FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico / Este trabalho tem como objetivo principal descrever e analisar o uso do verbo tomar, esclarecendo sobre sua natureza, funÃÃes e restriÃÃes. Para a descriÃÃo e anÃlise dos dados, adotamos a perspectiva funcionalista da linguagem, cujo pressuposto principal à a concepÃÃo da lÃngua como um instrumento de comunicaÃÃo, adaptativo Ãs necessidades comunicativas do falante. O corpus de estudo foi composto pelas seguintes instÃncias discursivas: acadÃmico, jornalÃstico e literÃrio, nos sÃculos XIV, XVII e XX do portuguÃs europeu, e nos sÃculos XVII e XX, do portuguÃs brasileiro, retirados do Corpus do PortuguÃs, de Davies e Ferreira (2006). Acreditamos que tomar à usado em configuraÃÃes distintas da que ele tem originalmente como verbo pleno, ou seja, quando ele à nÃcleo da predicaÃÃo e designa uma aÃÃo concreta de pegar, ao apresentar extensÃes de sentido, ao atuar como verbo-suporte e em expressÃes cristalizadas. Com base nos pressupostos do Funcionalismo linguÃstico, em especial as teorias sobre GramaticalizaÃÃo, explicamos o processo de mudanÃa pelo qual esse verbo passa, descrevendo e analisando seus usos. Os resultados da anÃlise de 1.228 dados mostraram que: (1) o verbo tomar à produtivo nos sÃculos XIV, XVII e XX; (2) nos contextos em que atua como verbo pleno, o verbo tomar significa pegar; nos contextos em que atua como verbo estendido, tomar apresenta extensÃes de sentido; nos contextos em que atua em expressÃes cristalizadas, à suporte de categorias gramaticais do verbo, mas à semanticamente opaco; nos contextos em que atua como verbo-suporte, o verbo tomar nÃo constitui sozinho o nÃcleo do predicado, jà que se acompanha de um sintagma nominal com o qual constitui um nÃcleo predicativo e de que depende o sentido da construÃÃo; (3) o estudo revela que, no sÃculo XIV, o verbo pleno à mais frequente e que, nos sÃculos XVII e XX, comeÃa a haver o aumento no uso de construÃÃes com verbo-suporte e declÃnio do uso do verbo pleno, o que indica uma possÃvel gramaticalizaÃÃo: a substituiÃÃo do verbo pleno (ex.: banhar-se) pelo uso de construÃÃes com verbo-suporte correspondentes (tomar banho); e (4) vÃrias razÃes motivaram tal substituiÃÃo, como uma maior versatilidade sintÃtica, reduÃÃo da valÃncia do verbo, maior adequaÃÃo comunicativa, maior precisÃo semÃntica e efeito na configuraÃÃo textual.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:8856 |
Date | 26 September 2014 |
Creators | LavÃnia Rodrigues de Jesus |
Contributors | MÃrcia Teixeira Nogueira, Maria AngÃlica Furtado da Cunha, Aluiza Alves de AraÃjo, MÃrluce Coan, Hebe Macedo de Carvalho |
Publisher | Universidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em LingÃÃstica, UFC, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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