the period studied, the overall rate of
consumption of antibacterial not changed significantly (p = 0.151). However, there was
significant change in the rates of consumption of two groups of antibacterial: there was
increase in the consumption of penicillin / inhibitors of betalactamases, from 306.6
DDD/1000 patients-day (DDD1000) in 2001, to 686.5 DDD1000 in 2004 (p = 0.002), and
reduction in the consumption of glycopeptides from 146.1 DDD1000, in 2001, to 70.3
DDD1000 in 2004 (p = 0.001).
The most widely used antibacterial belonged to groups of penicillin / inhibitors of
betalactamases, 3rd generation cephalosporins, quinolones and carbapenemics.
Both, the overall rates of consumption of antibacterial and the rates of the groups of
antibacterial used mainly in cases of infections acquired in the ICU (3rd generation
cephalosporins, quinolones, carbapenemics and glycopeptides), showed significantly
correlation with the overall rates of hospital infection and with the ratio of the use of the
risk procedures for hospital infection. The only exception was the group of
carbapenemics, whose rates of consumption is not associated with indicators of hospital
infection.
The second study was prospective. It was done in three ICU, chosen for convenience:
two in public institutions (Regional Hospital of Ceilândia - HRC and Regional Hospital
of Taguatinga - HRT) and one in private hospital (Santa Luzia Hospital - HSL). The
period of coverage of the study was from 01/10/2004 to 30/09/2005. Simple random
sample of patients admitted in each of the three ICU were used and the numbers of
patients included were 53 (HRC), 40 (HRT) and 103 (HSL). Data were colleted relating to patients and to units such as age, sex, origin, type of
patient, severity, and mortality, and data relating to the consumption of antibacterial, the
indicators of hospital infections and the bacterial antimicrobial sensitivity.
It was revealed that patients and the ICU of the public hospitals had been similar in
many features, except the rate of infection of the current blood, significantly higher in
the ICU of the HRT (12.13 casos/1000 catheters central-day) than in the ICU of the
HRC (2.83 casos/1000 catheters central-day). Moreover, there was significant
difference between the ICU of the public hospitals and the private hospital on the
following aspects: 1) The proportion of the clinical patients was greater in the public
hospitals; 2) The patients admitted in public hospitals have mainly from other hospitals
while those in the private hospital were from the surgical room of the hospital, and 3)
The score of gravity, the ratio of the use of procedures for risk for hospital infections,
the proportions of patients who used antibacterial, the permanence time and the rates of
mortality patients were higher in public hospitals than in private hospitals.
Although the rate of consumption of antibacterial in the ICU of the hospital private
(2191.7 DDD1000) was significantly higher than in public hospitals (HRC: 1661.2
DDD1000; HRT: 1383.3 DDD1000, p <0.001), the antibacterial groups most consumed
were similar in the three ICU (penicillin / inhibitors of betalactamases, 3rd generation
cephalosporins, quinolones and carbapenemics). Similarly, as could be judged, was
similar to the profile of bacterial resistance in the three units.
It follows that the rates of consumption of antibacterial analyzed in ICU are in the broad
range observed in ICU from various parts of the world, except the rate of consumption
in the private hospital, which was above the percentile 90. In addition, the antibacterial
most used, in general, are of broad or intermediary spectrum. These suggest that the use
of antibacterial exerts strong selective pressure on the environment of the ICU
evaluated.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/1119 |
Date | 13 December 2007 |
Creators | Santos, Edilson Floriano dos |
Contributors | Pires, Liana Lauria |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | Free, info:eu-repo/semantics/openAccess |
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