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Escavar, escrever : buracos na linguagem : dos processos de criação entre a palavra e a imagem

Esta pesquisa parte de uma inquietação que percorre diversas questões envolvendo a arte em sua relação com a linguagem, e que assume a forma da seguinte pergunta disparadora: o que pode uma escrita diante da arte? Essa pergunta pretende instaurar um campo problemático que coloque em questão o próprio exercício de escrever sobre arte, exercício que pode ser compreendido como tarefa da crítica, da teoria ou da história da arte, campos que nessa pesquisa desejamos abrir aos contornos do exercício poético. Diante da arte, a escrita não representaria a experiência vivida, ou mesmo representaria o objeto sobre o qual dedica as palavras, mas se tornaria experiência poética em ato. Assim, nos interessa pensar quais relações colocam palavra e imagem em encontro e desencontro, compreendendo que na relação entre ambas há uma potência que lança o sujeito a um jogo com a linguagem. E este é o ponto em que, na escrita, na relação entre palavra e imagem, espreitamos a ideia de vida como obra de arte. Nos processos de criação que envolvem a arte, que lançam o sujeito a um jogo com a linguagem, queremos atentar aos processos de subjetivação, processos que envolvem a criação, a invenção de si. Estas ideias nos permitirão percorrer alguns conceitos encontrados no pensamento de Maurice Blanchot, Michel Foucault e Gilles Deleuze. O pensamento de Blanchot, marcado pelas questões que propõe ao campo da criação literária, nos interessa justamente por tratar da escrita como campo de criação, de invenção de mundos, campo que está ligado ao fora, a um pensamento do fora. Além disso, é em Blanchot que buscamos o conceito de imagem que nos guiará para pensar a arte em sua relação com a palavra. Com Deleuze e Foucault, conceitos como o de visibilidade e enunciado, poder e força, nos ajudarão a compor os mapas, as linhas cartográficas dessa topologia que desejamos percorrer, num exercício metodológico que quer preparar o terreno para uma escavação, para a abertura de um buraco, fissura na palavra e na imagem, que permitiria escoar seus excessos, em uma abertura ao silêncio. Uma utopia do silêncio. / This research starts on a restlessness that runs along several issues involving the art in its relation with language, and which takes the form of the following starter question: what can one write in front of art? This question seeks to establish a problematic field that put in question the exercise of writing about art, an exercise that can be understood as the task of critique, theory and history of art, fields that we wish to open to the contours of the poetic exercise itself. In front of art, the writing does not represent the lived experience, or even represent the object on which dedicates the words, but would become poetic experience in act. Thus, interests us to think what put word and image in rencontre and disagreement, understanding that in the relation between the two there is a power that launches the subject on a play with language. And this is the point where, in writing, in the relation between word and image, we peek the idea of life as a work of art. In the creation processes that involve art, which throw the subject to a game with language, we attempt to the subjective processes, processes that involve the creation, the invention of itself. These ideas will allow us to go through some concepts found in Maurice Blanchot thinking, Michel Foucault and Gilles Deleuze. The thinking of Blanchot, marked by issues that proposes the field of literary creation, interests us precisely by treating writing as a field of creation, invention of worlds, a field that is connected to the outside, to a thinking of the outside. Furthermore, in Blanchot we quest the concept of image that will lead us to think of art in its relation to the word. With Deleuze and Foucault, the concepts of visibility and enunciation, power and strength, will help us to compose maps, the cartographic lines of this topology we want to course, in a methodological exercise that wants to prepare the ground for an excavation, for the opening of a hole, crack in word and image, which would drain its excesses to an opening into silence. An utopia of silence.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/108957
Date January 2014
CreatorsHack, Lilian
ContributorsSousa, Edson Luiz Andre de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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