[pt] Esta dissertação investiga o uso de discursos apofáticos como ferramentas epistemológicas nas situações em que a linguagem parece alcançar seus limites, com ênfase especial no contexto místico-religioso. Como falar de Deus, compreender a natureza última da realidade ou conceber o que havia “antes” da origem do universo? Tanto místicos, religiosos e poetas quanto filósofos, físicos e cosmólogos lidam com questões como essas há bastante tempo. Ao longo da história, a linguagem catafática (afirmativa) pareceu a muitos destes não dar conta de respondê-las; e, percebendo-a como insuficiente, as grandes religiões, em especial, adotaram um tipo de discurso que veio a ser conhecido como discurso apofático, ou via negativa. A fim de examinar algumas técnicas de negação empregadas por místicos e contemplativos diante das dificuldades que encontram para falar sobre o inefável, esta dissertação contrasta as obras de duas figuras centrais em suas respectivas tradições religiosas: Teologia Mística, do cristão Dionísio Areopagita, e Fundamentos do Caminho do meio, do budista Nagarjuna - textos conhecidos por levarem a negação ao extremo. Por meio dessa comparação, e apoiando-se, principalmente, nos comentadores Denys Turner, Eric Perl e Giuseppe Ferraro, este estudo aponta e discute diferenças significativas entre as linguagens negativas empregadas nas duas obras. Discute por fim, de modo pontual, como esses discursos se relacionam com contrapartes e paralelos contemporâneos, como o pensamento filosófico de Jacques Derrida e as descobertas da física moderna no início do século XX. / [en] This dissertation seeks to investigate the use of apophatic discourses as epistemological tools in situations where language seems to reach its limits, with special emphasis on the mystical-religious context. How to talk about God, understand the ultimate nature of reality or conceive what was before the origin of the universe? Mystics, religious people and poets, as well as philosophers, physicists and cosmologists have been dealing with issues like these for a long time. Throughout history, catapathic (affirmative) language has seemed, to many of them, to be unable to answer these questions; and, perceiving it as insufficient, the great religions, in particular, adopted a type of discourse that came to be known as apophatic discourse, or via negativa. In order to examine some techniques of negation employed by mystics and contemplatives in the face of the difficulties they encounter in talking about the ineffable, this dissertation contrasts the works of two central figures in their respective religious traditions: Mystical Theology, by the Christian Dionysius, the Areopagite, and The Fundamental Wisdom of the Middle Way, by the Buddhist Nagarjuna - texts known for taking denial to the extreme. Through this comparison, and relying mainly on the commentators Denys Turner, Eric Perl and Giuseppe Ferraro, this study points out and discusses significant differences between the negative languages used in the two works. Finally, it discusses, briefly, how these discourses relate to contemporary counterparts and parallels, such as the philosophical thought of Jacques Derrida and the discoveries of modern physics in the early 20th century.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:52549 |
Date | 04 May 2021 |
Creators | BRUNO CARRICO DE AZEVEDO |
Contributors | HELENA FRANCO MARTINS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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