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O drama do mÃdico no encontro com o paciente nos cenÃrios dos serviÃos de saÃde pÃblico e privado

nÃo hà / Nas Ãltimas dÃcadas o Brasil tem sido palco de grandes transformaÃÃes polÃticas, econÃmicas, demogrÃficas e sociais. Nesse processo de democratizaÃÃo transcorre tambÃm a reforma do setor de saÃde brasileiro, no qual se estabelece o serviÃo de saÃde pÃblico e privado. Os serviÃos de saÃde sÃo hoje ofertados por indivÃduos com profissÃes regulamentadas ou com treinamentos especÃficos e podem ser prestados em consultÃrios, domicÃlios, espaÃos pÃblicos, clÃnicas, unidade de saÃde e hospitais. O objetivo da pesquisa aponta para compreender a percepÃÃo de mÃdicos, com atividades profissionais similares e simultÃneas nos setores pÃblico e privado, acerca da interaÃÃo entre mÃdicos e pacientes no cenÃrio de prÃtica. Ancoram-se com o olhar sempre atento à dinÃmica e peculiaridades dos serviÃos de saÃde tendo como desdobramento os objetivos de identificar como se deu a composiÃÃo do personagem mÃdico para os entrevistados; desvelar a atuaÃÃo do seu papel social; descrever os sentimentos dos mÃdicos quanto a sua atuaÃÃo profissional; analisar a percepÃÃo dos mÃdicos acerca das plateias e dos cenÃrios de atuaÃÃo. O estudo de natureza qualitativa realizado à luz da concepÃÃo da representaÃÃo teatral da dramaturgia de Goffman e do Interacionismo SimbÃlico. Nesta perspectiva cada um desempenha um papel, interagindo com os outros por comportamentos verbais e fÃsicos, utilizando a aparÃncia e o desempenho para convencer o outro de sua atuaÃÃo. Quando o indivÃduo està em contato com outro està representando e beneficiando-se de uma prÃtica dramatÃrgica. Os 10 mÃdicos participantes da pesquisa foram determinados de forma nÃo probabilÃstica e intencional, mas com exercÃcio profissional, similar e simultÃneo, em serviÃo pÃblico e privado e atender os paciente de forma direta e pessoal. O nÃmero de informantes foi definido pela saturaÃÃo teÃrica dos dados, isto Ã, quando ocorreu durante a coleta das narraÃÃes e a anÃlise, o aprofundamento conceitual das questÃes pesquisadas. A coleta das informaÃÃes correu no perÃodo de novembro de 2015 a dezembro de 2015, por meio de entrevistas abertas e desenvolvimento de Desenhos. Durante as entrevistas foram solicitados a desenvolver um desenho que representasse a imagem que eles tinham a respeito da frase disparadora âPorque no consultÃrio elas sÃo minhas clientes, elas pagam pra eu atender, nÃ? E no Instituto de PrevenÃÃo do CÃncer, elas sÃo minhas pacientes, nÃ?â. Os dados foram organizados em temÃticas as quais foram analisadas com base nas fundamentaÃÃes teÃricas. Os resultados mostraram que os 10 profissionais mÃdicos atuavam em serviÃos pÃblicos e privados, nas Ãreas de oncologia clÃnica, clÃnica, oncologia cirÃrgica, radioterapia, mastologia, ginecologia e obstetrÃcia, com idades de 32 a 71 anos, prevaleceu o sexo masculino (07), todos com titulaÃÃo mÃnima de especialista/residÃncia mÃdica. A identificaÃÃo dos codinomes foi decidida pelos participantes, o qual decidia qual personagem melhor o caracterizava. As temÃticas abordaram sobre a construÃÃo e a atuaÃÃo do personagem mÃdico em situaÃÃo e cenÃrio distintos; construÃÃo social do personagem mÃdico; a mÃscara na qual o profissional se esconde; sentimentos vivenciados pelo mÃdico; formaÃÃo acadÃmica para a atuaÃÃo mÃdica nos diferentes cenÃrios de prÃtica; a visÃo dos mÃdicos acerca da atuaÃÃo circunstancial dos pacientes nos cenÃrios pÃblicos e privado; cenÃrio fÃsico-estrutural e acesso a procedimentos materiais e medicamentos; clima organizacional e organizaÃÃo de processos; produtividade em relaÃÃo ao tempo, a produÃÃo e a remuneraÃÃo; o tempo de atendimento por pessoa; outros personagens em cena. Perceberam a entrevista com o uso do Desenho-disparador (um desdobramento do desenho-estÃria de Trinca, desenvolvido pela autora) como instrumento propulsor para a compreensÃo da relaÃÃo com o paciente. As relaÃÃes mÃdico-paciente exigem atenÃÃo Ãs peculiaridades do setor a qual està se efetivando, pois, as contribuiÃÃes afloradas desta devem ser continua e interdependente. Conclui-se que existem congruÃncias e divergÃncias na relaÃÃo mÃdico-paciente nos dois setores estudados. As semelhanÃas residem no trato dado aos prÃprios pacientes, nÃo diferenciando o local em que estÃo sendo cuidados, enquanto as diferenÃas encontram-se direcionadas pelos cenÃrios estruturais e organizacionais do setor pÃblico e privado, ainda assim permanecendo semelhanÃas propagaÃÃo de valores morais e Ãticos

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:11782
Date29 February 2016
CreatorsKarine Bessa Porto Pinheiro Vasques
ContributorsRicardo Josà Soares Pontes, Josà Wellington de Oliveira Lima, Francisco HerlÃnio Costa Carvalho, Maria do Socorro de Sousa, Raimunda MagalhÃes da Silva
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em SaÃde Coletiva (AssociaÃÃo de IES Ampla AA - UECE/UFC/UNIFOR), UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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