A violência por parceiro íntimo (VPI), durante a fase gravídico-puerperal da mulher, pode ter consequências sérias e desastrosas tanto para a saúde das mulheres como para seus conceptos/neonatos. Algumas dificuldades das mães, durante o aleitamento materno, podem estar relacionadas, direta ou indiretamente, à atitude de agressão por parte do parceiro, independente de ocorrer antes, durante e/ou depois da gestação. Este estudo teve como objetivo analisar a prática da amamentação entre mulheres em situação de VPI, durante a gestação atual, usuárias de um serviço de pré-natal da rede pública quanto à duração do aleitamento materno exclusivo (AME), ao nível de autoeficácia materna para amamentar e aos fatores relacionados ao início, estabelecimento da amamentação e desmame precoce. Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo-exploratório, desenvolvido no CRSM-MATER, situado em Ribeirão Preto - SP, com aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, nº 1421/2011. Os dados foram coletados no período de maio de 2012 a maio de 2013. As mulheres participantes do estudo foram recrutadas a partir de um inquérito sobre prevalência de VPI na gestação, aplicado no pré-natal para 358 gestantes, além de dados sociodemográficos e ginecológicos. Na internação, as informações sobre variáveis obstétricas, neonatais e de amamentação foram coletadas no prontuário. Com 30 dias de pós-parto, as mulheres foram acompanhadas no domicílio, quando foi aplicado o Instrumento Breastfeeding Self-Efficacy Scale (BSES), e com 70 dias após o parto, por contato telefônico, para obter informações sobre a amamentação. Os dados foram analisados pelo programa estatístico SAS ® 9.0, com análise fundamentada na estatística descritiva, utilizando-se o Teste Exato de Fisher, t-Student e Análise de Variância. Verificamos que 17,59% das participantes relataram algum tipo de VPI, durante a gestação atual, sendo 94% por violência psicológica, 42%, física e 2%, sexual. A média de idade foi de 24,5 anos e de estudo, 8,94 anos, renda familiar média de 2,61 salários-mínimos. Na alta hospitalar, 88% dos bebês estavam em AME, reduzindo para 55,32% e 40% com 30 e 70 dias após o parto, respectivamente. A média de duração do AME foi de 19,08 dias. E 54% das mulheres apresentaram alta autoeficácia na amamentação. Não houve associação do nível de autoeficácia na amamentação e da duração do AME com o tipo de VPI, na gestação atual. Verificamos associação da duração do AME com o nível de autoeficácia na amamentação com 30 e 70 dias, após o parto. Dentre os fatores relacionados ao início, estabelecimento da amamentação e desmame precoce, observamos associação estatisticamente significativa do nível de autoeficácia na amamentação com o Apgar de 1º minuto, a presença de intercorrências com o recém-nascido (RN) e a separação da mãe durante a internação. Concluímos que a análise da autoeficácia na amamentação entre mulheres em situação de VPI, na gestação atual, possibilitou identificar fatores relacionados à amamentação que podem ter influências negativas e positivas sobre o início e estabelecimento da amamentação, bem como para o desmame precoce. A BSES é um instrumento que pode ser usado tanto em pesquisas como no planejamento de uma assistência mais efetiva / Intimate Partner Violence (IPV) during the pregnancy-puerperal phase can have serious and disastrous consequences for women and their neonates. Some difficulties for mothers during breastfeeding, may be related directly or indirectly to the act of aggression by the partner before, during or after gestation. This study\'s objective is to analyze breastfeeding in the IPV situation during current gestation among users of a prenatal service from the public health care in relation to the duration of the exclusive breastfeeding (EBF), the level of maternal self-efficacy to breastfeed, and breastfeeding factors related to its initiation, establishment, and early weaning. The present study is quantitative and descriptive-exploratory, developed at CRSM-MATER, situated in Ribeirão Preto, Sao Paulo, with the approval of the Ethics Committee on Human Research, no. 1421/2011. The data were collected from May 2012 to May 2013. The participating women (n=358) were recruited from an inquiry about the prevalence of IPV during their gestation, applied in pre-natal. Socio-demographic and gynecological data were also considered. At admission, information about obstetric variations, neonatal and breast-feeding were collected. In the 30th day from postpartum, the Breastfeeding Self- Efficacy Scale (BSES) instrument was applied in person in the home. Within 70 days postpartum, information about breast-feeding was obtained via telephone. The data were analyzed in using SAS® version 9.0 statistical software, with an analysis grounded in descriptive statisticz, utilizing the Fisher\'s exact test, Student\'s t-test and Variance Analysis. The average age was 24.5 years and 8.94 studying years, average family income was 2.61 minimum wage. It was verified that 17.59% of the participants reported some kind of IPV during gestation, with 94% of these cases reporting psychological, 42% physical and 2% sexual violence. At hospital discharge, 88% of neonates were in EBF, reduced to 55.32% and 40% at 30 and 70 days postpartum, respectively. The average duration of EBF was 19.08 days. 54% of the women presented high self-efficacy in breast-feeding. There was no association between the kind of IPV in the current gestation with the level of self-efficacy in breast-feeding or with the duration of EBF. There was however, an association between the duration of the EBF and the level of self-efficacy in breast-feeding at 30 and 70 days postpartum. Among breast-feeding characteristics, there were significant associations between the level of self-efficacy in breast-feeding with the Apgar of 1st minute, neonatal complications and maternal separation during hospitalization. We conclude that self-efficacy in breastfeeding among women in situations of IPV during gestation can influence breastfeeding beginning, breastfeeding establishment and early weaning. The present study establishes the utility of the BSES as a research instrument in this context, which may help guide the development of strategies for more effective assistance
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-09022015-200140 |
Date | 12 September 2014 |
Creators | Laura Marina Bandim Mariano |
Contributors | Ana Marcia Spano Nakano, Ana Cristina Freitas de Vilhena Abrão, Juliana Stefanello |
Publisher | Universidade de São Paulo, Enfermagem em Saúde Pública, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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