Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, 2010. / Submitted by Shayane Marques Zica (marquacizh@uol.com.br) on 2011-09-08T20:30:30Z
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2010_MariaAparecidadosSantosTeixeira.pdf: 490574 bytes, checksum: 07f8110f7af2e267b99ec62854309bcc (MD5) / Introdução e Objetivos – Pacientes pediátricos em peroperatório de cirurgia cardíaca estão especialmente expostos à complicações infecciosas, sobretudo infecção de corrente sanguínea (ICS). Apesar do crescente aumento do número de unidades de terapia intensiva (UTIs) cardiopediátricas, contudo, ainda são poucos os estudos que buscam identificar os fatores de risco para o surgimento de ICS. O presente estudo teve como objetivos determinar quais os principais fatores de risco para o desenvolvimento de ICS, analisando características clínicas como idade e doença de base; e aspectos relacionados à cirurgia cardíaca, como tempo de circulação extracorpórea (CEC) e uso de cateter venoso central; e se houve associação entre óbito e ICS. Metodologia – Trata-se de coorte retrospectiva longitudinal, realizada na UTI de Cardiopediatria de um serviço terciário, entre fevereiro de 2005 e junho de 2008. Os critérios de inclusão foram: idade entre 0 e 16 anos, cirurgia cardíaca realizada naquela admissão, tempo mínimo de permanência de 48 horas na unidade e presença de pelo menos um acesso venoso central no pós-operatório imediato. Apenas o primeiro episódio de ICS foi considerado. Foram aplicadas análises univariadas e multivariadas, para identificar associação entre variáveis clínicas e cirúrgicas com os desfechos: ICS e óbito. Significância estatística foi definida por P < 0,05. Para análise dos dados foi utilizado pacote estatístico SPSS versão 17.0. Resultados - Foram estudados 386 pacientes, com mediana de idade de 16 meses, sendo 195 do gênero masculino (51%) e 191 do gênero feminino (49%). Houve 46 pacientes (12%) neonatais, e a faixa de um a oito anos foi a mais prevalente, com 171 casos (44%). O grupo mais encontrado de cardiopatias foi shunt esquerda-direita, com 170 casos (44%), e as categorias mais observadas do escore de RACHS-1, foram II e III. Utilizou-se CEC em 270 pacientes (70%), com tempo médio de duração de 114 ± 53 minutos. Em 62 (16%) pacientes houve fechamento tardio do esterno. Apresentavam dois ou mais cateteres venosos centrais no pós-operatório imediato 47 (12,2%) pacientes. A taxa de incidência de ICS resultou 7,7% (30 episódios em 386 pacientes, havendo confirmação microbiológica em 14 casos e com predominância de gram negativos (86%). A variável “cada 10 minutos de tempo de CEC” (P = 0,02) apresentou associação independente com ICS, com ponto de corte maior ou igual a 124 minutos identificado na curva ROC. A incidência de ICS foi maior no grupo de maior complexidade e com esterno aberto (P < 0,001). A letalidade na amostra avaliada foi de 11% (43 óbitos em 386 pacientes) e “tempo de CEC” esteve significativamente associada ao óbito: (P = 0,01). A incidência de óbito foi maior no grupo com ICS (P = 0,005), apesar de não se observar associação significativa entre ICS e óbito na análise multivariada. Conclusão – Cateter venoso central não mostrou valor preditor independente para o desenvolvimento de ICS. “Tempo de CEC”, embora pudesse refletir gravidade dos pacientes, esteve fortemente associada à ocorrência de ICS no presente estudo, sobretudo a partir dos 124 minutos de duração. A ICS não foi preditora independente para óbito na população analisada. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT / Background and Objectives - Pediatric patients undergoing cardiac surgery are particularly prompted to infectious complications, mainly bloodstream infection (BSI). Despite of crescent amount of pediatric cardiac intensive care units (PICU), there are few studies about risk factors to BSI development. The aim of this study was to identify major risk factors for BSI, evaluating clinical characteristics as age and underlying sickness; and cardiac surgical aspects as cardiopulmonary bypass duration and central venous catheter use; and if there was association between death and BSI. Methods – We conducted a retrospective longitudinal cohort study, in a tertiary care institution’s PICU, between February, 2005 and June, 2008. Inclusion criteria were the following: age between 0 and 16 years, cardiac surgery performed in that admission, ICU stay for at least 48 hours and at least one central venous catheter on immediate postoperative time. Only the first BSI episode was considered. Univariate and multivariate conditional logistic regression analyses were used to identify association between clinical and surgical variables with outcomes: BSI and death. P value < 0,05 was statistically significant. SPSS version 17.0 was used for statistical analysis. Results – Three hundred and eighty six patients, with median age of 16 months, being 195 male (51%). There were 46 neonatal patients (12%), and age between one and eight years was the most prevalent, being 171 patients (44%). The most common cardiac congenital malformations were left-to-right shunt, with 140 patients (44%), and most prevalent risk categories RACHS-1, were II and III. Cardiopulmonary bypass was used in 270 (70%) patients, with mean duration of time of 114 ± 53 minutes. In 62 (16%) patients open chest was performed. Forty seven (12,2%) patients had two or more central venous catheter. BSI’s ratio was 7,7% (30 BSI /386 patients), with microbiologic confirmation in 14 patients which 86% of causal agent were gram-negative bacteria. The variable “duration of cardiopulmonary bypass” (P = 0,02) was independent associated with BSI, with a cut off equal or above 124 minutes, which was identified on ROC curve. BSI was more frequent in the highest severity group and in patients with open chest (P < 0,001). Mortality was 11% (43 deaths/386 patients) and “duration time of cardiopulmonary bypass” was significant associated with death (P = 0,001). Death incidence was higher in BSI patients (P = 0,005), but in the multivariate analysis it did not maintain statistical significance. Conclusions – Central venous catheter did not show independent association with BSI development. Although “cardiopulmonary bypass duration” could reflect the patient’s severity, it was strongly associated with BSI occurrence in this study, mainly after 124 minutes of duration. The BSI was not identified as independent risk factor for death in this population.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/9258 |
Date | 18 October 2010 |
Creators | Teixeira, Maria Aparecida dos Santos |
Contributors | Silveira, Celeste Aída Nogueira |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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