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A militância conservacionista de Augusto Ruschi : práticas científicas e estratégias políticas na construção da biologia e da conservação da natureza no Brasil (1937-1986)

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Previous issue date: 2018-09-13 / Neste estudo, abordo aspectos da obra do cientista Augusto Ruschi (1915-1986), relacionados aos conhecimentos sobre o mundo natural e às estratégias sociopolíticas para sua conservação. A partir do ingresso, em 1939, nos quadros do Museu Nacional do Rio de Janeiro e da fundação, em 1949, do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão, no Espírito Santo, Ruschi atuou em redes político-científicas tecidas na interseção entre cálculo profissional, interesses políticos e demandas socioeconômicas, as quais viabilizaram pesquisas e intervenções públicas que contribuíram para o processo de institucionalização das ciências biológicas no Brasil, especialmente no tocante à conservação da natureza. Com base na crítica à concepção padrão de Ciência, feita pelos chamados estudos sociais das ciências, analiso boletins científicos e correspondências trocadas entre Ruschi e diferentes personalidades, a fim de compreender um fazer científico, localmente contextualizado, que buscou integrar o colecionismo da história natural com práticas experimentais de laboratório, bem como articular atores sociais tão heterogêneos quanto madeireiros e indígenas, conservacionistas e empresários, jornalistas, generais etc. Exploro duas abordagens teórico-metodológicas diferentes: a de Pierre Bourdieu, para compreender a estruturação do campo científico da biologia e do conservacionismo no Brasil, e a de Bruno Latour, para analisar controvérsias científicas envolvidas no processo de construção de conteúdos e métodos de pesquisa caros àquele campo, como a questão do reflorestamento e da valorização dos conhecimentos indígenas. Defendo que a disciplina da Conservação da Natureza, tal como pensada e exercitada por Ruschi, caracterizou-se por uma visão ampla das ciências, a qual envolvia experimentação, observação, colecionamento e classificação da flora e fauna, mas também sociologia, história e política a prática científica sendo concebida como instrumento para garantir a proteção do mínimo necessário de natureza, em benefício das gerações presentes e futuras. Concluo que Augusto Ruschi assumiu a ciência como uma prática social ligada às demandas de seu tempo, um saber-fazer que se constitui na conexão com outros saberes, em detrimento da tendência à compartimentalização da vida.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/10210
Date13 September 2018
CreatorsGONCALVES, A. S.
ContributorsLEITE, J. L., OLIVEIRA, U. J., DUARTE, R. H., FRANCO, J. L. A., RIBEIRO, L. C. M.
PublisherUniversidade Federal do Espírito Santo, Doutorado em História, Programa de Pós-Graduação em História, UFES, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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