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Previous issue date: 2015-03-20 / This study based on the Foucaultian s perspective of Ethics starts from the differences among
the acts of the food refusal of three figures that lie in different moments of the Western
cultural history: middle age, modernity and contemporary namely saints, hystericals and
anorexics. Under this vision of this perspective, the food refusal of these three figures is
addressed as a moral action, which only makes sense within the ethical Christians, modern
and contemporary fields, that are different from each other, in a way that acts on them
knowledge, regulatory practices and forms of relation to itself. Thus, by means of such
approach, we seek to explore the specificities of the figures of the food refusal as subjectivity
practices. This paper has studied the food refusal of the saints, hystericals and anorexics,
exploring the moral dimension, that relates to the way in which the subject implies itself in
the feeding practice, in such a manner that the moral behavior not only relates to the rules but
also implies certain relation to itself, which is not only self-awareness, but the constitution of
the self as a moral subject. The form of relation to itself is, therefore, a mechanism by which
values are inscribed in the conduct of individuals. It can be known through the subjective
elements, defined within a field of values, such as the ethical substance, the way of
subjection, the techniques of the self and the teleology. We initially examined the Ethical
fields from where emerge the figures of the food refusal, through the analysis of the dominant
speech of each period: the Christian religious domain and the medical, modern and
contemporary fields seeking to explain the parameters by means of which the subjects are
taken as objects of the knowledge-powers, religious and medical, and then to examine the
way in which the individual becomes subject of his actions referring to the social
mechanisms. The study engendered a perspective of analyses on the human experience that
surpass its medical and scientific objectivities. While the strict diet of the middle age saints as
Catarina de Siena and Clara de Assis, can be understood as ascetic and spiritualization
practices in the extent they constitute themselves as ethical Christians subjects, resulting in
resignation of the flesh, forgiveness of sins, mortification of vices, elimination of the bad
thoughts, spiritual strength, purity of soul, spirit salvation, self-perfection and immortality;
the histericals, constitute themselves, ethically, in the Modernity, as subjects of a sexuality,
showing the food repulsion as a symptom of a subjective world divided in pulsions/drive,
desires and interdictions. In the other hand the anorexic is the character of the food refusal
drama, that respects the contemporary normative values system, which is the reverse of the
health standard, meaning that she is the one who doesn t control her acts, either regulate her
actions, such as the act of eat, the appetite and the satiety, much less succeed to use the body
in a way to align herself with the demands of caring for the welfare, health and quality of life.
Key-words: Saints, Hystericals and Anorexics: figures of the food refusal. Practices of
Subjectivity. Foucault. Knowledge-Power. / Este estudo, ao se basear na perspectiva foucaultiana da ética, parte das diferenças entre os
atos de recusa alimentar de três figuras situadas em momentos distintos da história da cultura
ocidental - Idade Média, Modernidade e Contemporaneidade - quais sejam: santas, histéricas
e anoréxicas. Sob a visão dessa perspectiva, a recusa alimentar dessas três figuras é abordada
como ação moral, que só adquire sentido no interior dos campos éticos cristão, moderno e
contemporâneo, os quais se diferenciam, na medida em que neles operam saberes, práticas
regulatórias e, também, formas de relação a si. Desse modo, busca-se, por meio de tal
abordagem, explorar as especificidades das figuras da recusa alimentar como práticas de
subjetivação. Eis que este trabalho estudou a recusa alimentar das santas, histéricas e
anoréxicas, explorando a dimensão moral, que diz respeito ao modo pelo qual o sujeito se
implica na prática alimentar, de tal maneira que a conduta moral não só diz respeito às regras,
mas ela implica certa relação a si, que não é somente consciência de si, mas constituição de si
como sujeito moral. A forma de relação a si é, portanto, um dispositivo pelo qual os valores
se inscrevem na conduta dos indivíduos. Ela pode ser conhecida com amparo nos aspectos
subjetivos, definidos em um campo de valores, como a substância ética, o modo de sujeição,
as técnicas de si e a teleologia. Foram, pois, investigados, inicialmente, os campos éticos de
onde emergem as figuras da recusa alimentar por intermédio da análise dos discursos
dominantes de cada época: o domínio religioso-cristão e as searas médicas, moderna e
contemporânea, procurando explicitar os parâmetros por via dos quais os sujeitos são
tomados como objetos dos saberes-poderes, religioso e médico, para em seguida, examinar a
forma pela qual o indivíduo se torna sujeito de suas ações em referência aos dispositivos
sociais. Tal estudo engendrou, assim, uma perspectiva de análise sobre a experiência humana
que ultrapassa as suas objetivações médico-científicas. Enquanto o rigoroso regime alimentar
das santas medievais, como Catarina de Siena e Clara de Assis, pode ser entendido como
prática ascética e de espiritualização, na medida em que elas se constituem como sujeitos
éticos cristãos, resultando em renúncia da carne, remissão dos pecados, mortificação dos
vícios, eliminação dos maus pensamentos, fortalecimento espiritual, pureza da alma,
salvação do espírito, perfeição de si e imortalidade; as histéricas constituem se, eticamente,
na Modernidade, como sujeitos de uma sexualidade, exibindo a repulsa alimentar como
sintoma de um mundo subjetivo dividido entre pulsões, desejos e interdições. Já a anoréxica é
a personagem do drama da recusa alimentar, respeitante ao sistema de valores normativos
contemporâneo, que se constitui como o avesso da norma da saúde, quer dizer, ela é aquela
que não sabe controlar os seus atos, tampouco regular suas ações, como o ato de comer, o
apetite e a saciedade, muito menos logra usar o corpo, de modo a se alinhar com as
exigências de cuidados com a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida.
Palavras-chave: Santas, histéricas e anoréxicas: figuras da recusa alimentar. Práticas de
Subjetividade. Foucault. Saber-Poder.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.unifor.br:tede/94504 |
Date | 20 March 2015 |
Creators | Banhos, Ticiana Chaves |
Contributors | Pinheiro, Clara Virgínia de Queiroz, Teixeira, Leônia Cavalcante, Dunker, Christian Ingo Lenz, Danziato, Leonardo José Barreira, Pinheiro, Clara Virgínia de Queiroz, Gaspard, Jean-Luc |
Publisher | Universidade de Fortaleza, Doutorado Em Psicologia, UNIFOR, Brasil, Centro de Ciências da Saúde |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR, instname:Universidade de Fortaleza, instacron:UNIFOR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | 7339877236798283952, 500, 500, 292441653440865123 |
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