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Vontade de verdade e ciência: um ensaio acerca da auto-supressão da moral em Nietzsche

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Previous issue date: 2010 / Truth was always in the heart of philosophical speculations and meditations; it justifies each and every effort and sacrifice because it is expected to obtain the highest religious, moral, intellectual and metaphysical gains. Nietzsche doesn‟t accept this modus operandi; he bears that there is no such thing as eternal, permanent truth. What does exist is the necessity to establish criteria, rules – a truth – that make possible human survival in society. Truth is only considered because there is a will, that means, in the core of the subject-matter there is no metaphysical ground that makes sure truth validity; instead, there is a wish to make perpetual, eternal that which is always changing; the conviction that nothing is more necessary than what is true, that truth is endlessly better than falsity, that truth is the highest value: this is what Nietzsche calls “will of truth”. In this sense, it‟s morals that certify truth and, obviously, truth doesn‟t have its own self-justification any more. According to this, the rational project of a search, by all means, for truth is cast aside and debased to a lower level, since the trust in reason, in human intellect, is a moral phenomenon. Thus, for Nietzsche, the question about values, especially about moral values, is more essential than the question about truth, about certainty. Therefore, philosophy must formulate the critic of morals to be truly critical. The critic of morals is developed in a genealogical perspective, identifying the origins, the birth and the invention of moral values. From then, moral self-suppression emerges whereas the will of truth acts against truth understood as a high good and also against morals as sense-giving to existence. / A verdade é um dos pontos centrais das especulações e meditações filosóficas; ela justifica todos os esforços e sacrifícios de quem a procura, pois são esperadas as mais altas gratificações religiosas, morais e intelectuais. Nietzsche descarta peremptoriamente este modo de proceder; sustenta que não há uma verdade eterna, imutável. Segundo ele, o que existe é a necessidade de estabelecer critérios que possibilitem a sobrevivência humana em sociedade. A verdade só é estimada pelos homens porque há uma vontade de verdade. Dito de outro modo, na base da verdade não há um fundamento metafísico que assegura a sua validade, mas sim uma vontade de tornar fixo e eterno aquilo que está em permanente mudança. Nietzsche denomina “vontade de verdade” a crença de que nada é mais necessário do que o verdadeiro, de que a verdade é infinitamente superior ao falso, de que a verdade é o valor superior. Sendo assim, é a moral que dá valor à verdade e, evidentemente, a verdade não possui mais a sua autojustificação. Nesta perspectiva, o projeto racional da busca pela verdade a todo custo é descartado e rebaixado a um segundo nível, uma vez que a confiança na razão é um fenômeno moral. Por isso, para Nietzsche, a temática dos valores, especialmente os valores morais, é mais essencial do que a questão da verdade, da certeza. Logo, para ser verdadeiramente crítica, a filosofia deve fazer uma crítica da moral; e esta deve ser desenvolvida numa perspectiva genealógica no intuito de identificar a origem e a invenção dos valores morais. A partir de então, é que surge a auto-supressão da moral na medida em que a vontade de verdade atua contra a verdade enquanto valor superior e contra a moral enquanto doadora de sentido à existência.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:RI_PUC_RS:oai:meriva.pucrs.br:10923/3441
Date January 2010
CreatorsPagno, Jonas Grejianin
ContributorsOliveira Junior, Nythamar Hilario Fernandes de
PublisherPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da PUC_RS, instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, instacron:PUC_RS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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