Nesse texto dissertativo de competência do Mestrado em Educação nas Ciências discuto questões pertinentes aos entrelaçamentos e significação interculturais a partir de diálogos entre a cultura das crianças e o currículo escolar, apresentando episódios de aprendizagem vivenciados com uma turma de crianças do terceiro ano do Ensino Fundamental. O trabalho objetivou compreender as relações interculturais que se dão no espaço escolar, as relações do currículo emergente e do currículo formal, os entrelaçamentos entre as culturas infantis e as culturas escolares a partir da observação e entendimento sobre o sentido que a escola tem para as crianças. Parte do pressuposto de que as culturas infantis e escolares entrelaçam-se cotidianamente em sala de aula, pois as crianças são sujeitos protagonistas na constituição da cultura escolar. Nesta pesquisa, defende-se a cultura escolar como uma construção coletiva que pressupõe a participação ativa das crianças, por meio do Currículo Emergente, das Aprendizagens por Projetos e da participação dos professores nas relações e interações que possibilitam com o conhecimento que advém do Currículo Formal. Objetiva-se de ampliar a rede de esclarecimentos teóricos em torno dos conceitos de cultura, infância e currículo, abordando aspectos históricos e conceituais. Busca-se reconhecer os entrelaçamentos e interlocuções entre a cultura, a infância e o currículo, expresso como cultura escolar. Apresenta-se o contexto da pesquisa: sujeitos do 3º ano participantes envolvidos, espaços e propostas da escola campo de pesquisa, discutindo aspectos em torno do currículo emergente e do currículo prescritivo. Sistematizaram-se os acontecimentos interculturais por meio de seis (6) episódios de aprendizagem, como forma de apurar o olhar e a escuta sobre as ações das crianças e compreender suas ações e reações sobre e na cultura escolar. Situou-se a pesquisa em dois campos metodológicos: a pesquisa etnográfica, baseando-me nos estudos de William Corsaro (2009) e a pesquisa em participação, sustentada por Julia Oliveira Formosinho (1998). As interações e relações que emergem nos fazeres pedagógicos permitem que os sujeitos se constituam autores em suas aprendizagens, significando suas culturas e atuando ativamente na construção da cultura escolar. A mediação do adulto assume importante função neste contexto, ao buscar a compreensão das interações entre as crianças e os conhecimentos e aprofundar questões relativas à interculturalidade no espaço escolar, através do cruzamento das culturas infantis com a cultura escolar. Essa compreensão possibilita pensar a criança como sujeito social, reconhecendo que suas constituições culturais se dão por diferentes vias. A escola, dessa forma, reassume, a cada dia, sua responsabilidade enquanto instituição social e cultural responsável pela construção formal do conhecimento e pela formação integral do ser humano. Por isso, necessita repensar seu currículo, sua cultura escolar. / 145 f.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliodigital.unijui.edu.br:123456789/5058 |
Date | 15 June 2018 |
Creators | Heidel, Ângela Rafaela Tonetto |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UNIJUI, instname:Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, instacron:UNIJUI |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0027 seconds