Return to search

"Insomnia in Patients Diagnosed with Multiple Sclerosis: The Effect of Medicinal Cannabis - a systematic review."

Introdução: Quando comparados à população geral, os doentes com esclerose múltipla (PwMS) apresentam maior prevalência de distúrbios do sono. Além disso, relatam que o uso frequente de canábis se deve principalmente à dor, espasticidade e insónia. De fato, uma solução transmucosa oral que contém uma mistura de extratos de canábis foi autorizada para tratar a espasticidade muscular em vários países. Sendo assim, a presente revisão sistemática visa esclarecer se a canábis medicinal tem algum efeito sobre a insónia em pacientes previamente diagnosticados com esclerose múltipla.

Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science entre 30 de novembro e 3 de dezembro e os dados referentes aos artigos foram recolhidos pelos dois autores numa folha Excel®. Os critérios da "National Institute of Health" (NIH) foram usados para a avaliação da qualidade para estudos observacionais, enquanto a ferramenta "Risk of Bias 2 (RoB 2) foi usada para avaliar a qualidade dos ensaios clínicos randomizados.
Resultados: A pesquisa na base de dados culminou em 82 artigos. Cinco estudos foram incluídos, sendo dois deles estudos observacionais transversais e três ensaios clínicos randomizados, representando um total de 579 pacientes e 366 inquéritos respondidos.
Em relação ao risco individual de viés dos estudos, os dois estudos não-randomizados mostraram ser maus/razoáveis e todos os estudos randomizados revelaram um baixo risco geral de viés.
Os cinco estudos incluídos mostraram uma tendência a favor do tratamento ativo, no que diz respeito à gestão terapêutica dos distúrbios do sono, com pacientes a afirmar que adormecem mais rápido e facilmente quando sob cannabis medicinal, com um benefício geral do uso de cannabis no tratamento da insónia.
Além do efeito positivo da cannabis medicinal nos distúrbios do sono, os artigos incluídos demonstraram um papel adjuvante da canábis no alívio de outros sintomas relacionados com a esclerose múltipla - dor e espasticidade - o que pode contribuir para uma resposta terapêutica mais eficaz face à insónia secundária.
Além disso, todos os artigos referiram que os doentes em tratamento ativo relataram efeitos adversos menores ou leves, principalmente tonturas, distúrbios de atenção, problemas de memória ou náuseas. No entanto, doentes com esclerose múltipla que usam cannabis medicinal obtiveram benefícios sintomáticos subjetivos em alguma sintomatologia da esclerose múltipla e a medicação/consumo foi bem tolerada nos cinco estudos.
Conclusão: A canábis medicinal parece ter um efeito benéfico no padrão de sono em doentes previamente diagnosticados com esclerose múltipla, quer diretamente ou através do alívio de outros sintomas relacionados com a esclerose múltipla, como a dor ou a espasticidade. / Background: When compared to the general population, people with multiple sclerosis (PwMS) have a higher prevalence of sleep disturbances. In addition, they report frequent use of cannabis mainly due to pain, spasticity and insomnia. In fact, a solution for oral transmucosal delivery containing a mixture of cannabis extracts has been authorized to treat muscle spasticity in several countries. In this view, the present systematic review aims to clarify whether medical cannabis has any effect on insomnia in patients previously diagnosed with multiple sclerosis.

Methods: A literature search was conducted on the PubMed, Scopus and Web of Science databases from November 30 to December 3 and data were collected by the two authors using an Excel® sheet. The National Institute of Health (NIH) criteria were used as a quality assessment tool for observational studies, while the Risk of Bias 2 (RoB 2) tool was used to assess the quality of the randomized controlled trials.

Results: The database search yielded 82 articles. Five studies were included, two of which were observational transversal studies while the other three were randomized controlled trials, representing a total of 579 patients and 366 surveys answered.
Regarding the individual risk of bias of the studies, the two non-randomized studies came out as fair and the randomized studies all revealed an overall low risk of bias.
The five studies included showed trends in favor of active treatment regarding the therapeutic management of sleep disturbances, with patients reporting they fall asleep faster and more easily when being administered medicinal cannabis, with a general benefit from cannabis use in insomnia treatment.
Besides the perceived positive effect of medicinal cannabis in sleep disturbances, the included articles demonstrated it also helped alleviate other MS-related symptoms such as pain and spasticity, which may contribute to better and more effective management of secondary insomnia.
Furthermore, all the studies referred patients under active treatment experienced minor or mild adverse events, mainly dizziness, disturbances in attention, memory problems or nausea. Nonetheless, PwMS who use medicinal cannabis refer subjective symptomatic benefit across an array of symptoms in MS and the medication was well-tolerated across the five studies.

Conclusion: Medicinal cannabis appears to have a beneficial effect on sleep pattern regarding patients with multiple sclerosis, whether directly or by attenuating other MS-related symptoms such as pain or muscle spasticity.

Identiferoai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/142145
Date28 March 2022
CreatorsPedro Manuel Vilaça Gomes
ContributorsFaculdade de Medicina
Source SetsUniversidade do Porto
LanguageEnglish
Detected LanguageEnglish
TypeDissertação
Formatapplication/pdf
RightsrestrictedAccess, https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

Page generated in 0.0027 seconds