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Resting-state functional magnetic resonance imaging (fMRI) in Charles Bonnet syndrome

O objectivo deste estudo foi investigar o padrão de activação visual de uma doente com síndrome de Charles Bonnet, mediante análise de componentes independentes aplicada a imagens de ressonância magnética funcional adquiridas em repouso. Foi utilizado um software de análise de componentes independentes (http://mialab.mrn.org/software/gift) para extrair o componente de activação visual a uma senhora de 75 anos com severa perda de visão associada a halucinações visuais complexas, cujo diagnóstico foi síndrome de Charles Bonnet. O componente visual da doente foi calculado como um "cluster" contíguo (mediante um score Z com limiar 2) e comparado com o componente correspondente de um grupo controlo constituído por seis indivíduos saudáveis com idades compreendidas entre os 57 e os 76 anos (idade média = 68 anos; desvio padrão = 8.7). O mapa correspondente ao componente de activação visual da doente traduziu uma rede maior do que a observável em indivíduos saudáveis, incluindo o córtex visual primário, o córtex visual secundário, e o córtex visual de associação. Os resultados deste estudo são congruentes com a hipótese de que a falta de estimulação visual se associa a desaferenciação cortical e a um consequente aumento da excitabilidade cortical visual. Portanto, um acréscimo da activação do componente visual, adquirido mediante análise de componentes independentes, pode representar uma medida adicional útil para o diagnóstico clínico de síndrome de Charles Bonnet. / We aimed to investigate the pattern of visual activation in a patient with Charles Bonnet syndrome (CBS) using independent component analysis (ICA) on resting-state functional magnetic resonance imaging (fMRI). We used group ICA of fMRI toolbox software (http://mialab.mrn.org/software/gift) to extract the visual component of a 75-year-old woman with severe visual loss and complex visual hallucinations diagnosed as CBS. The visual component of this patient was calculated as a contiguous cluster over a Z-score threshold of 2, and compared with the corresponding component derived from a group of six healthy control subjects (mean age = 68 years; standard deviation = 8.7; range: 57-76 years). The spatial map of the patient's visual component mirrored an extensive network involving the primary, secondary, and visual association cortices, more pronounced than the observed in healthy control subjects. These results are consistent with the proposal that a lack of visual stimulation causes deafferentation resulting in increased excitability of the visual cortex. An increased activation of an ICA-derived visual component might, therefore, contribute as an additional measure useful for the clinical diagnosis of CBS.

Identiferoai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/139733
Date09 April 2021
CreatorsMarta Inês Beleza Nobre
ContributorsFaculdade de Medicina
Source SetsUniversidade do Porto
LanguageEnglish
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação
Formatapplication/pdf
RightsrestrictedAccess, https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

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