O Vale do Ribeira paulista é a principal região produtora de banana do Brasil, é uma área importante de conservação da biodiversidade, mas também uma das zonas mais pobres do estado. Assim sendo, é necessário que novas formas de cultivos dessa fruta, mais sustentáveis, como a agricultura orgânica, sejam consideradas como uma forma de promover o desenvolvimento local, minimizando os impactos negativos no ambiente. Para tanto, é imprescindível que os principais problemas do sistema agrário em questão sejam claramente conhecidos, a fim de permitir propostas de melhorias no sistema que sejam bem aderidas à realidade. Essas questões foram aqui discutidas na escala do sistema agrário da região, através de análises dos dados do último censo agropecuário do Brasil, realizado pelo IBGE, para a construção prévia de um panorama da agricultura orgânica e da fruticultura orgânica no país. Posteriormente foram conduzidos 11 estudos de caso, os quais exemplificam experiências singulares de cultivo da bananeira na região. Esses estudos foram combinados com parâmetros agronômicos mensurados no primeiro semestre de 2014, além de diversas entrevistas realizadas com agentes chave do sistema agrário da bananicultura do Vale do Ribeira. Foi encontrado que no país todo há uma tendência de quanto maior a área das propriedades, maior é a proporção de estabelecimentos praticantes de agricultura orgânica certificada, dentro do universo de propriedades de tamanho similar. Esse dado mostra que, proporcionalmente, o interesse na certificação orgânica é maior entre as grandes propriedades do que entre as menores. Contudo, no Vale do Ribeira essa tendência não é observada, de maneira que a bananicultura orgânica nessa região é uma atividade predominantemente exercida por pequenos agricultores marginalizados e sem um histórico de aproximação e conhecimento do movimento orgânico. Soma-se a essa questão o fato de que os principais obstáculos à sustentabilidade do sistema agrário da banana no Vale do Ribeira são a falta de meios ecológicos de restauração da fertilidade, visto a descapitalização dos produtores, e a imposição por parte do mercado, sobretudo da cidade de São Paulo, ao cultivo de variedades altamente suscetíveis à sigatoka. Esse problema poderia ser contornado através de medidas que facilitassem o acesso, por parte dos agricultores pobres, a fertilizantes orgânicos e ecológicos, e através de uma maior união dos produtores, que valendo-se da maior aceitação, por parte do mercado de orgânicos, de produtos não usuais, haveria uma maior facilidade de venda dos frutos de cultivares mais resistentes às sigatokas. Situações de pouca informação e integração desses produtores orgânicos dificulta essas ações. / Vale do Ribeira São Paulo is the main banana producing region of Brazil, it is an important area for biodiversity conservation, but also one of the poorest areas of the state. For that reason, new forms of banana cropping, more sustainable, such as organic agriculture for example, are necessary that be considered as a way to promote local development while minimizing negative environmental impacts. Therefore, it is essential that the main problems of the agrarian system in question are clearly known, in order to allow system improvements proposals that are well connected to reality. We discussed these issues, at the scale of region agricultural system, through analysis of data from the last agricultural census of Brazil, conducted by IBGE, for the prior construction of organic agriculture and organic fruit production panorama at the country. Subsequently we conducted 11 case studies which exemplify unique experiences of banana cropping in the region, these studies were combined with agronomic data collected in the first half of 2014, moreover we have done several interviews with key players of Vale do Ribeira banana agricultural system. We found that there is a trend towards the larger the area of properties, the higher proportion of certified organic practice. This data shows that, proportionally, the interest in organic certification is higher among large farms than among minors. Nonetheless, at Vale do Ribeira this trend is not observed, as the region organic banana farming is mainly a small and marginal farmers activity carried on, generally without a historical approach and knowledge of the organic movement. Besides there is the fact that the main sustainability constraints of Vale do Ribeira banana agricultural system are the lack of ecological means of fertility restoration, due to the undercapitalization faced by producers, and the imposition by the market, especially the city of São Paulo, to the cultivation of varieties highly susceptible to sigatoka. This problem could be overcome through means that facilitate the access of poor farmers to organic and ecological manure, and through greater union of producers, taking advantage of the organic market greater acceptance for unusual products, such as the resistant varieties of bananas, where the sales would be easier. Although, the situations of little information and integration of organic producers make these actions difficult.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-23042015-131454 |
Date | 20 February 2015 |
Creators | Cesar Gonçalves Afonso Frizo |
Contributors | Simone Rodrigues da Silva, Carlos Armênio Khatounian, Sebastiao Wilson Tivelli |
Publisher | Universidade de São Paulo, Fitotecnia, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0027 seconds