Este estudo propõe-se a realizar uma releitura da obra do sociólogo brasileiro Florestan Fernandes com vistas a estabelecer aproximações, afinidades e diálogos entre a obra deste autor e o pensamento decolonial latino-americano. Partindo das hipóteses de invisibilidade de Florestan Fernandes no cenário latino-americano de língua espanhola, e de que sua obra tem sido pouco analisada tendo em vista sua relação com a América Latina, com outros intelectuais latino-americanos de sua geração e com os chamados estudos descoloniais, buscamos dar luz à sua contribuição para a formação de um pensamento social a partir da América Latina, e para a atualidade de suas formulações teóricas anticoloniais diante da emergência e consolidação de perspectivas epistemológicas que reivindicam a descolonização do saber na América Latina, inserindo-o como um protagonista desse movimento de resistência epistêmica do Sul global ainda no século XX. Nesse sentido, as aproximações entre essas duas perspectivas se deram principalmente a partir das problemáticas do eurocentrismo, colonialismo, descolonização e questão racial, todas inter-relacionadas com a caracterização do tipo específico de capitalismo existente na América Latina, o dependente. A partir dessas questões, postas em diferentes momentos históricos da América Latina e que se encontram no âmago de seus dilemas históricos, foi possível reestabelecer um diálogo e uma ponte entre essas duas diferentes gerações de intelectuais latino-americanos que compartilharam do mesmo ideal de construção de um pensamento autônomo. / Este estudio se propone realizar una relectura de la obra del sociólogo brasileño Florestan Fernandes con miras a establecer aproximaciones, afinidades y diálogos entre la obra de este autor y el pensamiento decolonial latinoamericano. A partir de las hipótesis de invisibilidad de Florestan Fernandes en el escenario latinoamericano de lengua española, y de que su obra ha sido poco analizada teniendo en vista su relación con América Latina, con otros intelectuales latinoamericanos de su generación y con los llamados estudios decoloniales, buscamos dar luz a su contribución a la formación de un pensamiento social a partir de América Latina, y para la actualidad de sus formulaciones teóricas anticoloniales ante la emergencia y consolidación de perspectivas epistemológicas que reivindican la descolonización del saber en América Latina, insertándolo como un protagonista de ese movimiento de resistencia epistémica del Sur global aún en el siglo XX. En este sentido, las aproximaciones entre estas dos perspectivas se dieron principalmente a partir de las problemáticas del eurocentrismo, colonialismo, descolonización y cuestión racial, todas interrelacionadas con la caracterización del tipo específico de capitalismo existente en América Latina, el dependiente. A partir de estas cuestiones, colocadas en diferentes momentos históricos de América Latina y que se encuentran en el centro de sus dilemas históricos, fue posible reestablecer un diálogo y un puente entre esas dos diferentes generaciones de intelectuales latinoamericanos que compartieron el mismo ideal de construcción de un pensamiento autónomo.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-07122018-180557 |
Date | 15 January 2018 |
Creators | Silveira, Maria de Fátima Souza da |
Contributors | Hirano, Sedi, Silva, Vera Regina Rodrigues da |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Spanish |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
Page generated in 0.0026 seconds