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Sonhos na clínica psicanalítica e na cultura : um estudo de "o espelho" de Tarkovski / Dreams in psychoanalytic clinic and culture : a study of Tarkovski's "The Mirror"

A obra escrita de Tarkovski e o filme O Espelho são analisados à luz da teoria psicanalítica da interpretação dos sonhos articulando conceitos vindos de outros campos do conhecimento, quais sejam inconsciente ótico e choque em Walter Benjamin. O filme se passa em lugares do passado de Tarkovski, evocados a partir de lembranças encobridoras, sonhos e devaneios, em que o cineasta é espectador e ator. Há a referência, no título e ao longo das cenas, ao espelho, também usado por Lacan, como modelo de dispositivo ótico, ao teorizar sobre a formação da função do “Eu”. Através desta análise, pretendeu-se aproximar a linguagem do filme à linguagem do sonho, encontrando conteúdos oníricos latentes. São analisadas as filiações e influências, o roteiro, e aquilo que fala nas lembranças de infância, nos sonhos e devaneios associados às tradições culturais russas, ao poeta Puchkin e a Dostoievski. Identificam-se aspectos do pensamento utópico e articulações psicanalíticas na cena do devaneio do personagem Ignat. Também são comentadas articulações à estética do choque em Walter Benjamin, nas cenas de déjà vu de Ignat e no fenômeno análogo que acometeu Maria na cena da tipografia. O conceito de Outra cena, do campo freudiano, é contextualizado na discussão do filme e também cotejado com elementos da teoria platônica apontados por Lacan em seus seminários. Finalmente, a cena de levitação de Maria é comparada com a cena da pintura de Füssli The Nightmare e interpretada como sendo de um sonho de angústia. / Tarkovski's written work and the film The Mirror are analyzed in the light of psychoanalytic theory of interpretation of dreams being articulated with concepts from other fields of knowledge, such as optic unconscious and shock at Walter Benjamin’s writings. The film takes place somewhere in Tarkovski’s past, evoked from screen memories, dreams and daydreams, in which the filmmaker is a spectator and an actor at a time. There is a reference, in the title and throughout the scenes, to the mirror, which is also used by Lacan, as the model of an optical device, in theorizing about the formation of the function of the "self". Through this analysis, it was intended to approximate the language of the film to the language of the dream and find latent dreams contents. The affiliations and influences, the script, and what he talks about in the memories of childhood, the dreams and daydreams associated with Russian cultural traditions, the poet Puchkin and Dostoyevsky are analyzed. We identify aspects of utopian thinking and psychoanalytic articulations in the scene of Ignat's daydream. Similarly, articulations among the aesthetics of the shock in Walter Benjamin, in the déjà vu scenes of Ignat and in the analogous phenomenon that rushed Maria in the typography scene are also commented in this work. The concept of Other scene, from the freudian field, is contextualized in the discussion of the film and also compared with elements of the platonic theory pointed out by Lacan in his seminars. Finally, the levitation scene of Mary is compared to the painting scene of Füssli The Nightmare and interpreted as being of a dream of anguish.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/159023
Date January 2017
CreatorsOliveira, Marisa Terezinha Garcia de
ContributorsFroemming, Liliane Seide
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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