Return to search

Ensaio sobre educação e literatura: entre o calcanhar de Aquiles e os devaneios de Alice

Submitted by Pedro Barros (pedro.silvabarros@ufpe.br) on 2018-08-15T21:04:12Z
No. of bitstreams: 2
license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5)
TESE Rafaela Soares Celestino.pdf: 921628 bytes, checksum: 7f9133f60fdca9c5182178d12b5bfdf8 (MD5) / Approved for entry into archive by Alice Araujo (alice.caraujo@ufpe.br) on 2018-08-17T21:17:02Z (GMT) No. of bitstreams: 2
license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5)
TESE Rafaela Soares Celestino.pdf: 921628 bytes, checksum: 7f9133f60fdca9c5182178d12b5bfdf8 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-08-17T21:17:02Z (GMT). No. of bitstreams: 2
license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5)
TESE Rafaela Soares Celestino.pdf: 921628 bytes, checksum: 7f9133f60fdca9c5182178d12b5bfdf8 (MD5)
Previous issue date: 2016-11-30 / FACEPE / O presente trabalho tomou a forma do ensaio para refletir acerca do debate entre literatura e educação. Assim, utilizamos os estudos de Brayner (2015) sobre as críticas dos fundamentos da educação e sua proposta da literatura como possibilidade em repensar o repertório linguístico da área. Tendo em vista que uma das suas principais teses é que a linguagem desgastada e repetida pode ser uma tentativa desesperada de resgatar um discurso do passado que já não encontra sentido de existir no presente. Por isso, esboçamos nossas ideias em torno das temáticas sobre leitura literária e experiência. Essa última, por sua vez, pautada nos alicerces discursivos desenvolvidos por Walter Benjamin (2012) e, posteriormente, adotados por Larrossa (2016). No geral, defendemos que a experiência repousa sobre aquilo que nos passa e nos acontece, são aqueles acontecimentos que, de alguma forma, deixam marcas em nossa trajetória e que ainda somos capazes de recontar. Partimos da perspectiva literária porque acreditamos em algumas potencialidades próprias de sua linguagem, como a narrativa ficcional, a imaginação e o descompromisso com certa moralidade. No entanto, não a tratamos como um fim em si mesma, por isso ecoamos a noção de que para além de todos os dispositivos dominantes de nossa sociedade, algo escapa enquanto indivíduos. A forma como realizamos a leitura, como a recepcionamos ou até mesmo a negamos depende muito mais da forma como atribuímos sentido para ela do que qualquer projeto que tente direcionar nossa visão de mundo. Perpassando tal pensamento, queríamos “escutar” algumas narrativas sobre a experiência literária, para saber quais usos fizeram (fazem) dela em sua trajetória de vida. Pois, em nossa tese defendemos que o sentido da experiência, a partir do literário, acontece muito mais pelas influências de elementos diversos na vida desses leitores do que necessariamente pelos processos sistemáticos das leituras que puderam experimentar. Nesse contexto, não acreditarmos que a experiência literária é ensinável. Nossas análises mostraram que o tipo e o sentido atribuídos à experiência com a leitura literária tiveram muito mais a ver com espaços e atores pertencentes a seu espaço privado do que outros ambientes mais direcionados. Tais investigações também revelaram que as situações de leituras (familiares realizando a leitura em voz alta, teatros em casa, declamação de poemas, a presença de leitores em casa, aspectos materiais da leitura, como o prazer pela aquisição do livro, entre outros) apareceram muito mais nas narrativas do que o conteúdo da leitura literária que realizaram. Embora, o literário tenha sido apontado como lugar de viver experiências não possíveis em suas relações cotidianas. Por fim, concluímos que se a linguagem literária pode nos provocar enquanto revisão sobre as nossas formas de pensar perante o mundo, já que ela nos retira de nossa comodidade de pensamento, o que pode contribuir para rever o debate educacional, por outro lado, o estudo mostrou que não são pelas vias pedagógicas que as experiências irão acontecer. Sendo assim, continuamos no impasse sobre em que medida pode nos ajudar a literatura. / El presente trabajo asumió como desafío la forma del ensayo para una reflexión acerca del debate entre literatura y educación. Para tanto, utilizamos la crítica de Brayner (2015) sobre las críticas de los fundamentos de la educación y su propuesta de la literatura como posibilidad de repensar el repertorio lingüístico del área, considerando que una de sus principales tesis es que el lenguaje desgastada y repetida puede ser una tentativa desesperada de rescatar un discurso del pasado que ya no encuentra sentido de existir en el presente. Para tanto, esbozamos nuestras ideas alrededor de las temáticas sobre lectura literaria y experiencia, esta última, por su turno, pautada en los principios discursivos desarrollados por Walter Benjamin (2012), y posteriormente adoptados por Larrossa (2016). En general, defendemos que la experiencia reposa sobre aquello que nos pasa y nos ocurre; son aquellos acontecimientos que de alguna forma dejan huellas en nuestra trayectoria y que todavía somos capaces de recontarlos. Partimos de la perspectiva literaria porque creemos en algunas potencialidades propias de su linguaje. Con todo, no la tratamos como un fin en sí misma, por eso repercutimos la noción de que más allá de todos los dispositivos dominantes, algo escapa en cuanto indivíduos. La forma cómo la recibimos o incluso la negamos, depende mucho más de la manera como atribuimos sentido para ellas que de cualquier proyecto que intente direccionar nuestra visión de mundo. Volviendo a tal pensamiento, queríamos “escuchar” algunas narrativas sobre la experiencia literaria para saber cuáles usos hicieron (hacen) de ella en su trayectoria de vida, pues en nuestra tesis defendemos que el sentido de la experiencia a partir de lo literario ocurre más por las influencias de elementos diversos en la vida de esos lectores que necesariamente de los procesos sistemáticos de lecturas que pudieron experimentar, de ahí no creemos que la experiencia literaria sea enseñable. Nuestros análisis nos mostraron que el tipo y el sentido atribuido a la experiencia con la lectura literaria tuvieron mucho más que ver con espacios y actores pertenecientes a su espacio privado que de otros ambientes más direcionados. Tales investigaciones también revelaron que las situaciones de lecturas (familiares realizando la lectura en voz alta, teatros en casa, declamaciones de poemas, la presencia de lectores en casa, aspectos materiales de lectura, como el placer por la adquisición del libro, entre otros) surgieron mucho más en las narrativas que en el contenido de la lectura literaria que realizaron, aunque el terreno literario haya sido apuntado como lugar de vivir experiencias no posibles en sus relaciones cotidianas. Concluimos que si el lenguaje literario nos puede provocar en cuanto revisión sobre nuestras formas de pensar frente al mundo, puesto que ella nos retira de nuestra comodidad de pensamiento, lo que puede contribuir para rever el debate educacional, por otro lado, el estudio mostró que no será por las vías pedagógicas que las experiencias acontecerán. Así siendo, continuamos en el impase sobre en qué medida nos puede ayudar la literatura.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/25676
Date30 November 2016
CreatorsCELESTINO, Rafaela Soares
Contributorshttp://lattes.cnpq.br/0395265190671613, BRAYNER, Flávio Henrique Albert
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco, Programa de Pos Graduacao em Educacao, UFPE, Brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageSpanish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.003 seconds