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Existência de Deus, natureza divina e a experiência do mal nos Diálogos de Hume / Gods Existence, Nature of Divine, and Evils Experience in the Dialogues by Hume

Podemos afirmar que o tratamento dado por Hume à relação entre a Divindade e o mal moral no final da seção 8 da Investigação sobre o Entendimento Humano (EHU) tem seu desenvolvimento mais profundo e sofisticado nos Diálogos sobre a Religião Natural. Embora Hume também trate desse tópico na seção 11 da EHU, a ampla e profunda crítica feita às pretensões levantadas pelo argumento do desígnio nos Diálogos oferece um efetivo desdobramento da questão abordada por Hume em EHU 8. O abandono em EHU 8 de uma inquirição mais detalhada do problema acerca da relação entre o mal e a Divindade é compreensível. Com efeito, Hume pretendia ali, entre outras coisas, argumentar em favor de uma instância de destinação dos juízos de responsabilidade moral, a saber, o caráter. Daí ser aceitável a sua afirmação de que não é possível explicar precisamente como a Divindade pode ser a causa mediata de todas as ações dos homens sem ser a autora do pecado e da torpeza moral. Esses são mistérios que a simples razão natural e desassistida não está nem um pouco preparada para enfrentar, e seja qual for o sistema que ela adote, encontrar-se-á envolvida em inextrincáveis dificuldades (EHU 8 § 36). Certamente Hume não resolveu cabalmente essas dificuldades nos Diálogos, mas tentou enfrentá-las na medida em que uma razão desassistida, isto é, sem apoio em dogmas religiosos, pode fazê-lo. A partir desse aspecto da crítica de Hume empreendida nos Diálogos, minha intenção é examinar em que medida o argumento do desígnio se vê comprometido com o reconhecimento do mal no mundo. Para tanto, devo percorrer um longo caminho examinando as duas provas em favor da existência de Deus discutidas nos Diálogos. / It is stated that the treatment given by Hume to the relationship between God and moral evil at the end of section 8 of An Enquiry Concerning Human Understanding (EHU) has its deeper and more sophisticated development in the Dialogues Concerning Natural Religion. Although Hume also treats this topic in section 11 of EHU, the wide and deep criticism regarding the assumptions raised by the design argument in Dialogues offers an effective development on the issue examined by Hume in EHU 8. The abandonment, in EHU 8, of a more detailed examination concerning the problem of the relationship between evil and divinity is understandable. Among other things, Hume intended to argue on that section in favour of an instance of destination to judgments of moral responsibility, namely, the character. Thus, it is acceptable his assertion that it is impossible to explain distinctly, how the Deity can be the mediate cause of all the actions of men without being the author of sin and moral turpitude. These are mysteries, which mere natural and unassisted reason is very unfit to handle; and whatever system she embraces, she must find herself involved in inextricable difficulties(8 EHU § 36). Hume certainly did not solve these difficulties in its totality in the Dialogues, but he tried to confront them to the extent that as \"unassisted reason\" can do so, that is, without the support of the religious dogma. From this aspect of Hume\'s criticism undertaken in the Dialogues, my intention is to examine in what extent the design argument is endangered by the recognition of evil in the world. Before that, I must walk a long path examining the two proofs of Gods existence discussed in the Dialogues.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-31082012-112634
Date27 April 2012
CreatorsFerraz, Marília Côrtes de
ContributorsPimenta, Pedro Paulo Garrido
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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