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Da enxada à colher de pedreiro : trajetórias de vulnerabilidade social na construção civil

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Previous issue date: 2008-06-20 / Financiadora de Estudos e Projetos / The research has as objective to study the occupational trajectories of unstable workers of
construction industry that face a permanent social vulnerability. We tried to analyze the type
of strategies and social networks used by these unstable workers, through the insecurity of
employment contracts and the absence of social State protection or in front of some difficult
to obtain formal protection. We examine how they deal with the social and natural events like
employee job search, unemployment, unstable income, ageing and absence from work caused
by work-related accidents and illness and how they appealed to informal social networks to
solve these specific situations. We also analyze the workers perceptions of how this
circumstance affects their working conditions, their health and their social reproduction. For
this, we interviewed twenty civil building laborers of São Carlos-SP, Brazil, with at least
twenty-five years old and five years working as a buildings laborer. We choice this sector
because of its high instability, large informal contingent, outsourcing and subcontracted
workers, high turnover, harmful working conditions and insecurity of employment contracts.
The qualitative analysis shows that construction industry, that have been historically an
employment choice for young rural migrants, newly unemployed person and workers without
experience, becomes a job opportunity (or the last choice) for retirements and specialized
labor force, dismissed of heavy industry during the process of productive restructuring. Some
of them, who already had experimented labor and social security laws, starts to work in a
social and economic precarious situation after set to work in construction industry, such as
metal workers. We identified that informal social networks are crucial for professional
vulnerability, job inconstancy and absence from work, at long last, in the daily survival. The
most important social networks are the nuclear family, blood ties, communal identity and
religious identification. The state is increasingly less present and the non-state public
institutions, such as the union, are not part of these work s networks. The workers don t have
financial conditions to acquire private forms of protection and in front of the life instability,
they build strategies such as double day of work, pin money, purchasing goods profitable,
and, in some cases, they need to continue working after retirement. The vulnerability present
along all trajectories, make workers notes their condition with powerlessness, revolt and
resignation. / A pesquisa teve como objetivo estudar as trajetórias ocupacionais de trabalhadores instáveis
da construção de edificações frente à vulnerabilidade social. Procuramos analisar as
estratégias utilizadas e/ou planejadas por estes operários diante da precariedade dos contratos
de trabalho e diante da ausência ou dificuldade de acesso à proteção social exercida pelo
Estado. Investigamos como lidam com acasos naturais ou sociais da existência como a
procura por trabalho, o desemprego, a instabilidade de renda, o envelhecimento ou
afastamento por doenças ou acidentes ocupacionais e o recurso às redes sociais informais na
resolução dessas questões. Buscamos analisar ainda a percepção dos trabalhadores sobre
como este contexto afeta suas condições de trabalho, sua saúde, bem como sua reprodução
social. Foram entrevistados vinte operários da construção de edificações da cidade de São
Carlos-SP, Brasil, com mais de vinte cinco anos e no mínimo cinco anos de trabalho no setor.
A escolha deste setor é justificada pelo alto índice de instabilidade, grande contingente de
trabalhadores informais, terceirizados e subcontratados, alta rotatividade, nocividade das
condições de trabalho e precariedade dos contratos de trabalho. As análises realizadas
apontam que a construção de edificações, além de ser historicamente uma oportunidade de
trabalho para jovens migrantes de origem rural, recém-desempregados e para indivíduos sem
experiência de trabalho, torna-se uma opção (ou falta de) de trabalho para aposentados e
operários fabris demitidos com a reestruturação produtiva. Parte dos entrevistados, que ao
longo de suas trajetórias ocupacionais usufruíram direitos trabalhistas e previdenciários,
passa a vivenciar, na construção de edificações, a precarização econômica e social resultante
da perda de direitos, como no caso dos ex-metalúrgicos. Constatamos que as redes sociais
informais são fundamentais no enfrentamento da vulnerabilidade profissional, da
inconstância de serviços, nos períodos de afastamento, enfim, na sobrevivência cotidiana.
Prevalece o apoio da família nuclear e das redes formadas na consangüinidade, na
identificação comunal e na identificação religiosa. O Estado encontra-se cada vez menos
presente e as instituições públicas não-estatais, como o sindicato, não fazem parte da rede
destes trabalhadores. Os trabalhadores não dispõem de condições financeiras para adquirir
formas privadas de proteção e diante da instabilidade da vida sobrevivem com dupla jornada
de trabalho, bicos, busca de aquisição de bens rentáveis e, em alguns casos, a continuidade do
trabalho após a aposentadoria. A vulnerabilidade presente em toda a trajetória, faz com que a
percepção de sua condição misture impotência, revolta e resignação.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufscar.br:ufscar/3320
Date20 June 2008
CreatorsCockell, Fernanda Flavia
ContributorsBento, Paulo Eduardo Gomes
PublisherUniversidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, UFSCar, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSCAR, instname:Universidade Federal de São Carlos, instacron:UFSCAR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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