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Suturas Compressivas Uterinas na abordagem terapêutica da Hemorragia Pós-parto por Atonia Uterina

A hemorragia pós-parto (HPP) apresenta uma prevalência de 6% e constitui uma importante causa de morbimortalidade materna a nível mundial, sendo a sua principal causa a atonia uterina (80%). A partir da publicação da primeira sutura hemostática aplicada numa atonia uterina em 1997, inúmeras variações têm sido descritas no que consiste à necessidade de histerotomia, fios de sutura endocavitários uterinos, suturas transversais complementares das suturas originais longitudinais, associação a laqueação cirúrgica vascular e utilização de suturas removíveis no período pós-parto precoce. O objetivo é otimizar o sucesso terapêutico no controlo da hemorragia pós-parto (HPP), tornar a técnica mais exequível e, simultaneamente, minimizar os riscos/complicações associadas a curto e longo prazo. O mecanismo fisiopatológico subjacente à eficácia destas suturas baseia-se no aumento da contractilidade miometrial, compressão mecânica do espaço vascular uterino e leito placentar, mantendo a patência vascular arterial, sem oclusão da cavidade uterina. Apesar do material de sutura constituir um fator importante quer para o sucesso da técnica quer para a morbilidade, a literatura é omissa relativamente ao tipo de fio e agulha utilizados. A limitação dos estudos, no que respeita a qualidade dos estudos de reduzida robustez científica, o tamanho amostral reduzido, a heterogeneidade de técnica, e a não uniformização dos desfechos avaliados, impossibilita estabelecer com rigor a taxa de complicações a curto e longo prazo, nomeadamente risco infecioso, distúrbios menstruais, dor pélvica e herniação através das alças. Em relação ao impacto no futuro reprodutor não se verificaram diferenças significativas na incidência de placenta prévia, placenta acreta, pré-eclâmpsia, parto pré-termo e restrição de crescimento fetal. Consensual é a taxa de sucesso que ronda 75 a 100%. / Postpartum hemorrhage (PPH) has a prevalence of 6% and represents an important cause of maternal morbimortality worldwide, having as its main cause the uterine atony (80%). Since the publication of the first hemostatic suture, applied in a uterine atony in 1997, several variations have been described: need for hysterotomy, uterine endocavitary suture threads, transverse sutures complementary to the original longitudinal sutures, association with vascular surgical ligation and use of removable sutures in the early postpartum period. The main goal is to optimize the therapeutic success in the control of postpartum hemorrhage, turning the technique more feasible and, simultaneously, minimizing the risks/complications associated at short and long term. The pathophysiological mechanism underlying the effectiveness of these sutures is based on the myometrial contractility increase, mechanical compression of the uterine vascular space and placental bed, maintaining arterial vascular patency without occlusion of the uterine cavity. Although the suture material constitutes an important factor of success technique and, as well, of morbidity, the literature remains sparse about the type of thread and needle used. The limitations of the studies regarding the low scientific quality, small sample size, heterogeneity of technique, non-standardization of the evaluated outcomes, do not allow to accurately determine the rate of short and long-term complications such as: infectious risk, menstrual disorders, pelvic pain and herniation through the loops. Regarding the impact on future fertility there were no significant differences on incidence of placenta previa, placenta accreta, preeclampsia, preterm delivery and fetal growth restriction. However, there is no doubt about the success rate, which is around 75 to 100%.

Identiferoai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/142182
Date28 March 2022
CreatorsAna Luísa de Sá Almeida
ContributorsFaculdade de Medicina
Source SetsUniversidade do Porto
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação
Formatapplication/pdf
RightsopenAccess, https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

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