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Pregnancy in women with multiple sclerosis - an unicenter-based retrospective observational study

Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) tipicamente afeta mulheres em idade fértil, portanto, a gravidez constitui um tópico relevante e controverso. Pretendemos reportar o curso clínico da EM durante a gravidez e o período pós-parto, e avaliar as abordagens terapêuticas, os outcomes obstétricos e os dados relativos à amamentação.
Métodos: Efetuamos uma revisão retrospetiva dos registos médicos de 51 pacientes com o diagnóstico de EM pelo menos um ano antes da gravidez. Analisamos os seguintes períodos: um ano pré-gravidez, gravidez e um ano pós-parto. Dados demográficos, atividade da doença, opções terapêuticas, dados obstétricos e relativos à amamentação foram colhidos.
Resultados: Cinquenta e cinco gravidezes, entre 2001 e 2020, foram analisadas, representando 58 recém-nascidos. 35.3% das mulheres apresentaram surtos no ano pré-gravidez (annualized relapse rate (ARR)=0.4). A mediana do Expanded Disability Status Scale (EDSS) foi 1.0 durante todos os períodos. Mulheres com um EDSS elevado um ano pré-gravidez apresentaram períodos de descontinuação antes da conceção mais curtos, parando o tratamento modificador da doença (TMD) cerca de 5 semanas mais tarde (p=0.049). Sete mulheres apresentaram surtos durante a gravidez (ARR=0.1). Além disso, também apresentaram um aumento do risco de terem um recém-nascido prematuro (p=0.049). Mulheres medicadas com natalizumab ou fingolimod antes da gravidez exibiram um risco doze vezes superior de apresentar surtos durante a gravidez (p=0.006). Quinze mulheres apresentaram surtos no ano pós-parto (ARR=0.5). A imunoglobulina intravenosa (IgIV) (p=0.185) e a amamentação (p=0.921) não reduziram significativamente o risco de surtos no período pós-parto. Mulheres com surtos no ano que precedeu a gravidez amamentaram menos (p=0.038).
Conclusão: Em suma, o nosso estudo confirma a diminuição do ARR durante a gravidez, seguida do seu aumento no pós-parto, bem como a ausência de progressão de incapacidade. Na totalidade, os nossos resultados sugerem que a EM e o TMD não parecem ter um efeito desfavorável nos principais outcomes obstétricos. Nenhuma redução do risco de surtos no pós-parto foi observada para as mulheres tratadas com IgIV, nem para aquelas que amamentaram. / Background: Multiple sclerosis (MS) typically affects women of childbearing age, so pregnancy has been a relevant and controversial topic. We aim to report the clinical course of MS during pregnancy and the postpartum period, and to evaluate the therapeutic approaches, obstetrical outcomes and breastfeeding data.
Methods: We retrospectively reviewed the medical records of 51 patients with a diagnosis of MS at least one-year before pregnancy. We assessed the following periods: one-year pre-pregnancy, pregnancy and one-year postpartum. Demographic, disease activity, treatment options, obstetrical and breastfeeding data were collected.
Results: Fifty-five pregnancies, between 2001 and 2020, were analyzed, representing 58 newborns. 35.3% of women had relapses in the year pre-pregnancy (annualized relapse rate (ARR)=0.4). The median Expanded Disability Status Scale (EDSS) was 1.0 during all periods. Women with a higher EDSS one-year pre-pregnancy had shorter discontinuation periods before conception, stopping disease-modifying treatments (DMT) around 5 weeks later (p=0.049). Seven women had relapses during pregnancy (ARR=0.1). Also, they had an increased chance of having a premature newborn (p=0.049). Women on natalizumab or fingolimod before pregnancy had a 12-fold more chance of relapses during pregnancy (p=0.006). Fifteen women had relapses in the year postpartum (ARR=0.5). Intravenous immunoglobulin (IVIg) (p=0.185) and breastfeeding (p=0.921) did not significantly reduce the risk of relapses in the postpartum period. Women with relapses during the year preceding pregnancy breastfed less (p=0.038).
Conclusion: In conclusion, our study confirms the decrease in ARR during pregnancy, followed by its postpartum increase, as well as the absence of disability progression. Altogether, our results suggest that MS and DMT do not appear to have an unfavorable effect on the main obstetrical outcomes. No risk reduction of postpartum relapses was found for women on IVIg, nor who breastfed.

Identiferoai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/141987
Date25 March 2022
CreatorsJorge Fernando Talhada de Moura
ContributorsFaculdade de Medicina
Source SetsUniversidade do Porto
LanguageEnglish
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação
Formatapplication/pdf
RightsrestrictedAccess, https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

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