Fundamento: A estimulação endocárdica convencional do ventrículo direito em ápice ou na região subtricuspídea ocasiona grande alargamento do QRS e importante dessincronização do miocárdio comprometendo a função ventricular. Com o surgimento da estimulação bifocal do VD e com a necessidade de estimulação cardíaca menos deletéria, a estimulação septal do VD tem sido cada vez mais utilizada. Eventualmente têm sido relatados limiares de estimulação mais altos e ondas R menores na estimulação septal. Objetivo: Comparar os parâmetros eletrofisiológicos das estimulações apical e septal, no mesmo paciente, para verificar se existem diferenças que possam interferir na escolha do ponto de estimulação. Este não é um estudo de ressincronização, porém tem o objetivo de contribuir na busca de uma estimulação ventricular monofocal menos deletéria. Casuística e métodos: Estudo prospectivo controlado. Foram incluídos 25 pacientes, com 67,2 ± 9 anos, 10 (40%) mulheres, 15 (60%) homens, com indicações clássicas de marca-passo por bradiarritmias. As etiologias foram Degenerativa em 9 (36%), Insuficiência coronária em 8 (32%), Doença de Chagas em 7 (28%), e Valvopatia em 1 (4%) pacientes. Foram utilizados eletrodos de fixação ativa tanto no ápice e região subtricuspídea, como no septo IVD. Foram medidos e comparados os limiares de comando, impedância e onda R uni e bipolares no momento do implante (medida direta) e após seis meses de evolução (medida por telemetria). Resultados: No implante, as médias dos limiares de comando septais x apicais foram respectivamente 0,73 x 0,74V (unipolar) e 0,73 x 0,78V (bipolar). As médias das ondas R septais x apicais foram 10 x 9,9mV (unipolar) e 12,3 x 12,4mV (bipolar). As médias das impedâncias septais x apicais foram 579 x 621? (unipolar) e 611 x 629? (bipolar). Todas as diferenças entre parâmetros septais e apicais com teste t-pareado bicaudal foram não significativas (p > 0,1). Após seis meses do implante, as médias dos limiares de comando septais x apicais foram respectivamente 0,5 x 0,72V (unipolar) e 0,71 x 0,87V (bipolar). As médias das ondas R septais x apicais foram 11,4 x 9,5mV (unipolar) e 12 x 11,2mV (bipolar). As médias das impedâncias septais x apicais foram 423 x 426? (unipolar) e 578 x 550? (bipolar). As diferenças entre parâmetros septais e apicais após 6 meses com teste t-pareado bicaudal foram não significativas (p > 0,05), exceto quanto às médias dos limiares de estimulação unipolares septal x apical (p=0,02) com menores limiares septais. 27, Conclusão: Este estudo mostrou que não existem diferenças expressivas entre parâmetros eletrofisiológicos de estimulação septal e apical, quando comparadas no mesmo paciente. Estes dados sugerem que em relação aos parâmetros de estimulação não há restrições para a escolha da estimulação septal em ventrículo direito. Este estudo não tem o objetivo de testar a ressincronização ventricular, porém contribui na escolha de uma estimulação monofocal ventricular direita mais fisiológica e menos deletéria. / Background: The conventional endocardial pacing in right ventricular apex or subtricuspid area causes significant QRS enlargement and important left ventricular desynchronization with ventricular function damage. By the introduction of RV bifocal pacing and the need of a less deleterious ventricular stimulation right ventricular septal pacing has been increasingly used. However, despite rare, some authors have reported high pacing thresholds and low R wave in septal pacing. Objective: To compare the electrophysiological parameters of the apical and septal stimulation in the same patient, seeking for any difference that could affect the choice of the pacing point. This is not a resynchronization study however it has the aim to search for for a better monofocal ventricular pacing. Materials and methods: Prospective controlled study of 25 symptomatic patients (67.2 ± 9 years old, 10 [40%] female, 15 [60%] male) having permanent atrial fibrillation with high degree AV block and classical pacemaker indication. The etiologies were 9 (36%) aging, 8 (32%) coronary disease, 7 (28%) Chagas disease and 1 (4%) valvar cardiopathy. There were used active fixation leads both in septal and in apical locations. The generators were Biotronik Philos II DR and Entovis DR. There were measured and compared pacing thresholds, impedance and R wave uni and bipolar during implantation (direct measurement) and after six months of follow-up (telemetry measurement). Results: During implantation, the septal vs apical mean pacing threshold were respectively 0.73 vs 0.74V (unipolar) and 0.73 vs 0.78V (bipolar). Mean R wave septal vs apical were 10 vs 9.9 mV (unipolar) and 12.3 vs 12.4mV (bipolar). The mean impedance septal vs apical were 579 vs 621? (unipolar) and 611vs 629? (bipolar). All septal vs apical comparisons were non-significant (p > 0.1, two-tailed paired t-test). After six months the mean pacing threshold septal vs apical were respectively 0.5 vs 0.72V (unipolar) and 0.71 vs 0.87V (bipolar). The mean R wave septal vs apical were 11.4 vs 9.5mV (unipolar) and 11.2 vs 12mV (bipolar). The mean impedance septal vs apical were 423 vs 426? (unipolar) and 578 vs 550? (bipolar). Only the unipolar septal vs apical mean threshold had significant difference (p = 0.02) with lower septal value. Conclusion: This study showed no significant difference between electrophysiological septal and apical pacing parameters when the 29 comparison is done in the same patient. By this way there are no restrictions for the right ventricular septal pacing. Despite being a non-resynchronization study it may contribute for chosen a less deleterious right ventricular monofocal pacing.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-12062012-074413 |
Date | 02 May 2012 |
Creators | Mateos, Juan Carlos Pachon |
Contributors | Mateos, José Carlos Pachon |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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