Este estudo investigou a variação altitudinal da comunidade de anfíbios anuros em uma montanha de floresta Atlântica da Ilha Grande, avaliando a ocorrência, distribuição, organização e riqueza de anuros nas diferentes altitudes. Estabelecemos seis faixas de altitude para realização do estudo: 150, 300, 450, 600, 750 e 900 metros acima do nível do mar. Utilizamos duas metodologias de amostragem: o método de parcelas grandes (5 x 5 metros) e o método de transecção, entre janeiro de 2008 e março de 2009. Os dados indicaram que na região de Mata Atlântica do Pico do Papagaio ocorre uma considerável riqueza de espécies de anuros, a qual varia dependendo da faixa de altitude ao longo do gradiente altitudinal do morro. Houve em geral uma tendência a um decréscimo da riqueza com aumento da altitude, com exceção da altitude de 900 metros, onde a riqueza teve um aumento quando comparado à faixa altitudinal imediatamente abaixo. Nossos dados mostram ainda que ao longo de todo o gradiente altitudinal do morro, as maiores riquezas de anuros em geral ocorrem nas faixas de altitudes de 150 e 300 metros. Nossos dados indicaram para a região estudada uma considerável densidade de anuros, que além de variar significativamente entre as estações seca e chuvosa, foi influenciada negativamente pela altitude: na medida em que houve um aumento da altitude ocorreu uma correspondente diminuição na densidade geral de anuros da comunidade componente. A anurofauna da região do Pico do Papagaio apresentou uma queda abrupta na abundância a partir dos 450 metros de altitude, com grande dominância, em termos numéricos, de três espécies com desenvolvimento direto. Nossos dados mostraram haver uma variação sazonal na abundância e, nas densidades de anuros na região do Pico do Papagaio. Concluímos que a região de Mata Atlântica do Pico do Papagaio possui uma elevada riqueza de espécies de anuros, a qual varia ao longo do gradiente altitudinal com os maiores valores de riqueza e abundâncias encontradas entre as faixas de 150 e 300 metros, o que pode ser favorecido pela menor inclinação do terreno, pela maior ocorrência de cursos dágua e pela elevada pluviosidade que ocorre nestas faixas altitudinais na Ilha Grande. A considerável similaridade na comunidade componente de anuros entre as altitudes de 150 e 300 pode resultar da similaridade estrutural da vegetação entre estas faixas de altitudes. A região em geral teve uma alta densidade de anuros, que além de variar sazonalmente, foi negativamente influenciada pela altitude. A observada redução na abundância dos anuros a partir dos 450 metros de altitude pareceu favorecer espécies com desenvolvimento direto. / This study aimed to investigate the altitudinal variation of the community of amphibians in a mountain of Atlantic forest of Ilha Grande, evaluating the occurrence, distribution, organization and richness of frogs at different altitudes. We established six tracks of altitude for the study: 150, 300, 450, 600, 750 and 900 meters above sea level. We use two sampling methods: the method of plots (5 x 5 meters) and the method of transection between January 2008 and March 2009. The data indicated that in the Atlantic forest of Pico do Papagaio there is a considerable richness of frog species, which varies depending on the range of altitude along the altitudinal gradient of the hill. There was a general tendency to a decrease in richness with increasing altitude, except for the altitude of 900 meters, where richness has increased compared to the altitudinal range immediately below. Our data also show that throughout the altitudinal gradient of the hill, the highest frog richness in general occur from 150 to 300 meters. Our data indicated that the density of frogs, varied significantly between the dry and rainy seasons, was negatively influenced by altitude: with an increase in altitude there was a corresponding decrease in overall density of anurans. The frogs in the region of Papagaio showed a sharp drop in abundance above 450 meters, with high dominance, in terms of numbers, of three species with direct development. Our data showed a seasonal variation in the abundances and densities of frogs in the region of Pico do Papagaio. We conclude that the Atlantic Forest region of Pico do Papagaio has a high species richness of frogs, which varies along the altitudinal gradient with the greatest richness and abundance found between 150 and 300 meters, which can be favored by the lower slope, the higher occurrence of water courses and the high rainfall that occurs in these altitudinal zones at Ilha Grande. The considerable similarity in the community component of frogs between the altitudes of 150 and 300 can result from the structural similarity of vegetation between these altitudes. The region in general had a high density of frogs, which also vary seasonally, and was negatively influenced by altitude. The observed reduction in abundance of frogs from 450 meters upward seemed to favor species with direct development.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:2286 |
Date | 03 February 2010 |
Creators | Pablo Goyannes de Araújo |
Contributors | Carlos Frederico Duarte da Rocha, Monique Van Sluys, Hélio Ricardo da Silva |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em Ecologia e Evolução, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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