[pt] A presente dissertação procura compreender algumas
reflexões sobre a
história contidas nos Ensaios Morais, Políticos e
Literários do filósofo escocês
David Hume (1711-1776). Neste trabalho (1758), cuja
característica dominante é
a heterogeneidade dos temas abordados, o autor busca o
conhecimento dos
assuntos humanos sob uma perspectiva secularizada,
mostrando que entre uma
idealização da sociedade (e de uma conduta moral dos
homens que nela vivem) e
sua realidade concreta a escolha para o verdadeiro
esclarecimento deve recair
sobre esta última, desmistificando quaisquer hipóteses
metafísicas e religiosas
como guias ao saber. Tomando a Inglaterra como exemplo
preferencial não
apenas dos avanços conquistados pelo mundo moderno
europeu, mas também dos
principais problemas deste, Hume estabelece algumas
reflexões - tal como a
moderação nas disputas políticas e a interdependência
econômica entre os países -
que têm por objetivo a fundamentação de uma ciência
política. Para esta concorre
também uma crítica empírica, que levará o escocês a
priorizar os aspectos gerais
das sociedades (como a economia, as instituições, os
avanços técnicos) como
modo de explicação da dinâmica histórica, que, segundo sua
percepção, opera por
transformações lentas e graduais, de forma seqüenciada,
nunca ou raramente de
maneira abrupta e imediata. Procuramos, além disso,
analisar a importância
metodológica de sua regra geral para a reflexão histórica,
pois, por meio desta
regra, Hume faz tanto considerações acerca do passado como
propõe observações
gerais para sua época e para o futuro, assinalando, desta
forma, a maneira como as
sociedades se desenvolveram e como elas, provavelmente, se
desenvolveriam
doravante, almejando o primeiro passo em direção a um
conhecimento científico
do funcionamento do conjunto social, capaz de permanecer
ante as próprias
mudanças circunstanciais pelas quais as sociedades
naturalmente passam. / [en] The present research aims to comprehend some thoughts on
history within
the Essays Moral, Political and Literary, by the Scottish
philosopher David Hume
(1711-1776). In this particular work (1758), whose
dominating characteristic is
the heterogeneity of the proposed themes, the author is
looking for the knowledge
of human affairs under a secular perspective, exposing
that between an
idealization of society (including the moral conduct of
men who live under her)
and its concrete reality, the choice towards the very true
knowledge must stand
with the last, demystifying any metaphysical and religious
hypothesis as guides to
the capacity of learning. Taking England as a preferential
example of the advances
and problems of modern Europe, Hume sets some reflections -
just as moderation
in politics affairs and the economic interdependence among
States - which
observe the goal of founding a science of politics. In its
basis remains an empirical
criticism, which leads the Scot to conceive a priority to
the general aspects of
societies (as economy, institutions, technical advances)
as a model of explanation
on the historical dynamics, which, according to his
conception, is transformed
slowly and gradually, in a sequential way, never or rarely
trough fast and
immediate changes. One looked for, besides these aspects,
to analyze the
methodological importance of the author´s general rule to
the historical concern,
for, by using her, Hume wonders about the past and either
proposes general
directions for his time and future, marking, this way, how
societies historically
must have developed and how they, probably, would develop
themselves from
now on, aiming the first step to a scientific knowledge of
society as a whole, that
would be able to remain even through the circumstantial
changes that naturally
take place in societies.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:9538 |
Date | 15 February 2007 |
Creators | FLAVIO DA SILVA RIBEIRO |
Contributors | MARCELO GANTUS JASMIN |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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