Return to search

Evolução clínica de recém-nascidos com suspeita pré-natal de coartação da aorta: um estudo retrospetivo num centro de referência de cardiopatias congénitas

Introdução e objetivos: A coartação da aorta engloba 5 a 8% de todas as cardiopatias congénitas, podendo apresentar uma morbimortalidade significativa. O diagnóstico pré-natal, apesar de ainda permanecer um desafio, torna-se crucial para um bom prognóstico. O presente estudo tem como objetivo avaliar a evolução pós-natal dos fetos com suspeita ecocardiográfica pré-natal de coartação da aorta.
Métodos: Neste estudo observacional retrospetivo, foram identificados todos os fetos com suspeita pré-natal de coartação da aorta nas ecocardiografias fetais realizadas entre 2014 e 2018 no serviço de cardiologia pediátrica do Centro Hospitalar Universitário São João. Através da consulta dos processos clínicos, foi analisada a sua evolução pós-natal e foram definidos três grupos: os recém-nascidos com necessidade de intervenção neonatal (grupo 1); os cuja intervenção foi realizada apenas após o período neonatal (grupo 2) e aqueles sem necessidade de intervenção e com vigilância em consulta de cardiologia pediátrica (grupo 3).
Resultados: Dos 54 fetos com suspeita pré-natal de coartação da aorta, 12 (22,2%) foram incluídos no grupo 1, dois (3,7%) no grupo 2 e 40 (74,1%) no grupo 3. A suspeita pré-natal foi confirmada após o nascimento em 17 dos casos (31,5%). Os recém-nascidos com malformações cardíacas adicionais necessitaram mais frequentemente de intervenção cirúrgica neonatal.
Conclusões: Apesar da suspeita ecocardiográfica pré-natal de coartação da aorta, apenas 31,5% dos fetos têm confirmação pós-natal desta cardiopatia e apenas 25,9% necessitam de intervenção cirúrgica. Para além disso, perante a suspeita, a presença de malformações cardíacas adicionais deve também ser investigada para um melhor planeamento da abordagem pós-natal. / Introduction and objectives: Aortic coarctation accounts for 5 to 8% of all congenital heart diseases and may present significant morbidity and mortality rates. The prenatal diagnosis, although still challenging, is crucial for a good prognosis. The aim of this study was to assess the postnatal evolution of fetuses with echocardiographic prenatal diagnosis of coarctation of the aorta.
Methods: In this retrospective observational study, fetuses with prenatal diagnosis of aortic coarctation in fetal echocardiographies performed between 2014 and 2018 in the pediatric cardiology service in Centro Hospitalar Universitário São João were identified. Their clinical files were reviewed and their postnatal evolution was assessed. Three groups were defined: the newborns who required neonatal intervention (group 1), those whose intervention was only performed after the neonatal period (group 2) and those who did not require intervention and kept follow-up in pediatric cardiology outpatient clinic (group 3).
Results: Of the 54 fetuses with prenatal diagnosis of aortic coarctation, 12 (22,2%) were included in group 1, two (3,7%) in group 2 and 40 (74,1%) in group 3. Prenatal diagnosis was confirmed postnatally in 17 of the cases (31,5%). The newborns with additional cardiac malformations required more often neonatal surgical intervention.
Conclusions: Despite the prenatal echocardiographic suspicion of aortic coarctation, only 31,5% of the fetuses have postnatal confirmation of this heart disease and only 25,9% require surgical intervention. Besides, in a prenatal echocardiographic diagnosis of aortic coarctation, the presence of additional cardiac malformations should also be investigated in order to better plan the postnatal management.

Identiferoai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/128789
Date19 March 2020
CreatorsInês Gomes Campos
ContributorsFaculdade de Medicina
Source SetsUniversidade do Porto
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação
Formatapplication/pdf
RightsrestrictedAccess, https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

Page generated in 0.002 seconds