Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antrolopologia Social, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-26T03:21:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1
293779.pdf: 4478608 bytes, checksum: 0545e35adf781a89a4d3ee87a84215d5 (MD5) / Para os Mbya a comida é um meio fundamental de produção de um corpo puro e durável, que gere a eles longevidade e capacidades xamânicas. Em Tekoa Marangatu, uma aldeia no litoral de Santa Catarina, no Brasil, os mais velhos aconselham todos na comunidade a comerem os produtos da roça e do mato. Contudo, nesse grupo local eles se veem na situação de ter que comer o que é trazido dos mercados, pois a terra é insuficiente e a natureza da relação com a sociedade envolvente está mudando. A vida contemporânea nessa aldeia mbya é marcada pela presença próxima dos Brancos, o que eles evitavam até poucas décadas atrás, e em parte por uma conjuntura sociopolítica favorável produzida pela Constituição Brasileira de 1988, que garantiu aos povos indígenas direitos sobre a terra, a educação, a saúde e seu patrimônio cultural. Diante da diminuição de recursos ambientais e da dinâmica social mais ampla, este trabalho explora as estratégias empregadas pelos Mbya para garantir a produção adequada
dos corpos e das relações sociais. A comparação com os dados resultantes da experiência etnográfica prévia em uma aldeia kaiowaguarani, localizada em Mato Grosso do Sul, facilitou o aprofundamento no tema. Este estudo conclui que as evitações e práticas alimentares, as quais contribuem para manutenção de um corpo propriamente mbya, bem como para a produção social, são parte do xamanismo mbya e nos levam a entendê-lo como um modo de conhecimento e comunicação. / For the Mbya-Guarani people, food is the fundamental means to produce a pure and enduring body, one that provides longevity and shamanic capacities. In Tekoa Marangatu, a coastal village in the State of Santa Catarina, Brazil, the elders counsel members of their community to eat foods produced in their fields or those which result from hunting or gathering in the forest. However, this community is in a situation in which they are increasingly forced to consume products purchased at local markets, since their land is insufficient and the nature of interaction with the larger society is changing. The contemporary life in this Mbya village is marked by the presence of and frequent relationship with non-Guarani people, whom they
tended to avoid until a few decades ago. This is due in part to the favorable sociopolitical situation that has been stimulated by the Brazilian Constitution of 1988, which guarantees Indigenous peoples# rights with respect to land, education, health and cultural patrimony. In the face of decreasing environmental resources and widening social dynamics, this work explores the strategies employed by the Mbya in order to guarantee the adequate production of bodies and relationships. Comparing the Mbya data with that from a previous ethnographic experience in a Kaiowa-Guarani village, located in Mato Grosso do Sul, further enhances the analysis. This study
concludes that food practices and avoidances, which contribute to the
construction and stability of individual and social bodies, should be
considered as part of Mbya shamanism as way of knowledge and communication.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95556 |
Date | January 2011 |
Creators | Silveira, Nádia Heusi |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Langdon, Esther Jean |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 273 p.| il |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0018 seconds