O presente estudo foi elaborado com o objetivo de analisar a oferta de exportação brasileira de frango através da estimação de um modelo econométrico. As exportações brasileiras de carne de frango vêm aumentando sua importância relativa na pauta das exportações de produtos agropecuários. Isso tem sido atribuído, principalmente, às condições altamente competitivas resultantes de um intenso desenvolvimento de produtos que atendem às preferências dos consumidores, além de inovações tecnológicas implementadas pelo setor. Para analisar as exportações brasileiras de frango, ajustou-se um modelo teórico que especifica a oferta de exportação como resultado da diferença entre a oferta e demanda internas. Como variáveis explicativas para o referido modelo, utilizaram-se a série de preço interno, a de preço externo, a de renda interna e a de taxa de câmbio real. As respectivas elasticidades encontradas apresentaram sinais coerentes com a teoria econômica e com o modelo delineado para a análise. O modelo econométrico ajustado por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) incluía um termo de correção de erro, uma vez que as séries são integradas e co-integradas. Dentre as variáveis consideradas no modelo, a que apresentou o maior coeficiente em valores absolutos foi a renda interna - uma variação de 1% na renda interna causa uma variação de aproximadamente 1,35%, em sentido contrário, nas exportações. Torna-se evidente, portanto, que o crescimento da economia doméstica impacta negativamente as exportações, sendo verdadeiro o inverso. Esse resultado indica que não é necessária a adoção de medidas intervencionistas para garantir o abastecimento doméstico, visto que o próprio mercado providencia os ajustes necessários para a manutenção do equilíbrio entre oferta e demanda. A elasticidade encontrada para o preço doméstico de frango indica que mudanças nessa variável teriam impacto relativamente pequeno sobre as exportações - uma variação de 1% nessa variável produziria uma variação percentual de 0,33 na quantidade exportada. O efeito de mudanças na taxa de câmbio real mostrou-se relativamente importante para estimular as exportações de carne de frango - um aumento de 1% na taxa de câmbio provoca uma elevação de 0,46% nas exportações do produto, após o período de dois meses. O coeficiente da variável preço externo, embora seja positivo como esperado, apresentou-se não-significativo estatisticamente, indicando que ele foi estimado com baixa precisão. A magnitude do coeficiente estimado indica que uma alteração de 1% no preço externo ocasionaria um aumento de aproximadamente 0,44% na quantidade exportada, após três meses. Em termos gerais, dentre as variáveis relacionadas no modelo, a renda interna e a taxa de câmbio efetiva apresentaram as maiores elasticidades. O preço externo e o preço interno, embora afetem as exportações brasileiras de frangos, fazem-no de forma menos expressiva para uma mesma variação percentual. Torna-se evidente, pelos resultados obtidos, que as exportações brasileiras de frango dependem, em grande parte, de um ambiente macroeconômico adequado, uma vez que as duas variáveis mais relevantes na explicação das exportações são a renda interna e a taxa de câmbio. Contudo, pode-se concluir que investimentos em tecnologia, extremamente importantes para a geração de excedentes exportáveis, são imprescindíveis para o bom desempenho das exportações / not available
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-20181127-161054 |
Date | 22 April 2002 |
Creators | Sandro Emílio Bortolin |
Contributors | Mirian Rumenos Piedade Bacchi |
Publisher | Universidade de São Paulo, Ciências (Economia Aplicada), USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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