A ginástica acrobática (ACRO) está a tornar-se progressivamente mais popular em todo o mundo. Desde a sua estreia em competições olímpicas, nos Jogos Olímpicos da Juventude (2018), que os seus fãs aguardam ansiosamente a integração nos Jogos Olímpicos. Apesar da sua elevada exigência física, existe ainda algum desconhecimento relativo às lesões que lhe estão associadas. Neste sentido, desenhamos um estudo transversal, recorrendo a um questionário, para avaliar a incidência, a distribuição anatómica e o tipo das lesões agudas e de overuse e, mediante os resultados, discutir possíveis medidas preventivas. Foram recrutados ginastas de todo o mundo através de contacto direto ou contactando os respetivos clubes e federações, utilizando o correio eletrónico, as redes sociais e a passagem da palavra de "boca em boca". Responderam ao questionário 480 ginastas de diversos níveis competitivos, incluindo membros de seleções nacionais e atuais campeões da Europa e do Mundo. Observou-se que, nos 24 meses anteriores, a maioria dos ginastas (76.3%) desenvolveu pelo menos uma lesão relacionada com a prática de ginástica acrobática, correspondendo a uma incidência total de 1.5 lesões por 1000 horas de exposição. Os bases desenvolveram mais lesões do que os volantes. Relativamente às lesões agudas, o local anatómico mais afetado foi o tornozelo, enquanto os tipos mais frequentes foram a fratura e a lesão ligamentar. Destas lesões, 53.2% obrigaram à suspensão da prática desportiva, em média, durante 6.8 semanas. Por outro lado, a região lombossagrada foi a mais afetada por lesões de overuse, enquanto o tipo lesional mais frequente foi a tendinopatia. Destas lesões, 28.3% obrigaram à suspensão da prática desportiva, em média, durante 9.1 semanas. À data, este é o maior estudo, e primeiro internacional, relativo à avaliação do padrão lesional na ginástica acrobática. Constitui a base para o desenvolvimento de medidas preventivas dirigidas e potencialmente mais eficazes. / Acrobatic gymnastics (ACRO) is increasing in popularity worldwide. Since its Olympic debut at the Summer Youth Olympic Games (2018), fans are eagerly waiting for its entrance at the Olympics. Despite its high physical demands, there is a knowledge gap on ACRO related injuries. We designed a cross-sectional survey to evaluate the incidence, anatomic distribution and type of acute and overuse injuries, and discuss preventive measures. With this aim, gymnasts were recruited worldwide through direct contact or contact with clubs and federations, by email, social media, and word of mouth communication. The questionnaire was completed by 480 gymnasts from various competitive levels, including national team gymnasts and European and World champions. It was found that the majority of acrobats (76.3%) had sustained an injury in the past 24 months, with an overall incidence rate of 1.5 injuries per 1000 hours of exposure, and bases being more injured than tops. For acute injuries, the ankle was the most affected body area, with fractures and ligament sprains being the most common injury types. From these, 53.2% were time-loss injuries, with a mean suspension time of 6.8 weeks. For overuse injuries, lumbosacral spine and tendinopathy were the most frequent body area and injury type, respectively. From these, 28.3% were time loss injuries, with a mean suspension time of 9.1 weeks. This is the first international and the largest study on ACRO related injuries, providing the basis for developing targeted and potentially more effective preventive measures.
| Identifer | oai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/142259 |
| Date | 25 March 2022 |
| Creators | Francisca Teixeira da Costa Maia |
| Contributors | Faculdade de Medicina |
| Source Sets | Universidade do Porto |
| Language | English |
| Detected Language | Portuguese |
| Type | Dissertação |
| Format | application/pdf |
| Rights | restrictedAccess, https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ |
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