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Previous issue date: 2013-02-14 / Tendo como referência os escritos da Física de Aristóteles, o movimento, para os pensadores
do século XIII, não somente diz respeito ao movimento local, mas também às mudanças
quantitativa e qualitativa dos entes. A fim de justificar o movimento das coisas, isto é, a
passagem da potência ao ato, grande parte dos escolásticos recorreu ao princípio aristotélico
que diz: “tudo que se move é movido por outro”. Ademais, para alguns desses pensadores, até
mesmo as alterações cognitivas e apetitivas que ocorrem nas potências da alma submetem-se
a esse princípio. Às vésperas do século XIV, Duns Scotus rejeita a universalização do
princípio aristotélico do movimento e sistematiza uma filosofia em favor do automovimento.
Por conseguinte, o propósito desta dissertação é apresentar por que Scotus sustenta que não se
pode afirmar a priori, isto é, por meio de princípios de validade universal e independentes da
experiência, que toda e qualquer mudança é causada por outro. Tomando por referência as
Questões sobre os livros da Metafísica de Aristóteles IX, q. 14, exponho o pensamento de
Scotus, o qual diz que o automovimento não só é possível, mas também é a melhor explicação
para muitos fatos empíricos: os acidentes simultâneos e não simultâneos; o movimento dos
leves e graves; o movimento dos animais; bem como as alterações qualitativa, quantitativa,
cognitiva e apetitiva que outrora eram exclusivamente explicadas pelo princípio aristotélico
do movimento. Por fim, na conclusão, teço algumas considerações sobre a questão do
automovimento e também apresento sucintamente o pensamento de Scotus sobre o
automovimento da vontade. / For the 13th century thinkers the study of motion was plainly founded on the writings of
Aristotle‟s physics which does not constrain the meaning of motion exclusively to local
motion, but it also includes to its meaning the qualitative and quantitative changes of things.
In order to explain the movement or changes of things, namely the passage from potency to
act, the majority of the scholastic philosophers counted on the aristotelian cinesiological
principle that says: “everything which is in motion is moved by another”. Moreover, for some
scholastic philosophers even the changes regarding the powers of the soul, that is, alteration in
the intellect and in the will, must undergo the cinesiological principle. On the eve of the
fourteenth century, Duns Scotus rejects the aristotelian principle and systematizes a
philosophy in favor of self-motion. Therefore, the purpose of this dissertation is to present
why Scotus sustains we can not state a priori, i.e, through principles of universal scope and
independent of experience, that self-motion is impossible; in other words, we can not say that
any change is caused by another. Taking as reference the Questions on the metaphysics of
Aristotle’s IX, q.14 by John Duns Scotus, I explain the thought of Scotus to whom selfmotion
is not only possible, but it is also the best explanation to many empirical facts like:
coeval and non coeval accidents; the motion of heavy and light things; animals‟ motion, as
well as qualitative, quantitative, cognitive and appetitive changes that once were exclusively
explained by the aristotelian principle of motion. Finally, in the conclusion, I make some
comments about the self-motion issue and also introduce briefly Scotus‟ thought regarding
self-motion in volition / TEDE
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unifesp.br:11600/39336 |
Date | 14 February 2013 |
Creators | Antonio, Felipe de Souza [UNIFESP] |
Contributors | Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Cezar, Cesar Ribas [UNIFESP] |
Publisher | Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 98 f. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UNIFESP, instname:Universidade Federal de São Paulo, instacron:UNIFESP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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