O período de 1917 a 1919 foi marcado por intensa atividade reivindicatória no Brasil e no mundo, insuflada pelo clima de instabilidade global e pelo exemplo da Revolução Bolchevique. No Brasil, tal quadro repetia-se, tendo sido esse um momento de intensificação da mobilização operária, marcada por inúmeras greves que irromperam no cenário de vários centros urbanos brasileiros. Atentas a essa conjuntura, as elites políticas brasileiros não tardaram a se posicionar sobre ela. Os discursos parlamentares produzidos na Câmara dos Deputados sobre o movimento operário foram aqui objeto de análise, a fim de se determinar quais as posições presentes naquela casa legislativa sobre o tema. Duas posturas contrapostas foram identificadas: uma, majoritária, legitimadora das políticas repressivas implementadas pelos governos estaduais e federais ao movimento, calcada em uma visão em que o movimento operário era apresentado como elemento de desordem comandado por estrangeiros perniciosos; outra, minoritária, que defendia um olhar atento, por parte da instância política, sobre as reivindicações sociais, bandeiras centrais da mobilização operária. Esse embate de ideias, que se desdobrava da questão específica do operariado para outras esferas da sociedade brasileira, não foi resolvido pelo convencimento ou consenso. O olhar condenatório, produtor de um discurso que se utilizava de maneira recorrente da lógica argumentativa presente no mito político da conspiração, acaba por servir de legitimação às ações de força impostas ao movimento pelos governantes. / The period from 1917 to 1919 was marked by intense labor rights activities in both Brazil and the rest of the world, prompted by global instability and the Bolshevik Revolution. In Brazil, these events repeated themselves, becoming an intensified movement of workers' mobilization, marked by high numbers of strikes, that happened in different urban centers throughout the country. Paying close attention to this new picture, the Brazilian political elites did not take long to position themselves. The parliamentary discourses produced by the Deputies' Chamber about the conflicts, were the objects of analysis of the present research, with the purpose of finding out what positions were taken by the legislative house. Two opposing postures were identified: one taken by the majority, that legitimized the repressive politics towards the movement implemented by both the state and federal governments, based on the view that the latter presented itself as some sort of turmoil lead by evil foreigners; the other, taken by the minority, demanded an attentive look by the political instances over the social demands, which were central objectives of the workers' mobilization. This clash of ideas, which expanded the matters of workers into other spheres within Brazilian society, were not resolved by convictions or common sense. The repressive outlook produced a discourse commonly used in argumentative logic present in the political myth of 'conspiracy', and ended up legitimizing the use of force imposed on the movement by the government.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:4638 |
Date | 28 November 2013 |
Creators | Jose Benito Yárritu Abellás |
Contributors | Lená Medeiros de Menezes, Angela Maria Roberti Martins, Elis Regina Barbosa Angelo |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em História, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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