As visitas a espaços não formais como as áreas protegidas têm sido utilizadas na educação escolar. Estudos já realizados mostram a importância dessas visitas, bem como algumas de suas fragilidades. Porém, há necessidade de se compreender a contribuição desses momentos para a escola. Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar a existência de contribuições dessas visitas às escolas e, caso existentes, caracterizá-las, considerando as concepções e práticas dos envolvidos na visitação e os seus contextos institucionais. Dados iniciais foram coletados por meio de questionário e permitiram mapear as áreas protegidas do Instituto Florestal e da Fundação Florestal, unidades da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que desenvolvem atividades de uso público com estudantes e professores, com foco nas visitas escolares monitoradas. A partir das respostas, foram selecionadas duas áreas, uma de cada unidade, para análise. Foram realizadas observações de visitas escolares monitoradas, entrevistas com representantes das áreas e professores das escolas visitantes e coletados documentos referentes a essas áreas. Para análise, consideraram-se referências do campo da educação escolar e da educação ambiental na perspectiva crítica, bem como documentos normativos referentes à educação ambiental em áreas protegidas. Constatou-se que em 72% (quarenta e nove) das sessenta e oito áreas protegidas administradas pelo Instituto Florestal e Fundação Florestal que responderam a pesquisa são desenvolvidas atividades de uso público com professores e alunos, sendo que as visitas escolares monitoradas ocorrem em 66% (quarenta e cinco áreas), com a presença das trilhas em grande parte dessas áreas. Nas concepções dos envolvidos, são indicadas contribuições à educação escolar, com ênfase na vivência propiciada aos alunos. Das três visitas acompanhadas, apenas uma propôs metodologia diferenciada da expositiva, com busca de objetos na trilha. Em todas predominaram informações biológicas, sem valorização, na prática pedagógica, da conservação e sem relação com a perspectiva crítica da educação ambiental. Deste modo, as contribuições ficam restritas à sua importância enquanto momento de vivência no ambiente natural pelos estudantes, conforme valorizado pelos entrevistados, e atividade prática complementar. Considerando estes resultados, confirma-se a hipótese de que as visitas escolares monitoradas contribuem para a educação escolar. Essa contribuição ocorre por meio da oportunidade da visita (como direito e parte da formação cidadã), da vivência no ambiente natural proporcionada aos alunos (que possibilita o despertar de sentimentos e emoções) e da contribuição ao trabalho docente (apoio para a realização de atividade prática e momento de relaxamento, com diminuição do desgaste profissional). Para a potencialização e ampliação dessas contribuições, em direção à perspectiva crítica da educação ambiental, são propostos aspectos pedagógicos e institucionais a serem considerados na visitação escolar monitorada em áreas protegidas. / Visits to non-formal places, such as in protected areas, have been used in school education. Researches show the importance of these visits as well as some weaknesses. However, there is a need to understand the contribution of these moments to the school. Thus, this research goal was to analyze the existence of contributions from these visits to school and, in case of affirmative answer, typify them considering visitors\' conceptions and practices and their institutional context. Initial data have been collected through a questionnaire. This allow a mapping of protected areas from the Forest Institute and Forest Foundation, both units of Environment Secretariat of São Paulo State that develop public use activities with scholars and teachers, focused on monitored school visits. From the answer of the questionnaire, two areas of different units have been selected for analyses. This study also holds observations of monitored school visits and interviews of representatives from the areas and teachers from schools that have visited the venue. It also collected documents of these areas. For analysis, were considered references in school education field and in environmental education in a critical view as well as normative documents regarding environmental education in protected areas. It has been observed that in 72% (forty nine) of sixty eight protected areas administrated by the Forest Institute and Forest Foundation that answered the questionnaire public use activities are being developed with scholars and teachers, giving that monitored school visits occurred in 66% (forty five areas), with the presence of tracks in most of them. The point of view of everyone involved show contributions to school education, emphasizing the experience provided to students. From the three visits followed, only one proposed a different explanation methodology, with objects search during the track. In all of them, prevailed biological information, without any promotion of conservation in the pedagogical practice and without relation with a critical perspective of the environmental education. Thus, contributions are limited to its importance as students\' personal experiment moment in a natural habitat, according pointed by interviewers, as well as a complementary practice. Considering these results, has been confirmed the hypothesis that monitored school visits contribute to scholar education. This contribution occurred by visits opportunity (as a right and part of citizen training), by providing students to live in a natural habitat (allowing feelings and emotions to awake) and by contributing to teachers work (supporting the development of a practical activity and a relax moment which can reduce work-related strain). In order to enhance and amplify all these contributions toward a critical perspective of environmental education, this study proposes pedagogical and institutional aspects that must be considered in monitored school visits in protected areas.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-26072018-150813 |
Date | 06 April 2018 |
Creators | Maria Luísa Bonazzi Palmieri |
Contributors | Vânia Galindo Massabni, Rosa Maria Feiteiro Cavalari, Maria Angelica Penatti Pipitone, Paulo Takeo Sano, Marcos Sorrentino |
Publisher | Universidade de São Paulo, Ecologia de Agroecossistemas, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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