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Os significados da guarda unilateral materna para os filhos: as perspectivas das crianças em cena

Submitted by Isaac Francisco de Souza Dias (isaac.souzadias@ufpe.br) on 2016-07-28T19:21:08Z
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Previous issue date: 2016-02-29 / Esta pesquisa, de abordagem qualitativa e inspiração construcionista, propôs-se a compreen-der os significados da guarda unilateral materna para os filhos de casais separados, que esta-vam sob essa condição de guarda e vivenciavam contexto de conflito familiar judicializado. Para tanto, realizamos entrevistas narrativas com seis crianças de idades entre sete e doze anos. Para fundamentar o estudo, acionamos as contribuições teóricas de Jerome Bruner com-preendendo que as crianças são ativas, constroem significados e intervém na cultura por meio de narrativas. Nossa ideia foi dar visibilidade a estas, questionando a relação de poder estabe-lecida entre as crianças e nós, adultos, que muitas vezes as posicionamos como incapazes, como um “ainda não” e/ou em condição de subalternidade. Os dados construídos foram anali-sados à luz de conceitos discutidos por Jerome Bruner, tais como, agentividade, sequência, perspectivismo e canonicidade. Em relação ao significado da relação com os pais ou respon-sáveis, as narrativas sinalizaram que a relação com a mãe era marcada por forte vínculo afeti-vo, tendo alguns entrevistados demonstrado terem construído uma aliança com a genitora pas-sando a aderir às causas delas diante dos conflitos conjugais. Também perceberam suas mães assoberbadas por acumular atividades laborativas e o exercício da maternidade ou ainda indi-caram que outros familiares, além da mãe, exerciam a função de cuidar e se responsabilizar pelas crianças. No que se refere à relação com o pai, nossos interlocutores sinalizaram que aconteceu um afastamento do genitor. Todos afirmaram ansiar um convívio mais próximo com o pai, exceto um, que relatou experiência de violência doméstica envolvendo o genitor. Depreendemos das narrativas analisadas que nossos interlocutores significaram o judiciário como uma instituição distante, que não fomentava a participação deles nos espaços de deci-sões que afetavam suas vidas, invisibilizando as crianças. Ressalta-se, por fim, que as narrati-vas das crianças apresentavam um contexto de judicialização da vida e dos conflitos familia-res vivenciados, sendo os termos de tal contexto impregnados na comunicação cotidiana das crianças. / Esta pesquisa, de abordagem qualitativa e inspiração construcionista, propôs-se a compreender os significados da guarda unilateral materna para os filhos de casais separados, que estavam sob essa condição de guarda e vivenciavam contexto de conflito familiar judicializado. Para tanto, realizamos entrevistas narrativas com seis crianças de idades entre sete e doze anos. Para fundamentar o estudo, acionamos as contribuições teóricas de Jerome Bruner com-preendendo que as crianças são ativas, constroem significados e intervém na cultura por meio de narrativas. Nossa ideia foi dar visibilidade a estas, questionando a relação de poder estabelecida entre as crianças e nós, adultos, que muitas vezes as posicionamos como incapazes, como um “ainda não” e/ou em condição de subalternidade. Os dados construídos foram analisados à luz de conceitos discutidos por Jerome Bruner, tais como, agentividade, sequência, perspectivismo e canonicidade. Em relação ao significado da relação com os pais ou responsáveis, as narrativas sinalizaram que a relação com a mãe era marcada por forte vínculo afetivo, tendo alguns entrevistados demonstrado terem construído uma aliança com a genitora passando a aderir às causas delas diante dos conflitos conjugais. Também perceberam suas mães assoberbadas por acumular atividades laborativas e o exercício da maternidade ou ainda indicaram que outros familiares, além da mãe, exerciam a função de cuidar e se responsabilizar pelas crianças. No que se refere à relação com o pai, nossos interlocutores sinalizaram que aconteceu um afastamento do genitor. Todos afirmaram ansiar um convívio mais próximo com o pai, exceto um, que relatou experiência de violência doméstica envolvendo o genitor. Depreendemos das narrativas analisadas que nossos interlocutores significaram o judiciário como uma instituição distante, que não fomentava a participação deles nos espaços de decisões que afetavam suas vidas, invisibilizando as crianças. Ressalta-se, por fim, que as narrativas das crianças apresentavam um contexto de judicialização da vida e dos conflitos familiares vivenciados, sendo os termos de tal contexto impregnados na comunicação cotidiana das crianças.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/17575
Date29 February 2016
CreatorsQUIRINO, Daniela Moroni Ribeiro
ContributorsMENEZES, Jaileila de Araújo
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco, Programa de Pos Graduacao em Psicologia, UFPE, Brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess

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