Return to search

Relações do campo de concentração e violência no contemporâneo: política, direito e exceção em Giorgio Agamben

Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-12-15T11:37:47Z
No. of bitstreams: 1
Osvaldo Estrela Viegaz.pdf: 1090762 bytes, checksum: b753074fdcecae0fcdd5f90e03f554fb (MD5) / Made available in DSpace on 2017-12-15T11:37:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Osvaldo Estrela Viegaz.pdf: 1090762 bytes, checksum: b753074fdcecae0fcdd5f90e03f554fb (MD5)
Previous issue date: 2017-12-04 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / by means of this modest work we try to address some of the most important
concepts of the work of the italian philosopher Giorgio Agamben and more specifically as his
thesis on the relations of the concentration camp constitute the place of the city as the true
paradigm of the modern. In the discussion of points such as the state of exception, the position
of homo sacer in the structuring conjuncture of politics and law, and the incidence of these
forms in the contemporary world, we try to insert in the discussion what Agamben considers
most important to think modernity: what (still and insistently) remains of Auschwitz.
Therefore, we raise important questions that focus on our own being and the daily
relationships that it establishes with others in society, inscribing in violence and force-of-law
the (im)possibility of self-criticism necessary for us, inserted in a reality evidently simulated,
which leads us to believe in a reality that is far from the real reality, in a world in which
democracies and their humanistic principles have buried all totalitarianism and filled the
gaps that man's inhumanization caused without ever going through the necessary discussions
about the which "subtracts" from Auschwitz. Biopolitics, paradox of sovereignty,
governability, tanatopolitics. Far from appearing to be distant concepts in our daily lives,
these terms are, in fact, revealed as ideals contained in sovereign power that we deal with
every day, transposed into formulations that differ from living reality, in which democracy
and its human principles conceal the real in the face of what is left of Auschwitz, a gap which
we ignore and which we attempt to displace in our discussions, leading to incomplete
responses to incomplete lives in an incomplete society within an equally incomplete worldwide
contentment that insists on showing itself as already made, complete and finished, in
which to ignore is more effective than to understand and in which to shout the dignity of the
human person is more important than to understand who really is human in the present
reality and under what conditions he is captured in all these relations of the concentration
camp, putting in question our own life as life itself – naked life – and leading us to perhaps
the most important question so that we must try to open the doors of the house of our
conformism and pretended security and finally to see the gaps that Auschwitz left in the
human itself, reaching the minimum of estrangement from the human that comes: how much
of reality our illusion is capable to withstand? / por meio deste modesto trabalho procuramos abordar alguns dos mais importantes
conceitos da obra do filósofo italiano Giorgio Agamben e mais especificamente como sua tese
sobre as relações do campo de concentração se constituem no lugar da cidade como o
verdadeiro paradigma do moderno. Elencando pontos como o estado de exceção, a posição do
homo sacer na conjuntura estruturante da política e do direito e a incidência dessas formas no
mundo contemporâneo, tentamos inserir na discussão o que Agamben considera de mais
importante para se pensar a modernidade: o que (ainda e insistentemente) resta de Auschwitz.
Levantamos, com isso, importantes questionamentos que se centram no próprio ser e nas
relações diárias que este estabelece com os demais em sociedade, inscrevendo na violência e
na força-de-lei a (im)possibilidade de autocrítica necessária para nós, inseridos numa
realidade evidentemente simulacrada, que nos leva a crer numa realidade distante daquela
realmente real, num mundo em que as democracias e seus princípios humanísticos soterraram
todo o totalitarismo e preencheram as lacunas que a inhumanização do homem causaram sem
nunca, porém, passar pelas necessárias discussões sobre o que “resta” de Auschwitz.
Biopolítica, paradoxo da soberania, governabilidade, tanatopolítica. Longe de parecerem
conceitos distantes em nosso cotidiano, estes termos se revelam, em verdade, como ideários
contidos no poder soberano e que lidamos todos os dias, transvestidos em formulações
discrepantes com a realidade vivente, em que a democracia e seus princípios humanos
escondem a real face do que ainda resta de Auschwitz, lacuna esta que ignoramos e que
tentamos deslocar em nossas discussões, levando a respostas incompletas para vidas
incompletas numa sociedade incompleta dentro dum contento mundial igualmente incompleto
e que insiste em transparecer como pronto, acabado e completo, em que ignorar é mais eficaz
do que compreender e em que bradar a dignidade da pessoa humana é mais importante do que
entender quem realmente é humano na atual realidade e em que condições ele está capturado
em todas essas relações do campo de concentração, colocando em questão a nossa própria
vida como vida mesmo – vida nua – e nos levando a talvez o mais importante questionamento
que devemos nos fazer para, quem sabe assim, abrir as portas da casinha de nosso
conformismo e pretensa segurança e finalmente enxergar as lacunas que Auschwitz deixou no
próprio humano, alcançando o mínimo de estranhamento ao humano que vem: quanto de
realidade nossa ilusão é capaz de suportar?

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/20686
Date04 December 2017
CreatorsViegaz, Osvaldo Estrela
ContributorsGuerra Filho, Willis Santiago
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Direito, PUC-SP, Brasil, Faculdade de Direito
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0029 seconds